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Capítulo 27

            Wei Wuxian

            Quando acordei, Wangji tinha ido embora, mas meu quadro estava ao lado da cama. Fui visitar a Sra. B. Volto mais tarde. Eu te amo.

            Usei as mãos para apagar as palavras, e todas sumiram, exceto as três últimas.

            — Parece que a Sra. B acordou há meia hora — avisou Cheng ao entrar no quarto.

            Pulei da cama, os olhos arregalados, esfregando-os para espantar o sono.

            — Os médicos disseram que ela vai ficar bem. Vão fazer alguns exames para verificar se está perdendo a memória, se tem Alzheimer, demência ou algo assim. Não sei os detalhes, mas ela está bem. Ela está acordada, Wuxian.

            Sério?

            — Sério. Wangji mandou uma mensagem para todo mundo. Acho que você ainda não viu o seu celular, caso contrário eu teria ouvido você comemorar em silêncio.

            Ele deu uma piscadinha.

Revirei os olhos e joguei um travesseiro nele. Cheng o pegou e o atirou de volta, me fazendo tropeçar. Em questão de segundos, ele subiu na minha cama e ficou pulando no colchão. O alívio era incomparável a qualquer outra coisa que já senti. Saber que ela estava bem, que estava respirando e ia viver — só isso já era maravilhoso.

            — Bem, vamos voltar para o Reino Unido segunda-feira de manhã. Nosso empresário nos deu uma grande bronca por termos faltado a dois shows — contou Cheng. — Parece que eles não gostam muito quando as pessoas voltam para casa para cuidar da avó... Bem, pelo menos foi o que dissemos a eles, que a Sra. Baoshan era nossa avó... o que é mais ou menos verdade. Os empresários estão putos da vida com isso, sabe? Tempo é dinheiro, mas, bem... vamos recomeçar a turnê em Birmingham na semana que vem.

            Nossa... sinto muito. Isso é culpa minha.

            — Não é culpa de ninguém. A vida é assim. Você tem que vivê-la. Esses últimos anos foram uma loucura. A gente realmente precisava de uma pausa. Além disso... tenho um segredo.

            Arqueei a sobrancelha, perguntando-me o que poderia ser.

            Ele abriu um sorriso.

            — Ainda não contei a ninguém. Decidi contar primeiro a você, porque é a melhor pessoa para guardar segredo por causa de todo esse lance de... — Ele levou os dedos à boca, imitando um zíper se fechando.

— ...Mudez.

            Sorri.

            Ele também sorriu, enfiou a mão no bolso de trás da calça e pegou uma caixinha. Levei as mãos à boca. Ele finalmente ia pedir a Qing em casamento.

            Cheng abriu a caixa, e eu prendi a respiração por um instante, meus olhos se enchendo de lágrimas. Ele me deu um empurrão de leve.

            — Fala sério, mano. Não chore.

Peguei a caixinha da sua mão e analisei o lindo anel de diamante, impressionado com sua beleza.

            — Você acha que ela vai gostar?

            Ela vai amar.

            — Vou mostrá-lo aos nossos pais antes de ir ao hotel me encontrar com a Qing. Nunca fiquei tão nervoso na vida, sabe? Parece que meu coração vai sair do peito.

O silêncio das águas Onde histórias criam vida. Descubra agora