Entre a Tempestade e o Desejo

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Era uma manhã normal na escola. Ou pelo menos parecia.

(S/N) caminhava apressada pelos corredores, carregando livros e tentando responder uma mensagem da Umji ao mesmo tempo. De cabeça baixa e passos rápidos, o destino não podia ser outro além do caos.

Ao fazer a curva perto do bebedouro, ela não viu a mochila jogada no meio do caminho.

— Aish! — ela gritou, tropeçando e torcendo o tornozelo com força. Caiu no chão com um baque seco e os livros voaram por todos os lados.

A dor foi imediata, latejando no pé esquerdo. Ela mordeu os lábios, tentando conter as lágrimas que insistiam em se formar.

De repente, uma sombra parou diante dela.

— Sério? Você é o tipo de pessoa que tropeça no ar ou foi sabotagem mesmo? — disse uma voz grave, carregada de ironia.

Ela levantou o olhar devagar e deu de cara com Taehyung, que a observava com as sobrancelhas arqueadas e um leve sorriso no canto dos lábios.

— Nossa, que bom que você veio me zoar, não me sentia humilhada o suficiente ainda, — respondeu, revirando os olhos.

Ele riu.

— Tá viva, pelo menos?

— Meio viva. Meio quebrada.

Ele estendeu a mão.

— Vem, desastre ambulante. Vamos te levar pra enfermaria antes que comece a feder drama por aqui.

Ela aceitou a ajuda com relutância. Quando tentou se apoiar no pé machucado, gemeu de dor.

— Aish!

— Ok, nada de andar. Missão resgate ativada.

Antes que ela protestasse, Taehyung passou um dos braços dela por cima dos ombros e a levantou com facilidade.

— Pode reclamar, mas você tem sorte de ter esbarrado em mim. Eu sou um anjo de sarcasmo e músculos — ele brincou.

— Um anjo que precisa de humildade urgente.

— Tá aí uma coisa que nunca pedi.

Enquanto andavam pelo corredor, ela tentava manter a compostura. Mas era impossível não sorrir das piadinhas dele.

— E aí, o que aconteceu? JB te deu um fora tão feio que você caiu?

Ela bufou, rindo contra a vontade.

— Não. Foi a mochila de alguém — respondeu.

— Uhum. Aposto que a mochila também estava com ciúmes de você. Tanta beleza num corredor é perigoso.

— Você flerta assim com todo mundo que carrega?

— Só com quem cai com classe — respondeu, piscando pra ela.

Chegaram na enfermaria e a enfermeira veio ajudar. Taehyung, no entanto, ficou por perto, recostado na parede, observando tudo.

Enquanto a mulher examinava o tornozelo de (S/N), ela lançou um olhar rápido pra ele.

— Não tem aula, não? Ou vai fazer plantão aqui mesmo?

— Só quero garantir que minha paciente acidentada não vai transformar isso em novela mexicana. Vai que você desmaia dramaticamente e ninguém grava.

Ela soltou uma risada leve, dessa vez sincera.

— Você é insuportável. Mas obrigada por me ajudar, de verdade.

Ele fez um gesto exagerado, como se fosse um cavalheiro medieval.

— Estou sempre à disposição para salvar princesas desastradas. Me chama que eu chego com capa e tudo.

A SubmissaOnde histórias criam vida. Descubra agora