Pov. Ladybug
Não estava pronta para isto. Definitivamente não.
A miúda no meio da tempestade aponta o seu guarda-chuva para o ar, e raios caem do céu e fazem manchas escuras no solo.
Os risos maléficos e os gritos aterrorizados das pessoas retumbam e espalham-se com o vento, o meu cabelo está encharcado com a chuva pesada que pinga das nuvens, mas também há flocos de neve que me fazem escorregar nos telhados.
E aquele caos só parece avançar conforme a vilã avança, então metade da cidade tem chuva e neve, a outra metade tem sol.
Nada faz sentido.
E, enquanto tento perceber o que fazer, a vilã solta um riso alto e bizarro e aponta o guarda-chuva para um carrossel no parque onde algumas crianças brincam e onde adultos olham à volta a tentar perceber o que se passa.
Então, um raio de gelo gigante atinge o carrossel e forma uma espécie de barreira que impede que as crianças saiam do brinquedo.
É uma questão de segundos até que choros altos, gritos, espirros e tosse comecem a rebentar na minha cabeça.
- Mamã!
- Ajuda! Socorro...
- Eu quero ir para casa!
As mães e pais das crianças formam um círculo à volta da barreira começam a bater no gelo, a tentar parti-lo mas nada acontece. Nem uma rachadura.
Sinto-me mole e mal-disposta quando salto para os passeios, os meu calcanhares embatem no chão com demasiada força mas eu ignoro. Os pais correm na minha direção quando eu chego ao parque.
Seguram-me os braços, abanam-me, berram, imploram e ordenam que eu ajude os seus filhos.
E eu acabo por ser empurrada contra o carrossel, o gelo morde-me a pele e faz-me inspirar profundamente para não arquejar com a repentina mudança de temperatura. Afasto um pouco a cara e assusto-me com a criança que me encara.
A Manon está aqui, a esmurrar o gelo com as mãos pequenas, lágrimas a escorrer do seu rosto.
Dou dois passos atrás e relembro a mim mesma de disfarçar o meu espanto e a minha insegurança.
Ninguém pode saber. Mantém a calma, respira.
Tiro o io-io da cintura, enrolo-o à volta daquela "fortaleza" e puxo-o, com a esperança de que o io-io sirva como uma faca quente e corte o gelo ao meio.
Mas não.
O io-io escorrega para cima e solta-se do gelo, caindo desajeitadamente no chão à minha frente.
Novos gritos começam, as mães desesperadas começam a correr outra vez e algumas escorregam na neve.
Algumas magoam-se, fazem cortes pelo corpo que pintam a neve de vermelho, como um quadro medonho.
Os pais frustrados seguram-me os ombros e abanam-me para a frente e para trás com violência, raivosos. E ajoelham-se ao lado das esposas aleijadas.
E eu tento ajudá-los, chamá-los à razão. Fazê-los parar com toda a loucura desesperada mas não adianta. Os gritos fininhos das crianças continuam, assim como o pânico dos pais.
Mas a vilã continua ali, a rir. A fazer manobras bizarras com o clima.
As águas no rio Sena começam a aumentar e a subir, então chegam às bordas e começam a inundar as ruas, deitando abaixo árvores e fazendo com que os carros estacionados ali à volta comecem a boiar e a viajar com a forte correnteza.
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O Monstro e a Joaninha | [MIRACULOUS AU]
FanficEle cometeu um erro. Um grande, GRANDE erro. E ela estava perdida. Confusa. Sem rumo. Ele era um monstro. Ela era uma joaninha. E os dois estavam desfeitos por dentro. (AU - Universo Alternativo) ⚠️⚠️⚠️ Esta história contém cenas de violência e abor...