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MARINA, 2021.
—— Nossa, meninas! Que saudade desse quarto —— Anita e eu viramos a cabeça para a porta, encontrando a mulher bem vestida.
—— E a senhora também, né? Não pode ver um barraco que já entra no meio. Mas esse foi belíssimo.
A mulher sorriu.
Pisquei os olhos, ainda atordoada. Anita me encarou do mesmo jeito e eu toquei em suas orelhas, notando os brincos e piercings.
Piercings que ela colocou em 2006.
—— Eu disse que não era um sonho! —— gritei, sentindo o coração bater tão forte que meu peito doeu.
—— Aquilo não foi um sonho? —— Anita estava pálida, tão branca quanto papel.
—— Não, voltamos no tempo de verdade!
—— Gente, vocês estão bem? —— Não ouço vocês falando sobre viagem no tempo desde 2006. A mulher se aproximou, colocando a mão em nossas testas, checando se estávamos bem.
Provavelmente não estávamos.
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Não consegui ficar até o final da festa, pedi para Anita para ir embora e a moça que um dia tinha sido César, nos acompanhou até o carro e dirigiu de volta para São Paulo.
Ela parecia tão legal quanto César era com quinze anos e fiquei me perguntando se ela entrou em nossas vidas porque Anita e eu mudamos nosso passado em 2006. Essa era a única explicação.
Queria saber seu nome, mas pegaria mal perguntar do nada. Ao que parecia nós éramos melhores amigas.
—— Finalmente em casa! —— Anita suspirou, aliviada. —— Ó, pode deixar que a gente sobe sozinha, tá? Vamos Marina.
—— Veleu pela carona, amiga. Sorri para a mulher, enquanto tirava o cinto.
—— Que?
—— Você deve estar cansada da viagem, né? Pode ir pra sua casa, não tem problema!
