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Capítulo 29

            Wangji

            Antes que eu e o pessoal fôssemos para a cabana, tínhamos que fazer uma parada obrigatória. A loja He's’ Boat. Se íamos para a cabana da Sra. Baoshan, precisávamos de um bom barco. Tanta coisa mudou desde que Cheng e eu fomos até lá com o Sr. Wei que era bom ver que a loja continuava igualzinha. Incluindo um Wilson muito mais velho, que ainda latia bem alto no portão.

            — Quieto, Wilson! — gritou Rouhan, saindo pela porta. — Esse maldito cachorro não para de latir há anos. — O cachorro ganiu ainda mais alto, como se estivesse mandando o dono calar a boca. Rouhan coçou o cabelo grisalho. — Preciso dizer que não é todo dia que uma banda vencedora do Grammy liga para ver se pode alugar um barco. É um prazer conhecê-los. — Ele riu e apertou as nossas mãos.

            Cheng apertou a mão de Rouhan e disse:

            — Você já conheceu o Wangji e eu há uns dez anos, quando meu pai veio vender o barco dele, e o seu filho nos mostrou aquele iate enorme.

            — Jenna — assentiu, com o orgulho estampado nos olhos. — Só pode ser. Mas vocês não estão aqui para alugá-lo, não é?

            Eu ri.

            — Não. Acho que precisamos de algo um pouco menor. Algo só para sair para pescar.

            — Bem, acho que não vamos discutir sobre isso. Hum... acabamos de receber esta embarcação aqui para alugar. É ótima para pesca, tem sofás e cadeiras bastante confortáveis. Tem um ar luxuoso, mas nada excessivo. Acho que vão gostar.

            — Você tem alguma coisa... menor? — perguntei. — Queríamos pescar como antigamente.

            Rouhan assentiu.

— Que tipo de barco vocês tinham?

            — Um barco com console central — respondeu Cheng. — Não era muito grande, mas dava para o gasto.

            — Ah, então está decidido. Um barco com console central, já que vocês não têm medo de ficar próximos demais.

            — Não — retrucou Zhu, dando um mata-leão em Ning. — A gente gosta de se abraçar.

            — Meu Deus, como eu te odeio — resmungou Ning.

            — Fala sério, maninho. Já falei que não precisa me chamar de deus. Vossa Majestade já é o suficiente.

            Revirei os olhos para meus colegas de banda, que nunca mudaram. Rouhan nos disse para acompanhá-lo até o escritório para preenchermos os documentos. Enquanto conversávamos, Zhu comeu todas as balas de alcaçuz que havia na mesa , fazendo Ning gemer.

            — Sabe que isso é um veneno, não sabe? Tipo, você compreende que isso é péssimo para o seu corpo?

            Zhu jogou mais algumas balas na boca e deu de ombros.

            — Bala de alcaçuz é comigo mesmo.

            — Você me dá nojo — retrucou o irmão.

            — Preciso ser sincero, Zhu. Ning está certo dessa vez. Ninguém com um pingo de juízo gosta de bala de alcaçuz — intervi.

            — Obviamente esse cara gosta, já que está oferecendo aos seus clientes! — exclamou Zhu enquanto comia mais.

O silêncio das águas Onde histórias criam vida. Descubra agora