Tainá Costa, point of the view.
São Paulo, Brasil.
Acho que de todas as experiências que eu tive nesse um ano, a sensação de ver a minha filha sofrendo é a pior com todas as certezas do mundo.Maria está com febre a uma semana, coisa de 37/38 graus, mas sempre volta e vai embora. Eu e Victor resolvemos perguntas para a minha mãe e a dele, antes de ir atrás de um médico. Mas como já se passou uma semana e meia, eu resolvi levar ela.
— Calma, linda de papai. — Victor fala, enquanto Maria chorava horrores e ele terminava de vestir um vestidinho confortável nela, depois de termos dado banho.
Arrumei a bolsa da bebê e separei todos os documentos necessários. A única vez que Maria foi ao médico, foi por causa de cólica.
— Se eu pudesse, passava a sua dor para mim, neném. — Falo, beijando a sua mãozinha e verificando pela última vez a sua febre.
— Para nós dois, amor. — Victor disse e beijou a minha testa. — Quanto tá? — Perguntou, assim que o termômetro apitou.
— 38 graus. — Falo suspirando e me levanto da cama.
Descemos e eu peguei as chaves de casa, enquanto avisava a minha mãe e minha sogra que estávamos indo para o hospital. Tranco a porta de casa e entro no carro, onde Victor já estava me esperando.
— Eu tô com medo, amor. — Confesso, sentindo os meus olhos marejarem pela décima vez na semana. — Eu sou uma péssima mãe. Deveria ter trago ela a dias atrás. — Sinto a mão dele em minha perna e encosto minha cabeça no banco.
— Para com isso, vida. Você é uma mãe perfeita e não tínhamos certeza do que fazer. É normal. Somos pais pela primeira vez, linda. É normal ter incertezas. — Ele disse com a voz calma e eu assenti, dando um simples sorriso.
Olhei para trás e vi a minha bebê dormindo. Ela ama passear de carro, sempre acaba dormindo no meio do caminho.
Chegamos no hospital em questão de dez minutos ou nem isso. Eu desci e ajudei Victor a tirar a nossa filha da cadeirinha, depois fomos juntos para dentro e paramos em frente a recepcionista.