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A viagem não havia alcançado nem a marca de doze horas desde que começou e o homem não aguentava mais ficar naquele espaço trancado

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A viagem não havia alcançado nem a marca de doze horas desde que começou e o homem não aguentava mais ficar naquele espaço trancado. Amis nunca antes se considerou uma pessoa claustrofóbica, mas naquele instante ele pensou que deveria mudar os seus preceitos, porque as sensações abafadas e desesperadoras que estava sentindo eram muito reveladoras.

Além disso, o ômega nunca permaneceu mais do que 4 horas seguidas sentindo o cheiro constante do incenso de lavanda, logo nesse exato momento ele não aguentava mais ser capaz de perceber o aroma doce e nojento, criando uma certa aversão ao mesmo. Fora isso tudo, existia o fato de que suas costas estavam o matando com uma dor forte na lombar.

Amis até tentou esticar sua coluna no pequeno espaço, porém ele não conseguiu fazer muita coisa devido a sua aparência esguia que o fazia bater com a cabeça no teto de madeira.

Minha bunda dói tanto! Não sei como aquele monstro consegue ficar tanto tempo sentado, na mesma posição, no cavalo sem se mexer nenhum pouco sequer.

Amis queria abrir a porta da carruagem para dar uma andada rápida e assim despertar as suas pernas dormentes, mas ao mesmo tempo o homem não queria ser um atraso na vida de todos aqueles soldados que tinham que se mover contra o vento frio sem reclamar. E o problema não era apenas esse, mas Amis também não queria que Hakon visse a sua fraqueza e utilizasse disso para alguma chantagem futura ou brincadeira de mal gosto, zoando a sua constituição fragilizada. Afinal, o ômega não queria e se recusava a admitir, mas o mesmo se importava e muito com a imagem que possuía perante o outro homem.

Pensando no alfa, Amis escorregou até o canto mais esquerdo da carruagem e puxou o pano verde musgo que tampava a pequena janela, para dar uma espiada no Hakon, quer dizer, olhar melhor o lugar onde eles estavam e ver se possuía alguma ameaça ao redor.

E para sua não grande surpresa, apenas árvores, montanhas e neve lhe davam as boas-vindas. Por estarem ainda a menos da metade do caminho até o Norte, a neve que caia não era muito de modo a criar uma grande camada no chão e se tornar assim um atraso na viagem, ela só era o suficiente para pintar a paisagem ao redor como lindo quadro de fantasia.

Como um longo tapete branco posto na estrada que guia até um castelo de diamantes. Que besteira que me deu para pensar nesse tipo de coisa agora?

Afastando esses pensamentos toscos de fantasia de criança, Amis olhou ao redor até encontrar a famosa e polêmica costas contra o sol, lá estava Hakon andando como um lobo solitário com a cabeça um pouco abaixada em uma pose pensativa. O contraste entre seus subordinados, que conversavam e cantavam alegres, e o homem que seguia sozinho na linha de frente era gritante. Dando-lhe uma imagem mais séria e heróica, assim como a sua verdadeira personalidade.

"Precisa de alguma ajuda, Vossa Excelência?".

Vários soldados foram organizados com antecedência para escoltar a velha carruagem, eles também haviam sido instruídos diretamente por Hakon para prestar atenção a qualquer pedido que o Ministro fizesse, mesmo se essas petições não envolvessem algo de urgência ou importância. E um desses soldados, que percebeu uma pequena movimentação na janela, se aproximou cavalgando lentamente.

O segredo do Ministro (Sujeito a revisões periódicas)Onde histórias criam vida. Descubra agora