4 - Passado

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Eu aguardava o retorno de Malfoy que havia ido até o seu dormitório, para trazer a poção em mãos. O loiro conseguia ser tão idiota que havia procurado a mim para falar da poção sem levar a poção. Então apenas permaneci sentado na sala vazia esperando-o.

— Será que ele vai demorar muito? Já pedir a aula do Professor Snape — Sussurro comigo mesmo.

As maiorias das detenções que eu recebia, era porque havia atrasado para as aulas de poções, Snape não pegava leve comigo nunca. Uma vez tinha pegado detenção por atrasar três malditos minutos ajudando Minerva com algo e Snape não deu nem ouvidos para o motivo do atraso.

Tudo bem tirar dez pontos da Grifinória, mas dar detenção por isso já estava passando do exagero. Pelo visto, nada havia mudado com o tempo.

É um insuportável, não sei como aguento. Refletir.

— Harry Potter você está me fazendo de idiota? Me deixando falar sozinho? — Gritou um furioso Draco.

Dou um leve pulo na cadeira, assustado com o grito estérico de Malfoy, tão exagerado.

— Precisa disso? Só estava pensando, trouxe essa execrável poção?

— Sim. As regras são simples, ninguém lá pode saber que somos do futuro.

— Isso é meio óbvio, Malfoy — Ele revira os olhos.

— Os dias lá passam diferente daqui, eu acredito que não notaram nossa ausência.

— O mais importante Malfoy, como voltamos? — Cruzo os braços.

— Faço uma nova poção e voltamos. Pense em Hogwarts na época que seu pai estudava aqui, então está pronto? — Draco deu um pequeno frasco a mim e ficou com um.

Tinha uma cor estranha, um roxo bastante escuro com textura duvidosa. Nunca havia visto uma poção daquelas.

E voltou aquela pulga da desconfiança soar no meu ouvido. E se fosse um plano de Malfoy contra mim? Se fosse um veneno? Como poderia ter confiado tanto assim no loiro? Eu não sabia o que fazer se ele realmente estivesse me enganando.

— Eu não vou te envenenar ou qualquer coisa do tipo — Malfoy quebrou o silêncio, como se lesse os pensamentos que rodeavam minha mente.

— Eu não estava pensando nisso — Desviou o olhar.

— Acredito — Disse irônico — Para te provar isso vamos tomar ao mesmo tempo.

— Ok — Eu parecia confiante, mas deixaria Draco tomar primeiro.

Antes de qualquer coisa, pensei nos meus amigos, eu iria fazer isso sem ao menos me despedir deles. Cada atitude que eu tomava desde do momento que escutei a conversa do meu padrinho e de Dumbledore, eu tinha plena consciência de que ambos os Grifinórios iriam me estrangular ou jogar uma azaração.

Simulo que tomaria quando Malfoy contou até três, entretanto demoro cinco segundos para tomar também.

Não saberia dizer o que sentir no momento que tomo a duvidosa poção, mas foi como se tudo estivesse girando e a minha visão ficando turva, aparentando desmaiar aos poucos. Desgraçado, havia me enganado, só poderia ser isso e eu não sabia como pude ter sido tão burro aquele ponto.

[...]

Alguns minutos depois, que para mim pareciam horas. Sinto o chão duro, havia mesmo desmaiado, acordo segundos antes do Malfoy, ele parecia dormir, quis ataca-ló e xingar o infeliz até não conseguir mais. No entanto não possuía energia para falar, apenas me lamentar mentalmente. E pensando racionalmente, se fosse uma armadilha para mim, ele também não estaria no chão desmaiado, pelo visto a poção não deu certo, era a mesma sala vazia que estávamos antes.

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