Extra II - 01: Um indefeso ômega perdido

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"Ômega isso, ômega aquilo, será que elas não cansam de falar sempre sobre o mesmo assunto?! Céus!"

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"Ômega isso, ômega aquilo, será que elas não cansam de falar sempre sobre o mesmo assunto?! Céus!".

Urd comentou com a voz amarga, ao mesmo tempo em que bufava com raiva. Ele tinha preferido sair da grande estufa, no meio da festa de chá, para evitar responder qualquer coisa grosseira com aquelas ômegas e assim, ganhar no final de tudo uma fama de grosseiro e sem educação. Afinal, a sua reputação como um ômega recessivo já não era nada boa, o fazendo se sentir excluído de muitos eventos e desprezados pelas outras dominantes.

Eles nem ao menos me consideram como um ômega...

Essa reclamação de Urd advinha de um problema um pouco mais incrustado na sociedade Imperial, e era causado por um argumento extremamente misógino. O preconceito contra ômegas recessivos, que são considerados praticamente betas pelos outros ômegas e alfas. Ao mesmo tempo em que também não eram aceitos pela comunidade beta como um, afinal, por mais que seja fraco, os mesmos ainda emitem feromônios.

Toda hora me chamando de ele, no masculino... Como se eu fosse incapaz de me casar, engravidar e dar à luz a um descendente. Eu odeio isso!

O ômega continuou reclamando, ficando cada vez mais irritado conforme se lembrava dos ocorridos. Só que agora ele se referia a uma particularidade bem mais extrema da sociedade em que vivia. Acontece que quando um menino ou uma menina nascem, eles recebem um nome de nascimento que condizem com o seu gênero primário, mas assim que se diferenciam, eles possuem o direito de realizar a troca de seus nomes no Cartório Imperial.

Para as mulheres betas e os ômegas eram designados os nomes femininos, demonstrando a sua posição como matriarca da família. Já aos homens betas e os alfas, lhe eram destinados os nomes e os pronomes masculinos, elevando a sua posição como patriarca e provedor da família.

Um exemplo claro dessa ocorrência era o Príncipe Gwendolyn, que era uma mulher alfa, mas carregava consigo todos os pronomes masculinos que um alfa deveria levar. Além disso, a Imperatriz lhe deu um nome masculino, apesar de ter uma menina em seus braços no momento do nascimento, prevendo que está se tornaria um alfa no futuro.

Levando tudo isso em consideração, ao chamá-lo no masculino, as outras ômegas deixavam claro a sua infertilidade e não aceitação como membro do mesmo gênero. Por isso que Urd estava com tanta raiva e chateado, pois toda a conversa na estufa até aquele momento rondava exclusivamente o seu gênero secundário, com a intenção de o enfadar e de o humilhar. Fora isso, também o incomodou demais o modo como elas falavam dos alfas da nobreza, como se eles fossem a melhor coisa do mundo e que todos os ômegas deveriam se dobrar perante a eles.

E o Amis Dirksen Eratos? O que tem de tão bom nele?! Sendo que ele é um alfa como qualquer outro! Eu não preciso saber quando vai ser a sua festa de maior idade, ou se ele é um alfa dominante. Afinal, o que o pequeno Duque tem, que está relacionado a mim? Nada! Nunca nos veremos na vida!

O segredo do Ministro (Sujeito a revisões periódicas)Onde histórias criam vida. Descubra agora