CAPÍTULO 5

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C A R L O S

Está tudo bem, está tudo ótimo, porém, não paro de pensar no maldito tigre que capturou minha fêmea, e fez ela passar por tudo o que passou. Faz parte de mim, e já tenho ódio acumulado por ele ter pegado eu e minha irmã, e o pior de tudo, ter tentado contra a Lina desacordada. Claro que a defendi no momento, e mesmo machucado ele preferiu não perturbar e danificar a "mercadoria", porém, o desejo de vingança é o mesmo, apesar de ainda não saber como agir.

— Amor? — Bonny me dá um sorriso bonito, me olhando da porta com uma bandeja cheia de comida.

Minha companheira é do tipo dona de casa, que ama deixar tudo limpo e organizado e comida feita na mesa. Os coelhos normalmente são muito patriarcais, não por um motivo meramente machista, mas, por instintos mesmo. Na vida selvagem, os coelhos não têm companheiros exclusivo, e após a cópula a mãe assumirá todas as responsabilidades com às crias, já com os shifters, a mãe é a responsável de prover o leite materno por todo a época sensível dos filhotes, para que ele obtenha imunidade, já que são naturalmente muito sensíveis e tem baixa produção de anticorpos até uma certa idade. Devido a essas questões, as mães ficam sempre mais próximas dos filhotes, e o pai como não tem a capacidade de amamentar os bebês, irá prover o suficiente para que ela continue saudável e produzindo anticorpos prós recém-nascido, até que seu corpo já produza suas defesas naturalmente, que só ocorre entre os dois ou três anos.

— Oi meu amor. — Sorri trazendo-a para meu colo, e suspiro seu cheiro doce de aconchego e maternidade. — Trouxe comida para mim? — Lambo os lábios desejoso por ela e pela comida.

— É claro que trouxe! Está aqui desde a manhã e não saiu por nada. — Minha fêmea fez um biquinho bravo, e suspirou. — Não quer mais ficar próximo a mim?

— Todo instante do meu dia, porém, estou trabalhando em algo. — Declaro olhando para ela com todo o amor que tenho.

— Trabalhando em que? — Me avalia curiosa e tento ao máximo relaxar todo o meu ser, para que ela não desconfie que estou alimentando vingança em meios aos meus pensamentos.

— Eu me inscrevi em um curso de TI, para que eu tenha uma formação acadêmica. — Expliquei a ela mostrando minha inscrição.

Eu posso ganhar bem com meu serviço, porém, uma formação acadêmica poderá me dar uma justificativa para um emprego em alguma empresa de tecnologia ou aqui mesmo na reserva. Agora com minha irmã aqui, e em breve meus bebês e minha fêmea sensível, quero que a segurança da reserva seja reforçada e quero me empenhar nisso por enquanto. Já marquei de falar com os alfas, porque quero investimentos para a segurança da reserva e isso tem que vir deles, porque farei o possível na minha área. Tenho programas, que em conjunto com os equipamentos que estou estudando, deixaria a reserva tão segura, que se uma tarântula resolver passar na divisa, seria detectado.

— Isso é ótimo. — Sorriu animada. — Meus pais estarão aqui em dois dias. Eles queriam vir antes, mas, tiveram um problema com uma das crianças. — Suspirou pesarosa, e soube que estava com saudades deles.

— O que importa é que em breve estarão aqui, e espero que seus pais gostem de mim. — Dou um riso nervoso, e ela sorri largo.

Quando meus sogros perguntarem em que trabalho e como farei para sustentar minha família, terei que dizer: Sou um hacker, ou se preferir, um golpista, que ganha a vida invadindo perfil pessoais e ganhando muito bem para isso, enquanto descubro muitas traições e até mesmo roubos gigantes, mas, não se preocupe, que até mortes planejadas já consegui evitar, porém, só a justiça que não pode descobrir, ou vou atrás das grades e sua filha terá que criar nossos filhos, como coelhos selvagens.

A COMPANHEIRA DO COELHO |+18|Onde histórias criam vida. Descubra agora