Hakon travou seu maxilar com frustração e parou na frente de Amis, ele queria nesse exato momento pegar a frente da gola da camisa desse cara irritante e encher seu lindo e exuberante rosto de socos.
"Se você fizer alguma coisa para atrapalhar ou se...
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"O Segundo Príncipe e o Príncipe Herdeiro estarão partindo ainda esta noite, juntamente com as suas respectivas divisões, para a fronteira com a intenção de controlarem a situação até o acordo de guerra entre os reinos terminarem de serem escritos e posteriormente assinados. Os dois deverão demorar cerca de um dia e meio para que cheguem na divisa principal, até lá o Ministro deverá retornar e ficar em seu território, para servir de apoio aos dois para qualquer situação adversa. Entendeu?".
"Sim, senhor".
Apesar de achar um absurdo ter que ficar afastado da capital e de seus documentos oficiais naquele momento tão sensível, Amis sabia que não poderia desrespeitar uma ordem Imperial, mesmo que a mesma fosse proferida por um dos conselheiros do Imperador.
"Ótimo, agora retorne ao seu quarto e faça as suas malas imediatamente. Assim que o primeiro raio de sol sair por entre as nuvens, o Ministro estará partindo".
Droga! Eles estão perdendo tempo fazendo esse tipo de coisa, será que ninguém percebe o quão suspeito está sendo o reino da Crimocia? Eles com toda certeza do mundo devem possuir alguma armadilha nos esperando para ser utilizada, mas como afirmar isso se não possuo nem mesmo alguma prova plausível...? Talvez se eu conversasse com o Hakon antes, tenho certeza de que ele confiaria em minhas palavras e tentaria me ajudar com isso.
Contudo, antes que os pensamentos de Amis conseguissem ir mais além da positividade para a resolução do conflito, as lembranças da última noite bateram na sua cara o fazendo perceber a realidade de seu atual status com o alfa. Como duas pessoas que quase atravessaram a linha que separava o que era moral do imoral, é claro, levando em consideração a atual fase de seu relacionamento.
Na verdade, Sua Majestade está corretíssimo no que fez e acho até melhor as coisas prosseguirem desse jeito. Depois de tudo o que eu e Hakon fizemos e o que pretendíamos fazer, isso poupa um pouco a minha saúde mental ao ser obrigado a me encontrar com ele. Pelo menos até que esse constrangimento inicial passe e eu possa o tratar novamente com indiferença.
Ao mesmo tempo em que Amis sentia-se extremamente grato pelas decisões tomadas pelo Monarca, outro homem sofria com um ódio mortal pela mesma. Ser obrigado a se afastar precipitadamente do ômega, sem ao menos ter a oportunidade de trocar cinco minutos de uma conversação sincera, lhe deixava com uma sensação amarga na boca de irritação e impaciência.
Porra! Eu deveria ter recusado essa proposta absurda e sem sentido, pelo menos até conseguir resolver essa situação complicada que existe entre mim e Amis. Merda! Conheço aquela cabecinha complicada mais do que deveria e sei que será tarde demais quando voltarmos a nos ver, para tentar convencê-lo de alguma coisa.
De fato, Hakon entendia tão bem a mente de Amis que assim que ouviu o pedido absurdo do Imperador, uma grande raiva e uma vontade ainda maior de desobedecer a outra parte o acometeu, apesar de compreender que as ordens do homem eram legítimas. Porém, entendendo a sua verdadeira posição social e o quanto aquele evento era sensível para o futuro do Império, Hakon abaixou seus ânimos e controlou todos os sentimentos negativos, se obrigando a aceitar a situação com resignação.
