Capítulo 18

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   "Foi um momento de clareza em meio ao caos, uma epifania que me fez perceber o quão frágil a vida pode ser. A escuridão pode nos cegar, mas também pode nos revelar verdades profundas sobre nós mesmos e sobre o mundo ao nosso redor."

À medida que meus sentidos retornam, sinto um aperto no peito e uma dor latejante na cabeça. Abro os olhos e me deparo com a penumbra envolvendo uma pequena cabana rústica. A primeira coisa que noto foi o cheiro de madeira queimada, misturado com o aroma de folhas úmidas. Estou deitada em uma cama simples, converta por um lençol surrado.

Lentamente, as lembranças começam a voltar. Um ataque repentino, sons abafados, uma luta corria ao meu lado, e então o vazio. O completo vazio. Eu havia desmaiado. Mas, como sempre, ele estava lá para me salvar. Ele, o enigma constante da minha vida.

Ele sempre escapa de meus dedos quando tento alcançá-lo, mas também surge em meu socorro quando eu mais preciso. Sua presença é como um mistério envolto em uma aura de mistério. Sei pouco sobre ele, apenas que seu nome era sussurrado nas entrelinhas de rumores. E. no entanto. Ele estava cuidado de mim, mais uma vez.

Levanto-me com cautela, sentindo minhas pernas vacilarem por um momento antes de se firmarem. Caminho em direção à janela, observando o lado de fora. A floresta estava serena, como, se o ataque anterior fosse apenas um sonho distante. A luz da lua filtrava-se através das folhas, pintando o chão com uma tapeçaria de luz e sombras.

Volto-me par ao interior da cabana, onde ele estava ocupado com a lareira desgastada pelo tempo. Ele parece tão concentrado que não me atrevo a interrompê-lo. Seus olhos fixam-se no fogo, que queimava galhos úmidos e secos. Seus cabeços escuros caem levemente sobre a testa, e eu posso sentir meu coração acelerar ao vê-lo tão próximo.

Um turbilhão de perguntas ronda em minha mente, mas as palavras parecem fugir de mim. Como eu poderia expressar a gratidão que sentia por ele? Como poderia revelar o quanto ansiava por entender seus segredos e desvendar seus motivos de sua constante fuga?

Respiro fundo e decido ser o dia. O dia de desvendar o enigma que ele representava.

— Onde estou? — Pergunto, aproximando-me dele lentamente.

— Numa cabana...

Ele não se vira para mim. Continua concentrado na lareira.

— Por que me trouxe para cá? — Continuo.

— Foi preciso.

— Preciso voltar para a barraca...

Ele suspira, aparentemente irritado.

— Você se lembra do que aconteceu? — Indaga.

— Alguém... me atacou.

— Exatamente. Quem quer que seja, pode estar atrás de você, lá.

— Está dizendo que ele está no acampamento?

— Estou dizendo que ele sabe que você pode estar lá.

— Você... viu o rosto dele?

— Estava escuro, não deu para ver quase nada.

— Droga!

Sento-me na cama. Não sei o que pensar ou como agir. Ele ainda não olha para mim, sequer vira o rosto para conversar comigo.

— Por que você não olha para mim enquanto conversamos? — Interpelo.

— Não preciso olhar para você para isso.

— Então como poderia saber se minto ou digo a verdade?

Até você chegarOnde histórias criam vida. Descubra agora