Festa, mas dessa vez é de Gabriel

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Meu celular vibra e é meu gerente

Pedro

O número de Gabriel

*contato do WhatsApp*

Eu descido mandar mensagem e salvo o contato como amigo temporário.

Amigo temporário

Oi.

Oioi. Para começarmos bem quero que venha a minha festa hoje.

Ele responde rápido. Como se estivesse esperando uma mensagem minha.

*link google maps*

Ah ok. Tem um tipo especifico de roupa pra ir?

Terno, por favor.

Eu não tenho um terno e são sete e vinte e oito da tarde. Onde vou arrumar um terno?

Vem aqui que eu te empresto um meu. Vem rápido

Eu desligo o celular. tomo banho e pego qualquer roupa já que vou ter que trocar de novo mesmo. Pego as chaves do carro e saio do prédio.

. . .

Chegando lá ele me leva até um closet e me dá 3 tipos de ternos. Azul marinho, preto e um vermelho bem escuro tipo vinho. Eu entro no banheiro e eu troco de roupa.

Primeiro testo o preto primeiro e fica apertado demais, mas é bonito.

Depois testo o azul marinho e fica grande demais, mas também é bonito.

E por ultimo o vermelho meio vinho que fica perfeito. Eu saio do banheiro e Gabriel e está me esperando. Eu vou até o espelho do closet e vejo pelo espelho ele me olhando.

– Pare de me olhar – eu digo e ele desvia o olhar para o celular – acho que ficou bom – eu viro e olho para ele.

Ele dá de ombros. E eu bufo.

Nós descemos as escadas e já há vários convidados incluindo algumas amigas minhas então desço correndo para ir conversar com elas. Eu as comprimento com um beijo na boca. Essa sempre foi a nossa forma tradicional de nos cumprimentarmos.

– Caralho Cauã! Tá beijando bem pra porra! – Yasmin diz, eu dou de ombros.

– Eu achei meio merda – comenta Heloisa.

– Vai se foder então – digo e nós rimos.

Gabriel está atrás de mim com uma cara furiosa e eu não entendo porque. Ele vai embora. Elas me olham e eu dou de ombros.

– Vem, vamos pegar alguma bebida – Yasmin nos leva para o bar da festa.

Nós bebemos muito, muito mesmo e não sei se consigo dirigir. Não! Tenho certeza que não consigo, mas Gabriel nunca que me deixaria dormir aqui porque ele me odeia e eu o odeio de volta e ele é um babaca, egocêntrico, mimado.

– Ah tudo bem – ele diz.

– O que!? – eu exclamo. Fui refutado

– Você pode dormir aqui, porém, não vá achando que eu estou começando a gostar de você. Apenas acho que isso ajudaria a isso acabar mais rápido. Eu te odeio e você me odeia de volta então está tudo certo – ele diz quase exatamente o que eu pensei.

Ele me dá um pijama e me mostra o quarto de hospedes e eu durmo, ou era o que eu estava tentando fazer. Já passaram mais de três da manhã e eu fui dormir meia noite e nada. Esse quarto com paredes azuis acinzentadas me da repulsa. Só de lembrar que estou dormindo na casa de Gabriel, já me causa ansiedade e repulsa então eu não durmo. Pego meu celular e fico vendo as postagens das pessoas na festa de ontem – ou hoje. Como não dormi, não sei como se referir a o hoje e ontem– no Instagram e percebi o quão arrumadinho Gabriel estava. Só esse sorrisinho dele nessa foto com esse topete dele e seu terno preto já me dá nojo.

A porta do quarto se abre e falando no diabo, lá está ele.

– Me desculpe, eu... – ele diz saindo.

– Tudo bem – eu digo e ele entra de novo – você meio que não me acordou. Eu nem dormi ainda.

– Ah, mas me desculpe por entrar sem permissão. Eu... – ele parece pensar em algo e vai até o guarda roupa do quarto, mas ele está vazio – na verdade eu não sei o que vim fazer aqui. Foi mal.

Ele diz em quanto vai em direção a porta.

– Quer ficar aqui? Está bem entediante e a gente meio que precisa se dar bem.

Ele fecha a porta e se senta na cama de frente pra mim. é uma cama de casal então não ficamos perto um do outro.

Ele boceja.

– Eu estou cansado e com sono, mas se deito, eu o perco.

Eu me sento na cama, encostado na cabeceira.

– Eu não sei o que falar, me desculpe – eu digo e bufo.

– Ah tudo bem. Nem eu sei o que falar – ele fica em silencio por um tempo e abre a boca e fecha varias vezes, até que ele decide dizer algo – quer ir num hospital comigo? Todo ano eu vou em um ver as pessoas e ver se posso ajudar em algo e as vezes eu consigo ajudar e eu meio que cansei de ir sozinho. Se você não quiser tudo bem, eu entendo. Além do mais, estamos fazendo isso por uma reputação mais aceitável pelo o que rolou na festa.

– Tá, eu vou.

Ele sorri pra mim e eu sorrio de volta sem motivo, mas fecho a cara e ele faz o mesmo em seguida.

– Mas ainda te odeio – eu digo.

– Eu te odeio mais – ele provoca.

– Ué, foda-se? – eu digo e rio – eu te odeio de qualquer forma, sendo mais ou menos que você.

Ele da de ombros e vai até a porta. Ele enfia a cabeça pra dentro do quarto e diz:

– Tenha péssimos sonhos: sonhe comigo – e sai do quarto.

Eu apago a luz e viro pro lado contrario da porta, fecho meus olhos e finalmente durmo.

Um amor entre notas músicaisOnde histórias criam vida. Descubra agora