CAPÍTULO 7

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C A R L O S

Estou olhando a pedrinha, quando a Bonny entra e me encara curiosa. Eu amo isso nela, porque, é fofo e divertido e sempre vem parar no meu colo para saciar sua curiosidade e eu minha fome por ela. 

— O que você acha dessa pedrinha? — Pergunto entregando a ela, que avalia com cuidado.

— O papai é mais indicado para responder. — Me olhou por um instante devolvendo. — Onde conseguiu? — Arrumasse melhor sobre meu colo, e aperto sua cintura aproveitando a proximidade.

— Na nossa toca de coelho. — Respondo voltando a olhar para a pedra, que agora limpa parece apenas interessante. — Acho que é uma pedra comum. — Dou de ombros, e ela pega a pedrinha novamente.

Os pais da minha fêmea estão na nossa casa, e eu e minha irmã decidimos não buscar sobre essa pedrinha no momento, porém, me sinto curioso sobre ela, porque algumas dessas se fosse de valor poderia ajudar bastante na reserva e ainda mais na segurança, porque já estou ficando paranoico com essa questão, ainda mais sabendo que o Ismael escapou do conselho shifters.

— Não sei. — Colocou ela contra a luz, e observou com cuidado. — O papai trabalhou com polimento de pedras preciosas muitos anos. Se você não se importar, posso levar e perguntar, mas pelo brilho e a textura, suspeito que não seja uma pedra comum. 

— Eu não me importo, porém, ele saberia guardar segredo caso fosse realmente? — Pergunto, mesmo sabendo que no fundo posso confiar nos meus sogros. — Você sabe, eu não confio muito que ela seja de alguma forma especial, porém, caso seja, não quero nenhuma atenção sobre a reserva.

— Meu pai entende isso. — Bonny garante com segurança. — Por que ela chamou sua atenção? 

— Não sei. Foi apenas no momento. — Sorri sem jeito, e ela beijou minha bochecha. — Sempre que penso em a esquecer, a pedrinha volta a minha mente e acabo ficando um pouco fissurado por ela. O que é horrível. — Reclamo em uma careta.

— Seu sentido coelho reconhece coisas valiosas, que poderiam agradar sua femea? — insinua risonha. 

— Meu coelho não reconheceria um diamante, nem se comece ele. — Declaro, ela me olhou com deboche. 

— Tão inocente, esse meu homem. — Riu dando tapinhas no meu rosto. — Me dê somente um segundo. — Pediu antes de saltar do meu colo e correr rapidamente.

Estou ansioso, e não gosto de me sentir assim. Quando fomos capturados, nosso carro foi queimado na floresta, e isso trouxe um grande prejuízo a mim e minha irmã, e ainda não consegui as máquinas que preciso para trabalhar com rapidez e segurança, porém, independente disso, preciso descobrir o que farei para dar a boa vida que a minha fêmea merece. Já até cheguei a cogitar a ideia da minha irmã, mas, agora que tenho família, não me sinto atraído por uma aventura que poderia custar nossa liberdade.

"— amor?" — minha fêmea me chama por nossa ligação, e me levanto saindo da casa e indo em direção a horta, onde meu sogro estava olhando.

Não quero depositar muitas esperanças, mas, ver minha fêmea saltitando alegre me esperando, me fez ir mais rápido e curioso. O senhor Xavier está me olhando com um sorriso largo no rosto, e eu engulo em seco parando em frente aos dois.

— Um diamante. Bem grande, se pensamos em proporções, e claro que com o polimento teria as dimensões menores, mas, mesmo assim, é um belo brinde. — Me estendeu a mão e abri a minha recebendo a pedrinha, ainda incrédulo.

— Tem certeza? — Pergunto ainda inseguro.

— Toda a certeza que um avaliador e polidor com cinquenta anos de profissão, teria. — Deu de ombros risonho, e olhei para minha fêmea, antes de volta a olhar a belezinha que agora tinha.

A COMPANHEIRA DO COELHO |+18|Onde histórias criam vida. Descubra agora