Pov. Adrien
"Nada que tu faças vai valer a pena no final porque mais cedo ou mais tarde vai ser esquecido mas, não me interpretes mal, isso não significa que possa tratar as pessoas com crueldade. O que eu quero dizer é que: a vida acaba, é inevitável, só que tens de aproveitar o tempo que tens, mesmo que esse tempo seja...limitado."
Estúpido.
Estúpido, estúpido, estúpido...
Quem sou eu para dar conselhos sobre coisas que eu mesmo faço? Sobre a dor que eu causo.
Não posso continuar a fazer isto. A culpa de estar a magoar outras pessoas começa a pesar-me nos ombros.
Na verdade, sinto como se esse peso me atormentasse há uma eternidade.
Mas tudo se abateu sobre mim quando vi o quanto a minha nova turma está magoada com a perda do Ivan. E confesso que a Marinette foi a que me deixou pior porque ela está claramente a tentar manter-se firme e forte por todos mas lá no fundo está estilhaçada.
Todos estão...
E a culpa é minha.
Quando saio da escola e abro o meu guarda-chuva, porque parece que o mundo está a cair, já tenho um plano organizado na minha cabeça, já sei o que vou dizer ao meu pai quando chegar a casa. Já sei o que vou dizer quando voltar a ver a Ladybug.
Já sei o que vou dizer a todos. E vou dizê-lo, mais cedo ou mais tarde, custe o que custar.
Vou pedir-lhes desculpa, vou tentar resolver tudo.
Eu vou resolver tudo.
Então ouço um soluço ao meu lado, misturado com o som das gotas de chuva que caiem do céu.
O que é que ela...?
- Marinette?- digo ao vê-la sentada no topo das escadas, com o desenho que fiz esta manhã, se é que podemos chamar aquilo de desenho, pendurado nas pontas dos dedos.
Ela ergue a cabeça e olha para mim, mas rapidamente esconde a cara nas mãos e limpa as claras lágrimas que lhe molham as bochechas.
Lágrimas que ela tentou esconder mas que eu já vi. E detesto vê-la assim.
- Adrien!- diz ela e ao mesmo tempo funga o nariz, o que faz com que o meu nome soe como um daqueles espirros presos. Tem um sorriso forçado no rosto quando continua a falar- Eu achava que já tinhas ido para casa...
- Não, o meu motorista vem buscar-me agora mas... Ei, está tudo bem?
Ela nem hesita em responder:
- Sim, claro! Porque é que eu não haveria de estar bem?
Inclino a cabeça e ergo uma sobrancelha.
- Porque é que não haverias de não estar bem?
A Marinette encara-me por um momento e, depois volta a olhar para a frente, como se pensasse no que eu lhe disse.
Ou se calhar está desconfortável. Raios, fiz asneira outra vez.
- Porque eu não posso não estar bem, Adrien- responde ela.
E eu já entendi o que se passa aqui.
Fecho o guarda-chuva e sento-me ao lado dela, garantido que estamos a uma distância que não cause nenhum constrangimento e também que a chuva não nos molhe.
Pouso a minha mala e o guarda-chuva ao meu lado e dou um leve toque no braço dela com o cotovelo, como que para a incentivar a desabafar comigo.
Quero que ela se sinta segura ao pé de mim. Quero que todos sintam isso.
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O Monstro e a Joaninha | [MIRACULOUS AU]
FanfictionEle cometeu um erro. Um grande, GRANDE erro. E ela estava perdida. Confusa. Sem rumo. Ele era um monstro. Ela era uma joaninha. E os dois estavam desfeitos por dentro. (AU - Universo Alternativo) ⚠️⚠️⚠️ Esta história contém cenas de violência e abor...