7 - Sonserino

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Por mais uma semana, fiquei atento aos passos do meu pai, Draco considerava aquilo um disparate além de uma perda de tempo, então não colaborava comigo naquele quesito. Quase fui descoberto, mas Sirius com o seu jeito encrenqueiro, sempre aparecia arrastando James para longe.

Portanto, não obteve nenhum sucesso com a perseguição e Malfoy não parava de me encher o saco balbuciando que havia avisado antes. Pelo o que notei, James não é do tipo que persegue aqueles que ele nutre um sentimento, talvez devido ao fato do garoto ser um sonserino.

O tempo estava passando rapidamente e mesmo que os tempos do futuro e do passado fossem diferentes, a gente não poderia demorar tanto. Por isso optei por tentar arrancar algo de James, iria usar a lábia.

— Faz tempo que não conversamos — Me aproximo de James, aproveitando que ele estava sozinho na mesa. — Seus amigos não estão?

— Peter se machucou, Remus foi levar ele na enfermaria e Sirius foi junto — Parou de falar para colocar uma colherada de comida na boca. — Eu fiquei com fome e vim jantar logo.

— Entendo, preciso desabafar algo com você — Começo, soando levemente triste.

James logo colocou uma expressão preocupada no rosto, encarando-me, alguém que ele achava ser apenas mais um novo amigo, e ele não tinha o conhecimento de ser o próprio filho.

— Aconteceu algo? Alguém mexeu com você? — Bradou fazendo mil perguntas.

— Não, não é isso — Suspiro de cabeça baixa, mantendo a atuação. — Acho que estou gostando de alguém.

— Oh, é isso? Não vejo problema nenhum — Disse James voltando a focar em seu prato de comida.

— Ele é um sonserino — Indago concentrado na reação que ele teria.

O Potter quase engasgou, arregalando os olhos e pondo ambas as mãos na mesa. Sua primeira reação seria, talvez fazer um escândalo, todavia se conteve ao perceber que outros alunos estavam ao redor de nós.

— Um sonserino? De todas as casas, tinha que ser um sonserino? — Bradou James ainda chocado.

Acredito que ele conhecia muito bem a vida conturbada que era gostar de um sonserino.

— Sim, algum problema nisso? Eu acho que não faz mal gostar de um sonserino — Tento tirar alguma coisa de James, utilizando as palavras.

O outro Grifinório permaneceu calado por alguns minutos, parecia estar conversando com as próprias vozes na sua cabeça e eu encontrava-me preocupado, pensando que talvez não tenha sido uma boa ideia, nunca fui muito bom em manipulação ou usando a lábia contra alguém.

— Eu conheço? — Indagou quebrando o silêncio desconfortável.

Relaxa pai, não corre o risco de perder o seu sonserino para mim, eu nem sei quem ele é ainda.

— O que? — Fingir surpresa com a pergunta.

— Eu conheço? O tal sonserino de quem está gostando?

Porém eu paralisei e desejei do fundo do coração que o Malfoy estivesse no meu lugar, ele certamente saberia o que dizer ou falar o que James gostaria de ouvir. Eu não tinha pensando em uma boa resposta para aquela pergunta.

O que Draco diria? Penso.

— Não sei, talvez conheça — Respondi simplesmente, sem saber ao certo.

— Nome, diga o nome — Pediu impaciente.

Naquele momento eu tive certeza que a maior preocupação do meu pai, era o fato de ser o mesmo sonserino que ele gosta ou não, esquecendo totalmente o fato de que existe muitos alunos sonserinos em Hogwarts, a gente combina na parte da lerdeza mesmo.

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