Capítulo XLV

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≈Amanda•

A noite no rancho realmente foi como um reabastecimento, voltei empolgada, viva. Me redescobri. Me senti. Chorei. Ri. Agradeci minha mãe, e também pedi pra ela ir embora. Sentia falta da nossa rotina, intimidade e liberdade.

Ela entendeu e meu pai mais do que agradeceu, prometendo que logo os três retornariam. Dona Wilma foi dispensada mas veio para visitar, ficou pouco mais de uma semana.

Os dias se ajustaram, depois de muito postergar havia agendado a terapia e faltavam poucos minutos para a primeira sessão. Antônio havia ido andar com Aurora no parque enquanto eu realizava a consulta.

— Amanda? - uma ruiva alta me chamou de dentro da sala e meu primeiro pensamento foi "que mulher bonita"

— Eu.

— Pode entrar. - ela sorriu e eu caminhei para dentro da sala aconchegante. O tom pastel deixava tudo clean. - Seja bem vinda, pode ficar a vontade, me chamo Andreia.

— Muito prazer.

— Então, Amanda. O que te traz aqui? - ela sorri de uma forma acolhedora e eu a encaro por alguns segundos.

— Eu preciso me reencontrar. - sorrio fraco - preciso muito.

— Então vamos te procurar.

≈Antônio•

A hora passa rápido, aproveito para fazer uma caminhada no parque guiando o carrinho da coelhinha enquanto Amanda realiza a consulta.

Sinto meus músculos acordarem e a endorfina invadir minhas veias. Aurora dorme tranquila sem se dar conta que está sendo obrigada a se exercitar. Dou risada pensando que se Amanda pudesse faria o mesmo e diria que foi a academia.

Sinto o celular vibrar notificando que Amanda havia terminado a terapia e sigo de volta ao consultório encontrando ela na porta com os olhos inchados.

— O que houve?

— Nada.

— Amor, você estava chorando. O que houve?

— Se sair feliz da terapia, fez terapia errado. - ela ri balançando a cabeça - tá tudo bem. Foi ótimo.

Beijo a testa dela e concordo. Ela abraça Aurora sentindo o cheirinho e vejo a pequena sorrir.

Entramos no carro e fecho os olhos por alguns segundos sentindo a visão ficar turva. Em alguns segundos tudo volta ao normal mas Amanda acaba percebendo.

— Tudo bem?

— Sim, foi o sol. Luana perguntou se o jantar pode ser hoje.

— Claro, por mim está combinado.

Concordo enviando uma mensagem antes de dar a partida no veículo. Amanda parece pensativa e não insisto respeitando o momento dela.

Aurora resmunga durante todo o caminho por causa de uma fralda suja e amanda comenta dizendo que deveríamos instalar uma bandeja resistente no banco de trás que desse para abrir e colocar o trocador. Concordo e digo que vou providenciar.

Fico com Aurora enquanto Amanda se arruma empolgada, vejo ela fazer o cabelo, escolher a roupa, maquiagem e agradeço mentalmente por tudo ter se encaixado.

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