~O Retorno de Quem Nunca Partiu~

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A vida tem uma maneira cruel de testar os fortes. Ela te joga no chão, arranca tudo o que te dá segurança, e ainda pergunta: "E aí, vai levantar?"

Soraya encarava aquela porta com um nó na garganta. Assim que ela se abriu, tudo parou por um segundo.

— Não vai me dar um abraço? Pelo que eu saiba, mãe de verdade bota os filhos em primeiro lugar — disse, irônica, tentando disfarçar a tempestade que sentia por dentro.

Emma congelou por alguns segundos. Seus olhos encheram d’água, mas sua postura continuava rígida.

— O que fazes aqui?

— Pode ter certeza que não vim por saudade. Vim pela minha irmã.

Jungkook permaneceu calado, observando a cena sem entender metade do que estava acontecendo.

— O que aconteceu com a (s/n)? — perguntou Emma, finalmente se aproximando.

— Não se faça de preocupada, isso me enoja — Soraya retrucou, com os olhos marejados. — Ama tanto que construiu outra família e largou a gente.

Emma não respondeu de imediato. A dor era visível em sua expressão.

— Me diga o que houve com ela — pediu, sentando-se com a voz trêmula.

— Ela foi sequestrada. Pelo que sabemos, o próprio patrão está por trás disso.

Emma fechou os olhos, respirando fundo. Um arrependimento antigo pesava sobre seus ombros.

— Não precisa dizer mais nada. Eu vou ajudar. Vocês terão tudo que precisarem.

Ela saiu da sala, deixando Soraya e Jungkook sozinhos.

— Ela... é a mãe de vocês? — perguntou ele, hesitante.

— Infelizmente, é.

Pouco depois, Emma retornou com o marido e as filhas pequenas. Entregou um papel com um endereço anotado.

— Alguns amigos já estão a caminho. Conseguiram rastrear ela.

— Como conseguiu isso tão rápido? — Jungkook franziu o cenho.

— Quando elas nasceram, a base onde eu trabalhava implantou um rastreador em ambas... Eu nunca deixei de saber onde estavam. — Ela falou envergonhada, quase sussurrando.

Jungkook se levantou, visivelmente enojado.

— Isso é doentio. Soraya, vamos embora.

Emma tentou se explicar.

— Eu queria poder...

— Não precisa — Soraya cortou, ríspida. — Você nunca nos escolheu. Não adianta tentar agora.

Ela saiu com os olhos marejados, mas mantendo a postura firme. Não era hora de desabar. A irmã vinha em primeiro lugar.

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[ALGUMAS HORAS DEPOIS]

O plano estava em andamento. Emma acionara forças especiais — aliados antigos do tempo em que era agente secreta — e todos aguardavam o momento certo para invadir. O coração de cada um parecia pulsar na garganta. O medo era palpável. A tensão, insuportável.

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[S/N POV ON]

A dor é insuportável. Cuspo sangue pela terceira vez em menos de meia hora. Não sei se são costelas quebradas ou algo pior. Mas não posso desmaiar. Não agora.

O som dos tiros me acorda de um leve torpor. Será que são eles? Será que minha irmã está ali fora?

Então a porta se abre. Lee Miho entra, desesperado.

A SubmissaOnde histórias criam vida. Descubra agora