Capítulo 24

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Estou em silêncio faz vinte minutos, desde que saí do restaurante. Minha mente em um turbilhão de pensamentos.
-Vai me contar o que aconteceu? - Beth pergunta preocupada.

- Não estou com cabeça pra isso agora, beth. - Corto o assunto e me viro para a janela.

O silêncio é quebrado pelo toque do meu celular, vejo que é o número de Mendy que está na tela.

- Você vai entender? - Beth pergunta.

Pesco a celular rapidamente e atendo, não faz muito tempo desde que nos vimos, o que deve ser?

- Alô - Falo meio desnorteada.

- Eu estava revirando os antigos documentos da família do Henry em busca de fotografias, informações, qualquer coisa que ajudasse. Mas... - Ela faz uma pausa e temo pelo o que vem a seguir.

- Fala Mendy. - Quase grito de aflição.

- O Henry tem um irmão gêmeo. - Fico estática e não consigo falar. - Bem o Enzo desapareceu e foi dado como morto faz cinco anos. - Ela completa e consigo ouvir sons de teclas.
Fico em choque. Como é possível que Henry tenha escondido a existência de seu irmão gêmeo? E por que ele teria feito isso?

- Mendy, mas... Como você sabe disso? - Pergunto.

- Boba, você sabe que faço faculdade de TI. - Ela corta a voz ao mesmo tempo, como se tivesse visto algo. - Preciso ir, depois a gente se fala. - Ela desliga a chamada imediatamente.

- O que houve que cara é essa? - Beth muda o olhar da estrada para mim.

- Beth... O Henry tem um irmão gêmeo? - Pergunto com minha voz entrecortada.

Vejo sua expressão mudar na mesma hora, névoa tomam conta de seu olhar. Ela sorri ironicamente.

- Quem te contou isso?

- Mendy. Isso é verdade?

- Sim - Ela dá uma risada como se lembrasse de algo. - O Enzo... morreu há cinco anos atrás. Ele não era como eu e o Henry, mamãe dizia que ele tinha puxado ao nosso pai. Ele era cruel.

- Cruel? - Pergunto.

- Você sabe o mundo a qual a gente vive, a máfia. Desde criança o Enzo mostrava um comportamento agressivo. Ele matou meu cachorrinho. Lembro que fiquei arrasada, mas enquanto ele... Ele apenas ria. - Ela limpa uma lágrima.

- Meu Deus... - Fico horrorizada com o que ela acaba de falar.

- Não te contei o pior. A gente tinha uma governanta, a Diná, eu e o Henry a amávamos, porém o Enzo... Num dia em que a mamãe teve que nos deixar para resolver umas coisas, Enzo inventou uma "brincadeira" - Ela fez aspas com os dedos. - Caçador e presa, inocentes eu e Henry topamos. Mas... depois de um tempo brincando o Enzo sumiu. Começamos a procurá-lo, até que o achamos...

FLASHBACK ELIZABETH

-Enzo! Enzo! - Grito por toda casa procurando por meu irmão.

- Não adianta, Beth. - Henry coloca a mão em meu ombro. - A brincadeira acabou seu idiota! - Henry grita para que onde o Enzo está possa ouvi-lo.

- Vamos procurar no jardim, vem! - Puxo Henry pela camisa.

Corremos até chegar na minha parte preferida da casa. O jardim, que parece mais uma floresta pelo grande número de carvalhos.

- Enzo! Enzo... - Grito ao ver meu irmão agachado ao lado do corpo sem vida de Diná. Ele esta coberto de sangue com uma das adagas do papai.

- Seu babaca o que você faz? O que você fez? - Henry grita com ele.

Mas está lá, aquele maldito sorriso psicopata, estampado no rosto rosto do meu irmão.

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- Meu Deus, que maldade, como uma criança pode fazer essas coisas? - Estou em choque com essas informações e me pergunto por que sinto lágrimas pelo meu rosto.

- Eu também me perguntava... - Ela suspira. - O Henry é diferente, ele pode ter aquela marra de durão mas, ele tem um bom coração.

- Eles eram gêmeos idênticos?

- Sim, eram tão parecidos que a mamãe só conseguia diferenciar os dois pela pinta de nascença que o Enzo tinha no abdômen. - Beth se cala, e continua assim até o trajeto da casa do Henry.

Decido que o melhor a fazer é confrontar Henry o mais rápido possível. Preciso de respostas e, caso ele esteja envolvido em todo esse mistério, devo encará-lo de frente.

Grávida de um mafioso Onde histórias criam vida. Descubra agora