Capítulo XLVII

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(N/A: se quiserem podem ler com Where's my love - alternative version - SYML pq escrevi o cap com ela)

≈Antônio•

Obrigado por ter vindo - abraço meu irmão com toda a força que consigo.

— Tudo por você, moleque - ele sorri mas o sorriso não atinge os olhos.

— Eu quero organizar algumas coisas legais.

— Você não vai morrer, filho de puta. - a voz sai fria.

— Eu espero que não, mas... agora eu tenho uma família. - sorrio.

Mario respira fundo e vejo que ele está entre me xingar ou me abraçar e chorar. Os 14 anos que nos separavam o transformou em uma figura paterna em minha vida. Amanda se recusava a assinar a união estável e qualquer papel que eu tentei passando meus bens pra ela. Aliás foi o motivo de uma semana inteira de brigas fervorosas em que ela gritou algumas vezes que parecia que eu estava desistindo.

Não era isso...

Eu queria acreditar no sucesso do tratamento. Mas, eu já havia acreditado uma vez...

Mario fecha os olhos e balança a cabeça.

— Amanda não aceita assinar os documentos, disse que fica sem nada mas não assina. Então... - suspiro - eu quero fazer uma procuração pra você e quero que você me prometa que dará todo suporte a ela e a minha filha se algo acontecer comigo.

Os olhos dele lacrimejam e vejo ele levantar virando as costas pra mim. Meu irmão apoia a cabeça na porta.

— Porra, Antônio! - ele esmurra a parede - porra.

Vejo o corpo dele balançar com as lágrimas e caminho até ele o puxando para um abraço.

— Não é justo... - as lágrimas faziam ele soluçar e eu nunca o havia visto tão emocionalmente abalado assim - não é justo. Você tem uma bebezinha. Não é justo!

Não falo nada, sentia meu corpo anestesiado o bastante para nem reagir.

— Me promete? Me promete que vai cuidar delas. Que vai cuidar da Aurora como se fosse a sua filha. Da Amanda como se fosse uma extensão minha.

Ele segura meu rosto olhando no fundo dos meus olhos e cola nossas testas.

— É claro que eu vou, como se fossem minhas.

— Obrigado. - sorrio fraco e ele beija minha testa - obrigado, irmão.

Ficamos em silêncio por alguns segundos e ele se acalma limpando as lágrimas. Sentamos novamente e mostro alguns dos papeis que havia separado, ele analisa todos opinando.

≈Amanda•

Eu não sei mãe, eu não sei o que aconteceu. Eu achei que ele iria se sentir otimista agora, principalmente porque temos a Aurora. - levo a mão a testa - mas... parece que ele está desistindo.

— Ele está com medo, filha. - ela me olha através da video chamada - isso é medo.

— Mãe, eu fiz um plano de ação junto com o médico dele. Eu montei um tratamento inteiro. Estou há dias sem dormir direito vendo quais as melhores probabilidades e ele só sabe falar sobre documentação, papelada e como quer deixar Aurora e eu bem amparadas. Eu não quero a porra do dinheiro, mãe. Eu não quero ações ou empresa, eu quero meu marido, o pai da minha filha. Aqui, comigo. Aqui, vendo ela crescer.

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