Capítulo 11

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A semana começa com um clima diferente desde a festa. Soube que muitos beberam e desmaiaram na grama, outros foram para algumas casas noturnas para continuar a noite de farra. Todos parecem estar de ressaca, com aparências horríveis, inclusive Chloe, que perde a hora.

— Acorde. — Grito.

— Que horas são?

— A hora de estar na sala de aula! Levante, Chloe.

Pego minha bolsa e algumas apostilas, e saio. Tenho certeza que Chloe não conseguirá se levantar, e permanecerá dormindo.

Ouço pelos corredores que a garota que caiu do prédio foi a óbito. Uma menina chora copiosamente, dizendo que a conhecia e que ela era praticamente perfeita.

Depois que morre, todo mundo resolve dizer que a conhecia. Mas antes, duvidaram dela. Penso.

Encontro George na entrada, concentrado em alguns papéis.

— Me esperando? — Brinco.

— Também. Muita coisa acontecendo.

— Sobre a garota...

— É, é... Ela não resistiu aos ferimentos, e parece que a polícia não conseguiu falar com ela. Não se sabe se ela se jogou ou...

— Acha que alguém a empurrou?

— Quem sabe? Se ela foi atacada, como disse antes de tudo isso, o culpado pode ter ido atrás dela, tentar calá-la.

— É uma possibilidade.

— Mas se for isso mesmo, você pode estar correndo o mesmo perigo, Allie.

Paro para pensar, percebo que George tem razão. Só de imaginar que o agressor esteja me observando de algum lugar, minha espinha toda se estremece.

— Tomarei cuidado. — Prometo.

— Não saia de perto de mim, por nada.

Eu sorrio. Gosto do lado protetor de George, mas me preocupo com o que podem pensar sobre nós dois. Já nos perguntaram se éramos um casal e foi desconfortável explicar que somos apenas bons amigos. Ninguém mais acredita que possa existir apenas amizade entre uma garota e um garoto, homem e mulher. A sociedade é toda distorcida, penso eu.

Encontro Charles vagando pelo corredor, aparentemente perdido. Ele me vê e acena, enquanto se aproxima.

— Allie!

— Charles.

George fica perdido, sem entender nada.

— Ele foi o aniversariante, da festa do final de semana. — Explico. — Esse é George, meu colega.

Apresento os dois, que se cumprimento cordialmente, mas sinto que George não recebeu muito bem o novo amigo.

— Sua festa foi bacana. — George comenta.

— Pena que foram embora cedo.

— Como sabe que saímos cedo da sua festa? — Eu quis saber.

— Eu os vi, de longe. Reconheci sua roupa de Alerquina. Era a única.

— Ah! — Suspiro fundo, e o encaro.

— Bom, vou para a casa de veraneio no próximo final de semana. Gostaria de convidá-la. Irá alguns amigos da faculdade. — Ele se vira para George, como se o tivesse desafiando — Você também pode ir, George. — esboça um sorrindo, numa provocação clara.

— Verei como fica a minha semana. Estamos em fase de provas, trabalhos... — Respondo, tentando melhorar o clima estranho entre eles.

— Certo. Fique com isso, é meu contato. — Charles me entrega um cartão de visita.

Até você chegarOnde histórias criam vida. Descubra agora