Capítulo onze

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Eu estava tão irritada, atos de grosseria me deixavam assim

- para começar, me de a honra de me deixar terminar antes de interromper grosseiramente. Concordo com a ideia de que os indivíduos vivem, sim, em muitas situações, em busca do prazer em detrimento da dor, pelo menos na maior parte. Certamente você concorda comigo sr. Quarterback perfeito. Afinal, você não torna a maior parte de suas decisões com base em sua ilustre carreira no futebol, em algo que lhe traz prazer?

Os alunos moviam a cabeça de um lado para o outro ansiosos com a próxima resposta

- você tem toda a razão, eu faço isso, mas também faço pelos espectadores e colegas de times. Eles se divertem com o futebol, diferente de algumas pessoas
- O que isso quer dizer?
- Isso quer dizer que em Los Angeles, Shakespeare, o futebol é um prazer. Você parece ser a única que não gosta
- Então você provou que eu tenho razão. Aqui, a maior quantidade de bem para o maior número de pessoas é o futebol- respondi seca

Ele ajeitou seu boné

- quanto isso você tem razão, você pode ter razão - ele corrigi - mas nem sempre é tão simples

Cruzo os braços curiosa para ouvir a resposta

- continue
- Voce fala sobre indivíduos fazendo coisas por prazer e para evitar a dor, coisas que não gostam ?
- Sim
- Muitas pessoas fazem coisas que lhes causa desprazer e dor, para corresponder às vontades e desejos de outra pessoa - presumi que ele estivesse fazendo referência ao relacionamento dele com Lexi, que por acaso fazia cara feia para nosso debate
- Ah, não sei se é sempre tão doloroso... estou falando de certas coisas ou certos atos que os outros querem

Tom segurou sua caneta entre os dedos e disse entre dentes
- seja completamente clara, Shakespeare. Aonde está querendo chegar ?

Eu simplesmente não conseguia para depois que comecei. A raiva estava me consumindo

- bem, vamos usar o sexo como exemplo. Uma das duas pessoas que participam do ato deseja-o mais, e a sua pessoa pode estar completamente indiferente, mas acaba cedendo e faz mesmo assim, para deixar seu parceiro feliz. E aí que está a ironia, aquele que esta infeliz ainda se satisfaz sexualmente, e desse modo não tem desprazer algum, não é?-me direcionei para ele novamente

A caneta que estava em sua mãos estourou, a tinta estava correndo sobre seus braços  

- ou que tal citarmos uma pessoa que resolve que seria uma boa ideia beijar  outra, devido a uma atração estranha e inexplicável, e depois pensa bem e conclui que não passou de um maldito erro. Que eles conversaram sobre assuntos pessoais pela primeira vez na vida com alguém diferente, alguém novo, pensando "talvez eu possa confiar nessa pessoa e mostrar quem eu sou de verdade". Só para se dar conta de que o que fez foi idiota e nunca deveria ter acontecido, confirmando que as pessoas não passam de uma grande decepção- ele jogou o resto da caneta no chão

Cochichos se espalharam pela sala. Ficamos olhando nos olhos um do outro, ambos com respirações pesadas, devido ao grande esforço emocional que foi gastado na discussão. A falta de familiaridade com emoções tão francas era uma sensação nova que nós dois experimentávamos. Não sabíamos o que fazer.

A professora Jessica entrou na sala e nos interrompeu. Olhei para meu celular, o horário da aula estava chegando ao fim

- na próxima aula veremos os apontamentos pessoais de Bentham. A leitura essencial está no programa do curso. Turma dispensada.

Voltei para minha segura mesa, lutando contra a náusea. Eu estava mais confusa do que quando li Nietzche pela primeira vez em alemão

A professora Jessica veio em minha direção
- não preciso nem dizer que aquilo foi inapropriado, sn. Quer conversar sobre alguma coisa? O ar daqui, gerado pelo calor de você dois, ficou elétrico como uma tempestade de verão
- Não, eu não quero conversa - juntei meus livros- desculpe. Preciso estudar - digo fria

- Tudo bem, mas você já sabe onde me encontrar

Evitei olhar nos olhos dela. Eu estava tão aliava da sala estar vazia

- obrigada

Assim que passei pela porta Tom apareceu no meu caminho, pulando na minha frente

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Assim que passei pela porta Tom apareceu no meu caminho, pulando na minha frente

- que porra foi aquela? - ele perguntou
- Você foi grosseiro- me certifiquei que estávamos sozinhos
- Eu estava debatendo. É oque se faz em uma aula de filosofia, e VOCÊ levou pro lado pessoal- ele deu ênfase no "você "
- Você também
Encaramos um ao outro, arrepios se espalhavam por meu corpo como um incêndio descontrolado

- por que falou daquela noite? Eu te contei coisas pessoas, coisas que nunca falei sequer em voz alta, e você jogou na minha cara, todos os meus segredos, em uma aula! Eu confiei em você. E você usou minha confiança para sair por cima ?

Gargalhei

- em segredo é o caramba ! A faculdade toda sabe que você usa as garotas so para sexo, o que sinceramente, me da nojo. Depois do que eu vi naquela noite, você me disse que não gostava dela, depois de ter uma conexão comigo, não conseguiu resistir as pernas dela abertas, não é? - eu estava me referindo a Lexi

Tom riu, se aproximando de mim. Nem sequer pisquei, mantendo minha postura confiante. Ele me encurralou em uma canto escuro e isolado

- por que está tão preocupada com quem eu como? Oque isso tem a ver com você ?

Olhei feio para ele, me mantive em silencio por varios segundos
 
- não tem nada a ver comigo

Ele fez cara de desprezo, e bateu a mao na parede sobre mim

- você está mentindo - ele falou entre dentes
- Não estou mentindo. Não tenho nada a ver com quem você come

Tom aproximou mais um pouco o rosto

- até parece! Não acredito em você - empurrei o peito dele, na tentativa de sair dali, pelo menos tentei, ele nem sequer saiu do lugar- eu disse que não acredito em você! Diga por que se importa com isso e não minta, porra - ele gritou novamente

Ele tinha bloqueado qualquer saída

- Tudo bem! Eu me importo porque você me beijou! Me beijou como se não tivesse escolha, droga! Não gosto de ser só mais um brinquedinho

Seu peito musculoso tocou no meu, e seus lábios de abriram

- para sua informação, eu não transei com ela. Na verdade, disse com todas as letras que não nada com ela. O que você disse fez sentido... sobre viver minha própria vida. Você mexeu comigo. Você... me afetou. E preste atenção... você não é brinquedo de ninguém, Shakespeare. Eu posso sair por aí pegando todas, mas nunca faria nada disso com voce

Abri a boca para falar mas ele me interrompeu

- voce é corajosa, por falar assim comigo. Eu não... tolero isso de ninguém. As pessoas por aqui sabem como se dirigir a mim. Elas tem o bom senso de me deixar em paz

Estreitei os olhos

- você está me ameaçando?

Ele abriu um sorriso obscuro, eu não conseguia decidir se queria dar uma soco na cara dele ou submeter meu corpo ao seu controle e ver o que acontecia em seguida.

- não estou te ameaçando, Shakespeare. Estou te elogiando. Estou achando você é essa sua boquinha muito excitante. Mas estou mais interessado em te ensinar como mantê-la fechada

Meu coração acelerou, o calor se espalhou entre minhas coxas

Notas:

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