1 - Segredo do Potter.

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Eu caminhava com passos firmes pelo vasto corredor de Hogwarts. Os pensamentos borbulhando em preocupações que eu desejava não ser reais, Sirius estava à minha espera no escritório de Dumbledore e a conversa poderia ser bastante longa.

Odiava ter que encarar os sermões do padrinho, pelo simples motivo que ele não suportava me dar sermões.

O Malfoy que tinha começado aquele conflito, não foi minha culpa. De fato, talvez revidar com um soco não foi a melhor das ideias, entretanto ele mereceu e eu gostei muito de fazer aquilo.

Hermione havia me alertado, mas preferir agir na impulsividade. Às vezes detestava quando ela tinha razão.

E agora eu deveria lidar com uma possível detenção, e um padrinho extremamente enfurecido ou enfurecido seja uma palavra meio intensa demais. Sirius fazia coisas piores na sua época em Hogwarts e eu tenho plena consciência disso.

Sirius Black adora exibir suas brilhantes ideias da época de Hogwarts.

Antes que eu chegasse à adentrar a sala de Dumbledore, avisto ele e o meu padrinho na porta conversando de uma maneira suspeita. Opto por regressar alguns passos a frente, tentando ouvir um pouco do assunto discutido naquele demorado diálogo.

O choque que eu sentir foi colossal ao escutar o que Sirius Black havia dito a Dumbledore.

— Harry puxou muito ao James, ele era igual quando jovem e eu era meio que cúmplice também — Sirius falou dando uma risada espontânea. — De vez em quando me pego imaginando como seria se o James tivesse ficado com o garoto que ele era...

— Apaixonado — Dumbledore completou sorrindo. — Seria um lamento não ter Harry hoje, caso isso ocorresse.

— De fato seria — Os dois adentraram finalmente a sala, provavelmente aguardando eu chegar.

Mas eu não sabia se chegaria, pois apenas me retirei correndo quando ouvir aquela conversa, estranha demais. Meu pai já foi apaixonado por outra pessoa além da minha mãe? E essa pessoa era um garoto? Meu pai gostava de garotos além de garotas? Desde quando aquilo havia ocorrido, era chocante demais para qualquer pessoa assimilar.

Eu não raciocinava muito bem sobre qualquer assunto complicado, por isso tenho Hermione ao meu lado para isso.

O que seria de mim sem Hermione? O cérebro do nosso trio. Queria ir correndo contar para ela e eu ansiava que a mesma possuísse uma solução para meu surto meio exagerado, ou talvez nem tanto.

Não acho um problema o meu pai gostar tanto de garotos quanto de garotas, realmente não ligo. Mas qual o motivo para não surtar em demasia quantidade? Isso era passado, eu estava aqui, o que significava que o meu pai escolheu minha mãe ao invés do garoto que era apaixonado, todavia será que era certo esse final?

Entretanto pensar nisso não trazia uma sensação de alívio, era mais de...decepção? Eu decepcionado com algo assim?

Era tantas perguntas sem respostas, eu poderia facilmente enlouquecer.

Só reparo que já estava andando por um longo tempo quando cruzo meu caminho com a última pessoa que eu gostaria de cruzar, Draco Malfoy.

— Resolveu fazer uma caminhada noturna, Potter? — zombou, colocando o peso de uma perna para outra com aquele ar superior, desprezível como sempre. — Bem que você tá precisando perder uns quilinhos mesmo.

Eu pretendia ignorar-lo, era o melhor a se fazer, mas foi inevitável não olhar para ele e ver o pequeno roxo que caracterizava um dos olhos de Malfoy, pela briga de mais cedo, que era totalmente culpa do próprio Malfoy.

— Gostou? Achou bonito como você me deixou? — Seu tom de voz era carregado de raiva e irritação, não tinha sarcasmo algum, era até divertido.

Talvez eu devesse socar ele mais vezes.

Não foi eu que havia começado a briga, e também não tinha sido eu a começar a partir para a agressão física, mesmo que o loiro ridículo apenas me empurrou contra o chão.

Já se classificava como agressão, certo? Correto.

Se fosse um momento qualquer, teria devolvido a altura, mas por ora tinha outras preocupações, provocar ou cair nas irritações de Malfoy, poderia ficar para depois.

— Me deixe em paz, Malfoy — Retruco sem paciência. — Não estou com cabeça hoje para suas provocações infantis.

Por um estante, Malfoy ficou estático sem reação alguma. Não importava as circunstâncias, eu sempre o revidava com xingamentos ou qualquer coisa parecida, pelo visto era só não fazer e ele me deixaria em paz.

Infelizmente esse comportamento não durou muito, Draco me respondeu ainda com o tom zombeteiro.

— Oh...Potter tá preocupadinho com algo? Certeza que é coisas do coração não é? — Eu não o respondi e Malfoy impaciente apenas bufou esbarrando no meu ombro enquanto ia embora.

— Espere — Seguro o braço do Malfoy, trazendo-o para perto.

— O-o que você quer, Potter? Me largue — Draco tentava manter a compostura.

— Você já se apaixonou por duas pessoas ao mesmo tempo?

Eventualmente eu deveria ter ido com calma na pergunta.

Passou-se dois prolongados minutos em um silêncio desconfortável. Draco parecia buscar entender o motivo daquela pergunta tão incerta, nem eu sabia a razão de ter perguntado. Porém eu esperaria quanto tempo fosse necessário para que o loiro respondesse, e consciente disso, ele respondeu.

— Que porra de pergunta é essa? Tá maluco, Potter? — Draco conseguiu se soltar do aperto forte em seu braço, que eu estava fazendo para o manter ali.

Foi um aperto tão forte que a marca das minhas mãos ficou, em um tom avermelhado, talvez pelo fato do Malfoy ser pálido, na sua pele.

— Olha o que você fez com o meu braço, já não bastava o meu olho, seu des... — O interrompi antes que o xingamento viesse.

Não acreditava que diria aquilo, nem em mil anos poderia imaginar que eu falaria mesmo isso, se alguém me contasse, eu riria e negaria totalmente. Eu realmente havia ficado louco depois de saber do segredo do meu pai, aquela era a única razão decente.

— Eu preciso da sua ajuda com algo, Malfoy.

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Oii gente, as coisas podem está parecendo confusas, mas no decorrer da história entenderam.

Esse capítulo foi revisado e melhorado.

♥︎♥︎♥︎

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