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MARINA, 2006.
Um grito repleto de fúria escapou de meus lábios quando encarei minha versão de quinze anos. Eu estava tão furiosa com Anita que apenas agarrei a jaqueta jeans jogada sob a cama e sai de casa de pijama e tudo, marchando em direção a casa da garota.
Minha expressão suvizou quando passei pelos pais da cacheada na sala, mas logo voltei a bufar, abrindo a porta lilás com brutalidade.
ㅡ Tá brincando comigo?!
ㅡ Mari...
ㅡ Corta essa, Anita! Por que diabos estamos em 2006? Nossa vida tava ótima! ㅡ berrei mesmo, apontando o dedo na cara da garota.
ㅡ Eu sei, mas a vida dá Luiza tava uma merda. Tenho que fazer algo, ela é minha irmã!
ㅡ Não podia resolver isso lá no futuro?! ㅡ indaguei, Anita negou.
ㅡ Eu tenho que ajudar, Mari. Anita abaixou a cabeça, envergonhada. ㅡ Se eu pudesse, viajava sozinha, mas estamos conectadas.
ㅡ Se você volta, eu volto.
Deixei o ar escapar de meus labios, me arrastando até a cama da garota. Enfiei as mãos no cabelo e apertei os olhos, organizando os pensamentos.
ㅡ Ok. Vamos ajudar a Luiza. ㅡ cedi, encarando Anita. ㅡ Mas me promete que depois que a Luiza estiver bem, você vai deletar a conta do floguinho.
Anita arregalou os olhos, mas logo acenou com a cabeça, concordando.
ㅡ Tudo bem.
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Voltei para a minha casa apressadamente, troquei o pijama por um jeans de lavagem clara e camisa branca com detalhes vermelhos. Enquanto penteava os cabelos, notei as mechas rosas entre meus fios vermelhos e me perguntei onde eu estava com a cabeça quando concordei aquilo.
Pintar o cabelo com papel crepom, Marina de quinzeanos? Que loucura!
Anita e eu caminhamos juntas para IECET e tive a impressão de que teria alguns show de talentos ou algo assim na escola. A maioria dos adolescentes estavam ensaiando truques, danças, músicas e outros talentos para a apresentação.
