A Submissa

Laços de Sangue, Desejos e Revelações

Jisoo apareceu de repente no café, com aquele sorriso leve e olhar cínico.

— Caso não se lembre de mim, sou o irmão do Jungkook. Jisoo — disse, simpático, embora algo em seu olhar parecesse calculado.

— Sim, eu lembro de você — respondeu S/N, surpresa com a presença inesperada. — Sua visita foi... repentina. — Tentou sorrir, sem jeito.

Soraya observava em silêncio, séria e com o olhar afiado.

— Ah, sim! Me desculpe pelo incômodo naquele dia. Fazia muito tempo que não via meu irmão… — desviou o foco. — E essa bela moça? Sua irmã? Vocês têm traços parecidos.

— Me chamo Soraya. E sim, sou irmã dela. E como você deve ter notado, estávamos tendo uma conversa de família — disse, com um sorriso sínico e tom seco.

— Desculpem... Só vim dizer um “oi” — Jisoo lançou um olhar direto para Soraya. Internamente, sabia que ela era um obstáculo.

— Minha irmã às vezes não sabe medir as palavras — disse S/N, chutando discretamente a canela de Soraya, tentando amenizar a tensão.

— Bom, já cumpri o que queria. Até logo. — Jisoo saiu, com um leve sorriso nos lábios.

Assim que a porta se fechou, Soraya cruzou os braços.

— Mana, se afasta desse boy. Alguma coisa nele não bate. E se tem uma coisa que eu confio, é na minha desconfiança.

— Você virou minha irmã há o quê... uma hora? Já tá querendo dar carteirada? — S/N arqueou a sobrancelha, sarcástica.

— Aí depois, quando der merda, vai ser aquela cena de novela: "Ain, por que eu não ouvi você, Soraya?” — respondeu revirando os olhos.

— Vou admitir... também não vou com a cara dele. E sim, uma coisa temos em comum: o deboche — suspirou.

Após se despedirem de Lee Miho, as irmãs seguiram para a casa dos pais adotivos. No caminho, S/N pensava em tudo o que havia descoberto: suas primas não eram primas. A mulher que chamou de vó... também não era sua avó. E tudo aquilo podia colocar o processo contra os tios em risco.

Chegando à casa, hesitou antes de tocar a campainha. Soraya tomou a frente.

— Aperta logo essa porra, mana. Tô nervosa. Se eu ver eles, não sei o que sou capaz de fazer.

— Não machuca eles. Por mais que tenham mentido... foram bons pra mim — disse S/N, tentando manter a calma.

A porta se abriu. Era sua mãe. Ao ver Soraya, ficou pálida como um fantasma.

— Oi, mãezinha... acho que temos algo pra esclarecer — disse S/N, mostrando o álbum de fotos.

Todos se sentaram. A tensão preenchia a sala.

— Filha... não sei o que essa maluca te contou, mas é tudo mentira — disse a mãe, trêmula.

O pai apareceu, suspirando pesado.

— Vamos logo esclarecer isso. Não temos mais nada a perder.

— Qual dos dois vai falar primeiro? — perguntou Soraya, firme.

— Ficamos com você por causa do dinheiro — começou o pai, direto. — Mas... com o tempo, nos apegamos. Você se tornou tudo pra nós. Quando soubemos que Soraya havia voltado, tememos perdê-la. Você é... tudo o que temos.

S/N apertou os lábios. Lutava contra as lágrimas.

— Eu confiei em vocês... E vocês mentiram — disse, tentando se manter firme.