Capitulo três

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Após tirar um momento para me recompor, segui para a entrada da sala de aula, todos os olhos se voltaram para mim
Ok!
Eu estava meio judiada.
Mas não é para tanto

A professora Jessica fez um sinal para que eu entrasse na sala e seguisse em direção a ela, que estava em cima do púlpito.

A obedeci e levantei a cabeça diante da turma, que observam a novata britânica passar vergonha. A professora me puxou para me aproximar dela. Então, falou com seu elegante sotaque ingles

- quero apresentar-lhes a s/n. Assim como eu e alguns de vocês ela veio da Inglaterra, e decidiu fazer seu mestrado nesta faculdade, sendo assim minha assistente. Conheço s/n a muito tempo e não consigo pensar em alguém melhor para passar esse ano com a gente- a professora fez sinal para que eu me direcionasse a turma
- S/n, por que não diz algumas palavras para seus novos colegas ?

Respirei fundo, e percorri meus olhos por toda a sala

- olá pessoal. Como a professora Jessica disse, me mudei da Inglaterra para Los Angeles  para estudar o meu mestrado em filosofia, e enfim me tornar professora universitária- havia cerca de umas trintas pessoas naquela pequena sala- amo filosofia desde que me entendo por gente e estou muito feliz por ajudar a sra. Jessica nas aulas e tentar tornar o maravilhoso mundo da filosofia um pouco mais interessante. Ficarei feliz em responder qualquer pergunta sobre...
- Eu tenho uma
Segui o som da voz que me levou até a ruiva do corredor, ela estava sentada bem do lado do Tom

- porque filosofia? Não acha que é um desperdício de vida ser professora de filosofia ?
Eu já havia me acostumado com aquele tipo de pergunta

- porque não filosofia? Tudo na vida, na terra pode ser questionado... Para mim, o mistério da vida e do universo é inspirador, a vastidão de perguntar sem respostas, por que, como, se? Eu adoro imergir na jornada acadêmica de estudiosos antigos

Ela soltou uma risada fina de dar nojo

- quantos anos você tem querida?
- Err.. vinte- os olhos se arregalaram concentrados em mim, me deixando nervosa
- Vinte e já fazendo mestrado?
- Sim. Entrei na universidade um ano adiantada. Terminei o ensino médio antes
- Eca! Você precisa para de ser tão séria garota, vai viver um pouco - seus longos cabelos ruivos balançavam em sincronia - nunca irei entender garotas como você

Vários alunos se arrumaram na cadeira com o desconforto em ouvir aquilo. Acho que a ruiva tinha certeza que tinha acabado comigo, pela segunda vez no dia

- garotas como eu? - talvez eu tenha alterado um pouco minha voz
- Devoradora de livros, nerds ... essas coisas

Estreitei os olhos procurando uma resposta educada. Joguei o profissionalismo a merda. Eu revidaria, já havia tido um péssimo dia, e com certeza a noite seria pior, porque não fazer esse dia virar um dos piores mesmo ?

- acredito que estudo e conhecimento empoderam as pessoas, não dinheiro, status ou roupas de marca como as suas - disse com frieza
- Sério ?
- Claro ! Abrir a mente a possibilidade desconhecidas e aprender como funcionam outras culturas, no que acreditam, dá as pessoas uma compreensão maior e holística da condição humana. Por exemplo, porque algumas pessoas passam pela vida com facilidade, desprovidas de qualquer compaixão pelos outros? Enquanto outras, recebem um golpe atrás do outro, mas, de algum jeito, encontrão forças para continuar ? Você não acha que, se mais gente dedicasse mais tempo para ser conscienciosa com os problemas da humanidade, talvez o mundo fosse um lugar melhor ?

A garota balançou os cabelos nervosa, sem resposta para minha pergunta

- é por isso que estudo em vez de encher a cara todas as noites - olhei feio para ela- espero que isso ofereça a vocês algum discernimento sobre eu querer ser professora universitária! É quem eu sou! E tenho muito orgulho disso
- Cacete! Agora aprende Lexi! Toma- uma voz masculina rouca murmurou, fazendo a sala romper o silêncio e rir. Levantei a cabeça quando reparei que aquilo tinha sido de Tom
- Não importa! Boa sorte para se enturmar aqui- Lexi encerrou abruptamente

A professora Jessica deu um tampinha em meu ombro e pediu para eu entregar os exercícios antes da aula terminar

Peguei os papéis e comecei a entregar fileira por fileira, pessoa por pessoa. Quando chego na última fileira vejo Tom me encarando, com um olhar inexplicável. Ele abriu um sorriso breve.

Lexi se aproximou dele sem tirar os olhos de mim. A jugar pela posição dela; pernas dobradas tocando as dele, peitos grandes roçando no braço dele; ela e tom eram bem próximos

Assim que entreguei a folha para Lexi ela tentou me provocar

- belos sapatos s/n. Seu gosto para moda é muito bom- todos os alunos riram

Tom empurrou as pernas dela para longe

- chega Lexi. Porque você é tão cretina o tempo todo? - a sala que antes ria ficou em silêncio, todos se encolhiam em suas carteiras para evitar a atenção dele . Lexi fez um bicão e cruzou os braços irritada. Tom nem ligou

- Você acredita no que acabou de dizer? - ele perguntou
- Qual parte? - ele se ajeitou na cadeira arrumando seus belos cabelos com as pontas dos dedos
- Sobre a vida ser tão injustas. Sobre a filosofia
- acredito- ele balançou a cabeça concordando, parecendo até impressionado

- S/n- a professora me chama assim que todos saíram- Sim- Me explique oque acabou de acontecer ? Isso não é do seu feitio! Oque deu em você ? - Me desculpa

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- S/n- a professora me chama assim que todos saíram
- Sim
- Me explique oque acabou de acontecer ? Isso não é do seu feitio! Oque deu em você ?
- Me desculpa. Estou com muita coisa na cabeça
- Você não respondeu minha pergunta
- Só tive um dia ruim, não irá acontecer novamente
- Não deixe pessoas como eles te afetarem novamente
-
Abro um sorriso

- obrigada professora
- Agora vá para casa, querida. Va descansar

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