Capítulo 28

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Acordo com o gosto de sonho. Eu me belisco várias vezes para ter certeza de que não sonhei com a noite passada. James e eu, juntos. Sem brigarmos, sem sarcasmos, sem fuga. Parecia um sonho e eu não queria acordar. Charles nos viu juntos no telhado e não quis interromper. Garantiu que estava tudo bem para ele e que torcia para que James e eu ficássemos bem. Mas, no fundo, lamentei por não ter dado certo com ele, por afinal de contas, ele sempre foi gentil comigo.

— Allie! — Chloe me chama, batendo no meu ombro.

— Sim.

— O que você tem, que está tão distante?

— Não é nada.

— Como foi a festa?

— Foi legal.

— Só... legal? Você chegou bem tarde. Rolou algo entre você e Charles?

— Charles? De jeito nenhum. Somos amigos.

— Achei que vocês dois estavam se flertando.

— No começo, sim. Mas, depois vimos que somos melhores como amigos.

— George me disse algo meio maluco, e eu achei absurdo.

— O que ele disse?

— Que você está meio apaixonada pelo encapuzado.

— Por que ele disse isso?

— Porque vimos ele pelo campus, o encapuzado. George disse que achava que você tinha uma queda por ele.

— O encapuzado tem nome. É James. E é irmão de Charles. — Revelo, tirando uma carga enorme do meu ombro.

Chloe paralisa, sem saber o que dizer. Sua expressão fica confusa.

— O encapuzado é irmão de Charles? Herdeiro de uma das famílias mais ricas do país?

— Isso mesmo.

Ela parece não acreditar.

— Você deve estar... confundindo. Como é possível?

— Por que parece ser... impossível?

— Ele é esquisito, anda se escondendo, é antissocial, e completamente diferente de Charles. Ele não tem traços de pertencer a uma família rica, Allie.

— Confirme com Charles, se quiser. E ele não é antissocial, muito menos esquisito. Ele é... especial.

— Então é verdade, está mesmo caidinha por ele?

— Talvez!

Chloe fica ainda mais chocada, e resmunga pelos cantos do quarto de que sou maluca. Dou de ombros, e me concentro nos livros. Ao menos tento, pois a noite passada não me sai da cabeça. É difícil absorver palavras de um livro quando o beijo de James ainda está tão vivo na minha mente.

Caminhando pelo campus ao lado de duas colegas, vejo James no outro lado, todo discreto, me observando. Ele sorri, fazendo meu coração palpitar. Tenho vontade de correr para ele, abraçá-lo, e não deixar que fuja de mim, nunca mais.

No meio das pessoas, ele desaparece. Sua figura parece sempre um sonho para mim. Eu realmente o vi? Não era fruto da minha imaginação? Estou tão feliz que poderia morrer a qualquer momento, sem nenhum arrependimento.

Encontro Charles no caminho, concentrado em uma conversa com amigos. Ele acena com a cabeça e se aproxima.

— Como vai? — Ele pergunta.

— Sobrevivendo.

— Eu soube que você e James...

— Vocês conversaram sobre mim?

Até você chegarOnde histórias criam vida. Descubra agora