Ivarsen

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    Ainda está tão escuro que não consigo ver minhas mãos. Mas não é por isso que quero a luz. É pelo simples fato de que não posso assistir seu rosto delicado e  me  perder  na  escuridão  de  seu  olhar  penetrante. Não ver minha Finn não  é diferente  de  viver  sem  o  sol. 
  
        Quando achei que tinha a perdido foi como tivessem tirado minha alma e apenas deixado a carcaça do meu corpo e agora eu estou mais apaixonado por ela do que estive todos esses anos, reconheço o quanto essa garota significa para mim e Deus, se um dia acontecer algo com ela não me deixe viver em um mundo onde ela não existe.

"Você realmente está aqui."  Eu a beijo como nunca beijei antes. 

   Como se esse beijo fosse o último que eu teria. Minhas unhas afundam em sua nuca e bato a frente de seu corpo contra o meu. Finn grita, sua mão segurando  meu  bíceps  para  se  equilibrar, rindo e caralho, sua risada me enche novamente de alegria.

"Eu pensei que tinha te perdido." Eu  resmungo, sem reconhecer minha própria voz. Está rouca, exausta e minha garganta arranha pela secura nela. Olho para ela com mais detalhes agora e percebo o sangue seco nas suas roupas.  Começo olhar ao arredor e vejo os corpos caídos.

"V-você fez isso?" Pergunto.

"Apenas Sasha e Hunter." Ela bufa entre fungadas.

"Você sujou suas mãos com sangue, Finn, você está bem? Nós vamos trabalhar isso quando voltar, amor." Minha preocupação é perceptível na minha voz e acho que ela cairia ali em lágrimas mas não, ela apenas passa os dedos no meu rosto e me sela com um selinho.

  "Eu tenho você, isso que importa e faria novamente se alguém tentasse tirar você de mim."

"Finn?" A puxo pra mais perto de mim, mesmo com toda essa sujeira o seu cheiro de baunilha me atrai pra ela.

"hum?"

"Case comigo." Falo olhando em seus olhos.

"Você bateu a cabeça?" Ela ri.

"Não. Estou certo do que eu estou te perguntando, olho para suas mãos e meu sorriso se alarga ao ver o anel que dei dois meses atrás quando a pedi em namoro.

   Com um pouco de dificuldade me ajoelho na sua frente, retiro o anel da mão dela e olho em seus olhos, seus olhos de gato curiosos me olhando com ternura.

  "Case comigo, Finn, você nunca mais irá ficar sozinha. Eu te amo e isso é tudo o que eu realmente sei. Meu bem, apenas diga sim."

Ela ainda está em silêncio mas lágrimas começam a escorrer pelo seu rosto. Medo dela dizer não me atinge.

"Certo. Eu vou me casar com você." Ela ri alto e  se joga em cima de mim me dando um guerra de beijo por todo meu rosto.

"Você não pode mudar sua escolha uma vez que me disse sim." Falo tentando escapar dos seus agarres.

"Eu não vou." Mais beijos e beijos, muitos beijos.

"Perfeito porque nunca vou deixar você."

     Um corpo cai sobre nós e quando olhamos é Octavia, ela abraça nós dois e rimos. Finn se afasta um pouco dando espaço para minha irmã me abraçar melhor, me sento com ela em meus braços e sinto seu corpo tremer e soluços baixos. 

"Eu tive tanto medo, Ivar." Ela diz.

"Eu também, Tavi."  A abraço mais apertado passando a mão em seus cabelos e ficando com ela ali por uns minutos até ela se acalmar.

   Lembro do dia que ela chegou em casa nos braços  do meu pai, ela parecia uma boneca, sua pele de porcelana e cabelos escuros. Eu e Gunnar apostamos sobre as cores dos olhos dela, Gunnar disse que seria diferente de todos nós e seria verdes mas eu ganhei a aposta dizendo que ela seria igual nosso pai, Dag na época com 4 anos disse que ela seria igual nossa prima Athos e teria duas cores de olhos diferentes.

    Quando ela se afasta do meu agarre ela limpa seus olhos antes de virar para o resto das pessoas. Todos estão me olhando, meus pais estão abraçados e por incrível que pareça com tudo que aconteceu eles deixaram Tavi e Finn vir até mim primeiro.

   Olho para os meus pais e levanto com ajuda de Dean que dou um breve abraço mas um abraço firme e com respiração pesada, me aproximo dos meus pais e por um instante olho em seus rostos e suspiro. Meu pai olha para mim com o medo ainda em seus olhos e me jogo entre eles abraçando os dois.

"Meu bebê." Minha mãe diz em lágrimas enquanto me abraça, "meu lindo menino" Ela passa as mãos em meu rosto, corpo e sente todo detalhes que ela pode. Com passar dos anos ela sempre pedia ao meu pai ou a nós para contarmos a ela como estávamos ficando de aparência. Seu sorriso se abre e seus olhos voltam a ter alegria.

  Meu pai me abraça, E pela primeira vez o grandioso Damon Torrance se deixa cair em lágrimas e soluço. E o pensamento de saber que ele só está  aqui porque o genitor dele abusou da minha avó me corrói por dentro, eu o abraço mais firme.

  "Obrigado, pai! Obrigado por tudo e por ser você o nosso pai. Não existiria outro no mundo que seria melhor que o senhor."

"MÁQUINA DE ABRAÇO." Octavia grita atrás de nós e se joga em nós três, Vejo pelo relance minha Tia Banks, Tia Rika, meus tios, Madden, Indie e Finn se juntando ao abraço.

    Meu pai levanta a cabeça e sigo seu olhar, ele paira em Dean que nos observa com um sorriso.

"Vem aqui, Garoto." Meu pai o chama e Dean não hesita em pula em nós nos abraçando, rimos pelo fato que ele nem hesitou.

  "Ainda temos que conversar sobre o que eu ouvi." Meu pai diz.

"Damon..." minha mãe fala em uma bronca.

"Que seja." Ele bufa.

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