Capítulo XXVII

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≈Antônio•

Havia passado a noite em claro com medo do meu corpo esquentar, minha mãe havia ido embora e eu me encontrava completamente sozinho e pensativo. Sentia meu estômago revirar em uma expectativa que eu mesmo não entendia o motivo.
Pensei em ligar para Amanda mas mentalizava que ela precisava descansar. Falei com alguns amigos da academia, resolvi pendências da empresa. Meu cérebro simplesmente não desligava.
Relembrei a viagem e analisei como minha vida havia mudado tanto em três meses.

Meu coração bateu mais forte quando pensei em Amanda e a forma como ela apareceu na minha vida e fazia jus ao apelido. Ela realmente era a luz da minha vida. Estar com ela afastava absolutamente todos os maus pensamentos. Até mesmo as crises de ansiedade haviam diminuído. O dia estava dando os primeiros sinais de luz solar quando decidi que ela merecia e nós precisávamos resolver pendências.

A movimentação do hospital já havia aumentado quando o médico entrou no meu quarto dizendo que havia recebido uma mensagem da minha medica particular e eu receberia alta.

Minha mãe veio me buscar e ao entrar em casa vi diversos utensílios pela cozinha.

— Dona Wilma, o que é isso? - digo vendo algo perto de um desastre.

— Vamos dar um almoço para Amanda e a mãe dela.

— Vamos?

— SIM!

— Ela está sabendo disso?

— Liga pra ela e avisa, ela merece um bom almoço e uma apresentação decente.

Dou risada e disco o número dela. Ela atende escovando os dentes e eu sorrio.

— Bom dia!

— Bom dia! Tenho uma notícia pra você.

Ela para a escovação me olhando com uma sobrancelha erguida.

— Minha mãe vai dar um almoço pra você - ela engasga - e para a sua mãe - Amanda tosse e eu dou risada vendo ela ficar roxa e perder o ar por alguns segundos.

— Antônio?

— É isso, se arruma, te busco ao 12 hrs, beijo!

Desligo antes que ela conseguisse dizer algo.

≈Amanda•

— MÃE! - grito do banheiro ainda estática, ela vem correndo.

— Oi, o que aconteceu? É o bebê?

Balanço a cabeça.

— A mãe do Antônio está fazendo um almoço pra gente.

— Pra gente? - balanço a cabeça e ela repete um "eita". - bom, vocês já se conhecem.

— Èh mãe, mas eu não estava escondendo uma gravidez. E se eu enjoar? Meu Deus, como vou ficar sentada escondendo isso por horas deles dois?

Minha mãe segura nos meus ombros.

— Respira, Amanda Alice. Você vai conseguir facilmente.

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