Capitulo treze

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- meu Deus- sussurrei para mim mesma

Tentei procurar ajuda em minha volta, não havia ninguém além de mim... apenas eles. Antes que eu pudesse sair correndo para me proteger o homem de terno entrou em seu carro e saiu rapidamente, vi Tom agitado, caminhar até uma ativarem extremamente grande e começar a socar o tronco repetidamente, soltando resmungos altos antes de cair no chão, segurando a cabeça entre as mãos. Me encostei no tronco da árvore em que estava escondida, tentando raciocinar tudo oque tinha acontecido.

Discuti comigo mesmo sobre oque fazer. Tom tinha acabado de levar um soco. Espiando atrás do grande carvalho, fiquei olhando para sua miserável figura durante vários minutos, vendo sua beleza machucada e sangrando. Meu coração doía, meu cérebro não conseguia registrar, meus pés estavam indo automaticamente na direção dele

Ele não tinha ouvido eu me aproximar, me agachei em sua frente, sujando todo o meu vestido de lama. Peguei uma garrafa de água rosa, e meu velho lenço lilás de corações brancos, dentro da minha bolsa. Ao escutar meus movimentos, Tom levantou a cabeça. Sangue escorria da sua boca, seus dentes perfeitamente brancos estavam agora sob um banho escarlate.

- tom, minha nossa...- sussurrei, tentando conter as minhas lágrimas. Ele não disse nada, ele não fez nada, apenas ficou me observando

Tirei a tampa da garrafa de via e levantei a mão suja dele na minha direção, vendo seus dedos frouxos e feridos. Derramei a água, limpando os cortes, profundos e cheios de casca de árvore e terra. Toquei a pele cortada com o lenço. Ele não recuou, talvez estivesse cansado demais para isso

- está doendo? - perguntei calmamente. Ele balançou a cabeça negativamente

Quando sua mão estava limpa, inclinei-me para a frente até ficar ajoelhada entre suas pernas jogadas. Com hesitação, levei o lenço a seus lábios e limpe o excesso de sangue, encontrando um grande corte aberto em seus lábios. Meus olhos pararam aos seus, aqueles olhos castanhos penetraram nos meus, me causando arrepios

Quando seu lábio parou de sangrar, passei a garrafa de água para ele

- lave sua boca. O gosto de sangue não é nada agradável

Ele pegou a garrafa, fazendo tudo oque eu dizia, sem questionar. Me sentei ao seu lado. Não disse nada, não queria arriscar que ele ficasse pior, mas não queria que ele ficasse sozinho

Depois de um tempo, ele relaxou e ficou olhando para o nada. Eu não conseguia mais suportar aquela tristeza, ele precisava ser consolado, peguei em sua mão

 Eu não conseguia mais suportar aquela tristeza, ele precisava ser consolado, peguei em sua mão

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Delicadamente ele segurou minha mão, entrelaçando nossos dedos.
Eu sabia que tínhamos questões mal resolvidas, principalmente depois do que, seja la que aconteceu naquele corredor, mas na minha cabeça não passava mais nada além de apoiar ele

Depois de uma eternidade juntos em silêncio, sua voz soa calmamente do meu lado

- ei s/n
- Ei você
- Quanto você viu?

Deitei minha cabeça em seu ombro

- o suficiente - digo calma
- Quem era aquele homem? Seu pai?

Ele tentou evitar contato visual, eu não sabia oque dizer

Voltando a ficar em silêncio

- você está bem?
- Não
- Quer falar sobre isso?

Ele fez que não com a cabeça

- ele te bate muito?
- Ele não tem mais tanta oportunidade. Estava irritado com algo que fiz, nem lembro oque era. Então ele me ligou e marcou um lugar para nos encontrarmos... e você viu o resto...

Me ajeitei soltando sua mão e ficando de frente para ele

- mas oque aconteceu de tão ruim para ele estar daquele jeito?
- Não prestei atenção, mas provável que seja por conta do dinheiro, ou decepção por não ter o filho que queria. Nunca o vi daquele jeito, tão irritado ao ponto de fazer algo em público
- Mas você é filho dele! Como ele tem coragem de fazer algo assim? O que você fez para merecer um soco?

O seu silêncio foi a maior resposta de consegui. Peguei sua mão novamente e ele apertou a minha, se certificando que eu não iria soltar. Eu precisava mudar de assunto, fechar levemente sua cicatriz

- e como foi o jogo?- assim que falo seu semblante fica aliviado
- Nos ganhamos. Mas eu não ajudei em nada
- Você não jogou bem?

Ele passou a língua sobre o lábios sentindo o corte

- o jogo foi um maldito pesadelo
- Bem, você é humano, humanos erram
- Nunca comecei uma temporada tão mal. Meu último ano, o ano em que entrarei para o draft, e está dando tudo errado
- Porque está indo tão mal?
- Não consigo finalizar nenhum passe, decepcionei o time e a torcida. Meus pais não gostaram de eu ter mandado Lexi pro inferno, você acabou de testemunhar a insistência do meu pai nesse assunto. Minha cabeça está confusa, não consigo dormir, nem me concentrar, e pensar em uma certa inglesa me mantém acordado todas as noites. Todas as malditas noites. Ela está atormentando meus sonhos
- sim, eu sei como é isso- sussurrei totalmente sem fôlego após escutar suas palavras
- Fiquei pensando sem parar no nosso último encontro, enquanto estava fora- a voz de Tom era quase inaudível, como se admite aquilo fosse um grande pecado. Ele parecia nervoso, parecia experimentar um sentimento novo.

Acho que gostar de uma garota era um novo mundo para o rei do sexo casual

- é... eu também... está sendo diferente ter a cabeça sendo preenchida por um certo inglês gato, do que por Dante, Descartes ou Kant

Ele sorriu discretamente

- você me acha um gato? - ele disse cutucando meu joelho levemente
- Você até que é razoável- cutuquei ele também

Ele abriu um sorriso
- para onde você estava indo a essa hora da manhã quando viu este gatinho tomar uma surra?
- Tom...
- Responde a maldita pergunta, Shakespeare - o Holland dentro dele estava começando a acordar de seu profundo sono
- Biblioteca, lá tem uma sala em que posso trabalhar sem ninguém me atrapalhar

Com uma batidinha em minha perna ele puxou para levantar, ainda de mãos dadas

- vamos
- Para onde?
- Para a biblioteca. Eu vou te ajudar. Não podemos decepcionar o mundo acadêmico
- Tom... tem certeza que não quer ir descansar em casa? Podemos conversar mais se quiser

- não. Nos vamos para a biblioteca, e eu vou te ajudar com seu trabalho- ele não estava brincando, ele precisava de uma distração, estava preste a perder a cabeça. Seria melhor eu levá-lo junto comigo para que nenhum aluno seja sua vítima
- Vai me ajudar em filósofa ?

Ele fez um bico mal humorado

- ou, não é só porque sou atleta que sou burro - Tom soltou nossas mãos e logo em seguida envolveu meus ombros em seus braços- para seu governo, senhora Shakespeare, estou indo bem nessa matéria, se quiser posso te ensinar uma coisinha ou outra

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