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MARINA,2006.
A excursão em São Paulo terminou da melhor maneira possível. Luiza estava de volta e as coisas estavam começando a ficar boas em 2006. A única preocupação que me assolava naquele momento era o beijo entre mim e Fabrício, confesso que não consegui pregar os olhos na noite passada por não conseguir parar de pensar nisso.
Nós definitivamente não éramos um casal, depois da festa na boate, Fabrício não disse palavra alguma e eu apenas deixei para lá, fingindo que o beijo tenha sido apenas um surto coletivo.
Mas é claro que não foi e eu tinha Anita e Joel para me lembrar constantemente. Os dois não paravam de fazer piadinhas que me tiravam a paciência.
ㅡ E você dizendo que não gostava do garoto, ai ai ai, Marina você acha que me engana? ㅡ Anita cochichou em meu ouvido para que Luiza não escutasse.
ㅡ Para de falar besteira. Foi só coisa do momento, não significa que eu goste dele.
Eu gosto.
ㅡ E aí, meninas! Suave?
Engasguei com o ar ao ouvir a voz do mesmo, Fabrício desceu das escadas da escola e correu em nossa direção.
ㅡ Algumas de vocês tá interessada em ser minha cobaia? Eu tenho que ajudar meu pai na lanchonete e eu queria que alguém experimentasse o novo sabor de sorvetes. Passas ao rum com um ingrediente especial.
ㅡ Esse é o meu favorito. Sorri para o maior que retribuiu o gesto.
ㅡ Você gosta desse sorvete de velho, Mari? ㅡ Luiza questionou com uma careta de desgosto.
ㅡ É o melhor que tem. Fabrício e eu falamos ao mesmo tempo.
Anita lançou um sorrisinho sugestivo na minha direção e Luiza sorriu, como se lê-se mente da irmã.
ㅡ A gente não vai poder ir, não é Anita? ㅡ A cacheada concordou com a cabeça. ㅡ Mas vocês podem combinar de ir tomar esse sorvete juntinhos.
Então as duas simplesmente saíram andando, me deixando sozinha com Fabrício. Engoli em seco antes de voltar a olhar para ele.
ㅡ Eu vou arrastar elas, prometo.
ㅡ Eu vou esperar você... digo, vocês. Ele se corrigiu.
ㅡ Tá. Acenei para o maior, girando o calcanhar e seguindo em direção a Anita.
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