O Queimor do Que Não Aconteceu

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A madrugada ainda engolia as luzes da cidade quando a confusão estourou no meio da festa. JB já estava consciente e limpando o sangue seco do nariz, enquanto Yumi continuava, nada discreta, sentada no colo de Suga, como se o caos ao redor não existisse.

- Porra, Bambam, me deixa falar com ela! - JB resmungou, tentando passar pela porta.

- Esquece, man. Ela não quer te ver agora. E honestamente? Eu também não deixaria. - Bambam segurou o ombro do amigo com firmeza, os olhos cansados, mas atentos.

Já passava das 3:11 da manhã. O dono da casa arrumou briga com o vizinho por causa do som alto, e a festa virou um pandemônio de gritaria e empurra-empurra. O resultado? Encerramento precoce.

As meninas convidaram os meninos para dormirem na casa delas naquela noite. Não houve objeções.

O caminho de volta foi silencioso, cada um imerso em seus pensamentos e ressacas emocionais. Ao chegarem, todos se espalharam pelos quartos como peças de um tabuleiro.

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[NA CASA DE JUNGKOOK - ALGUMAS HORAS DEPOIS]

Jungkook acordou de sobressalto no sofá, com a cabeça latejando como se mil tambores tocassem dentro do crânio. O gosto amargo de whisky ainda dançava na boca. Olhou para o lado: uma garrafa pela metade, lembrança física da frustração que o consumia.

Ele se levantou cambaleante, tropeçando nos próprios pés enquanto subia as escadas com urgência. Abriu a porta do quarto quase a arrombando. Estava vazio.

O ar lhe faltou por um segundo. O lençol estava perfeitamente esticado. Nenhum cheiro, nenhum sinal dela.

Sentou-se na cama, tentando entender... e então...

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[FLASHBACK ON]

- CARALHO, JUNGKOOK! CÊ TÁ LOUCO? PERDEU A NOÇÃO? - a voz de S/N ainda ecoava como uma chicotada.

- NÃO GRITA COMIGO, PORRA! VOCÊ ACHA QUE É QUEM PRA FALAR DESSE JEITO COMIGO?! - ele rugiu de volta, com os olhos faiscando de raiva.

Ela recuou um passo, os olhos acesos de fúria.

- POR QUE VOCÊ BATEU NO JB?! ELE NÃO FEZ NADA!

- ELE MEXEU NO QUE É MEU! - Jungkook avançou, a respiração descompassada.

S/N se levantou de um salto, surpresa e furiosa.

- EU NÃO SOU UM OBJETO, SEU ESCROTO! E NEM UMA DAS TUAS PUTAS! - ela atirou a bolsa nele.

Ele a segurou pelo pulso com força e a prensou contra a parede, colando seus corpos.

- Ele não pode tocar em você. Nem ele, nem ninguém. Só eu posso, entendeu? - sussurrou rouco no ouvido dela, a voz baixa e perigosa.

Ela estremeceu, mas manteve o olhar firme.

- Eu não te pertenço e nunca vou pertencer. E eu beijo quem eu quiser... porque eu posso.

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[FLASHBACK OFF]

Jungkook respirou fundo, encarando o teto. As palavras dela ainda cortavam por dentro. E então, a verdade cruel o atingiu como um soco seco:

Foi tudo um maldito sonho.

A transa selvagem, o corpo dela no dele, os gemidos abafados pela raiva contida... nada daquilo tinha acontecido. Era só a imaginação febril de um garoto obcecado pela garota que o odiava.

- Que merda, cara... - ele sussurrou, esfregando o rosto.

Irritado consigo mesmo, ele tomou um banho longo e gelado, engoliu um analgésico e preparou um almoço rápido antes de voltar pro quarto e se jogar na cama. Precisava dormir. Ou apagar.

A SubmissaOnde histórias criam vida. Descubra agora