- Voltei, o que me ias dizer? - Pergunto assim que acabo de falar com a minha mãe.- Loirinho, eu vou-me embora! - disse, mas não poderia ser verdade.
- Estás a brincar comigo! - Digo.
- Não, Andreas eu amanhã vou voltar para a Noruega! - diss. - Não posso faltar a escola!
Não lhe respondo, como já se tinham passado 2 meses? Como? Como passou tão rápido o tempo, como?
Ela esperava por alguma reação minha, mas não obtive nenhuma.
- Andreas? - Ela chamou-me e eu saí a correr de casa. Era covardia da minha parte, mas eu estava em choque, passou-se rapidamente 2 meses, e ela já iria embora, esperei 1 mês para pedir-lhe em namoro, e quando finalmente tenho uma ideia fixa do que queria saber sou sabotado violentamente.
Não sei para onde fui, nem quanto tempo demorei, mas o tempo fechou-se e eu chorei assim como as nuvens negras que se tinham formado.
Eu estava completamente encharcado, todo molhado, e a soluçar, eu estava a chorar, e estava a ser burro, porque em vez de aproveitar o tempo restante com ela estava ali a molhar-me e a ser se querem saber incrivelmente estúpido.
Levanto-me e a chuva não parava, olhei ao meu redor e percebo que me tinha perdido, bloqueio em qualquer língua, e mais uma vez começo a chorar, eu sei que estava a ser parvo, mas parece que me tinha caído tudo em cima, as saudades de casa, as saudades dos meus pais, da minha família, dos meus amigos, e agora mais uma vez iri sentir a falta dela, a falta daquela maluca.
Sento-me no chão no meio de nenhures e choro, um choro incontrolável.
- ANDREAS? ANDREAS? - depois de algum tempo reconheço aquela voz, o meu telemóvel estava sem bateria e quando a vejo sozinha naquela floresta levanto-me. - Fogo Andreas Rædergård Schjelderup assustaste-me! - disse encharcada.
- O que fazes aqui?
- Vim a tua procura! O Neves e o Silva ficaram lá em casa, o Casper foi dar uma volta pelo bairro. - disse, ela tapa-me com uma toalha.
- O que fazes aqui sozinha?
- Lembrei-me que vens para aqui correr. - Ela diz. - Lembrei-me e vim!
- Tu és completamente maluca! - Ela sorriu.
- Yha! - Ela diz.
- Vou ter saudades tuas! Desculpa ter reagido assim, e só que não estou preparado para a tua partida, porque não disseste antes?
- Eu queria dizer, só que, não tive coragem, queria tanto estar contigo, que perdi o senso, eu não posso ficar! - Faz uma pausa. - Eu tenho que ir, a minha vida está na Noruega, e por mais que queira, não posso abandonar a escola a 1 ano de acabar, eu adoro-te loiro, mas não posso ficar mais tempo! - disse.
- Queria ter mais tempo! - disse e ela abraça-me.
- Haveremos de ter muito tempo.
- Namora comigo!
- O quê? - Foi a vez dela de ficar sem palavras.
- Namora comigo, não te vais embora solteira, namora comigo, eu aguento a distância, mas não quero perder-te, não quero perder-te para aquela planta sem escrúpulos. - digo a referir-me ao gajo que ela tinha encontrado. - Ao Neves! - Ela riu-se. - Tinha planeado fazer de outra forma, mas estou eu aqui debaixo da chuva, completamente encharcado a dizer que adorei conhecer-te e quero agora namorar contigo, perdi demasiado tempo a encontrar as palavras certas, os momentos indicados, quando na verdade só dizer ou tentar dizer o que sentia já era o bastante, perdi tempo de qualidade em questões irrealistas, perdi tempo em dizer por fim que quero-te ao meu lado, perdi tempo, perdi exatamente 2 meses ou mais. Perdi. E agora neste momento, ou pelo menos nesta noite, quero que sejas minha. Minha namorada, portanto a recapitular. Danielle Larsen, aceitas ser minha namorada?
- Andreas Rædergård Schjelderup, loirinho, aceito. - disse e eu abraço-a, dando-lhe um beijo daqueles, tipo filme.
Voltámos para casa a correr.
Avisamos que estávamos bem, já que o António e o João encontravam-se nas ruas assim como o Casper. O Casper ficou com ele, porque segundo ele, não era seguro voltar a casa.
Assim que tomámos banho e comemos alguma coisa quente, eu entrego-lhe um pequeno anel.
- Para quê isso? - Pergunta.
- Sei que não gostas muito, mas queria que usasses. - disse, ela estende a mão e eu ponho-lhe no dedo. Ela beija-me assim que sento-me ao lado dela.
- Obrigado loiro! - disse.
- Vais continuar a chamar-me loiro?
- Até decidires pintar o cabelo de ruivo sim. - Sorri e beijo a testa dela.
- Obrigado por teres ido atrás de mim.
- O que eu não faço por ti? - disse e eu sorri.
- Não acredito que amanhã já vais para a Noruega. - disse a abraça-la.
- Pois, vou estar! - disse e enrolasse a mim.
- Amo-te Larsen, isto sabe mesmo bem! - disse. - Dizer isto em voz alta.
- Amo-te Schjelderup! - disse.
Naquela noite adormecemos juntos, de manhã, a pior parte foi despedir-me dela no aeroporto.
Quando me despedi dela pela última vez, eu guardava o amor que tinha por ela, éramos melhores amigos e se calhar não me custou tanto como agora, agora doeu-me. Doeu tudo.
A voz fraca, as lágrimas surgiram, a dor no peito, o abraço duradouro, o aeroporto para jogadores que namoram é bom no reencontro, mas péssimo para a despedida, por isso é que as vezes os casais não se despedem.
- Tenho de ir. - disse.
- Em breve voltaremos a estar juntos. - disse ainda colado a ela.
- Em breve loiro! Muito em breve! - disse a deposita um beijo calmo molhado das lágrimas.
- Amo-te, faz uma boa viagem e liga-me assim que chegares. - Ela sorriu e beija-me novamente, afasta-se contra a sua vontade.
- Amo-te Schjelderup, e eu ligo assim que puder. - disse e as nossas mãos perdem o contacto, ela seguiu para a zona de segurança e não olhou para trás eu sabia que estava a chorar, eu sabia que se ela olhasse para mim, voltaria para trás, e por isso não fez o contacto visual que queria, não a perco de vista, até finalmente a perder para o buraco sugador de pessoas. Sinto o Casper e o Aursnes abraçarem-me.
- Vamos Andreas! - disse o Aursnes em Norueguês porque não raciocinei noutra língua, estava abalado e por fim destroçado.
Era verdadeiramente verdade
A despedida mais cruel é aquela que separa dois corações que se amam e deixa-os entregues à saudade.
- Autor Desconhecido -
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MY BEST FRIEND | Andreas Schjelderup
General FictionFriends to Lovers Melhores amigos de Infância, quase irmãos, mas como uma mudança de país da parte dele, pode afetar a vossa relação afetiva? Espero que gostem de mais uma história ❤🤍❤