Capítulo 39

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Deitados na cama, nus, de mãos dadas, Jaded e Cecília conversavam baixinho no escuro. A luz noturna entrava pela janela e caia sobre seus corpos. Era a sua terceira noite em Bruxelas e, numa intimidade gostosa, eles comparavam suas experiências de vida
— Eu quase não convivi com pessoas brancas em Moçambique. Quando cheguei em Paris estranhei muito.
— Eu nem sabia que existiam negros até ver um soldado quando ficamos no deserto. Eu achava todos os técnicos e médicos iguais.
— Algumas pessoas dizem isso dos negros.
— Não acho você igual à nenhum negro. A Estela de Vengeance tem o tom de pele parecido com o seu e os cabelos crespos, mas não se parecem. Ela também fala português.
— Então temos outras coisas em comum. Ela é bonita?
— Não costumo achar humanas bonitas. - Cecilia virou o rosto para ele e Jaded riu. — Mas você é linda. - ela o beliscou. — Incrivelmente linda. - Jaded a puxou para cima dele. — Meu elogio não vale?
Cecília acariciou os cabelos dele.
— Preciso prestar muita atenção quando você elogia.
— Por quê?
— Vocês, Novas Espécies, não costumam manifestar emoção quando falam.
— Já ouvi isso.
— Se fossem escrever tudo que falam, nunca usariam pontos de exclamação.
— Está me comparando a um robô?
— Não mesmo. Você pode não demonstrar emoções fortes quando fala, mas seu rosto é muito expressivo.
— Já ouvi falar que sou bonito.
Cecília puxou a orelha dele e Jaded fez uma careta fingindo dor.
— Imagino quem falou...
Ela beijou seus lábios e Jaded acariciou as costas dela, desenhando figuras com o dedo.
— Os machos do meu povo não gostam de ser chamados de bonitos.
— Por quê?
— Não faço ideia.
— Você gosta.
Ele sorriu. Cecília aprendera a gostar daquele sorriso felino; quando ele sorria não temia suas presas.
— Os humanos apreciam nossa beleza; acham que somos menos hostis por sermos bonitos. - deu um beijinho nela. — Você me acha bonito.
— Acho, sim, mas também acho que você às vezes é muito hostil.
— Me desculpe... Eu sei que fui rude com você algumas vezes... Foi algo que saiu do meu controle.
Cecília acariciou seus ombros, gostando de como eram fortes. Beijou-os carinhosamente.
— Desde que você não seja mais assim...
— Quero fazer tudo para fazê-la feliz, Cecília.
Cecília deslizou as mãos dos ombros até o peito.
— Acho que também não tenho sido muito fácil para você.
— Você me rejeitava, isso me deixava louco. - Jaded beijou o topo da sua cabeça. — Na viagem para cá você foi tão carinhosa que me desesperou achar que continuaria me rejeitando.
— Eu não tinha mais forças para te rejeitar, Jaded.
Ele segurou o rosto dela.
— Eu pensava o tempo todo em como faria para que deixasse de ter medo de mim. - Cecília ficou em silêncio e ele beijou seus lábios.
Cecilia acariciou Jaded pensando no que ele dissera. Ainda se assustava com alguns comportamentos dele, contudo acreditava que se acostumaria um dia. Ele a beijou novamente, dessa vez aprofundando o beijo. Cecília se entregou ao momento. Já se apaixonara antes, porém nunca com tantos sentimentos contraditórios. Pensou que deveria aproveitar cada momento com Jaded, pois seria por pouco tempo.
Jaded a girou e deitou-a de costas. Cecília gemeu quando ele a cobriu com seu corpo. Como gostava de se sentir completamente cercada por ele!
Naquele dia fizeram amor pela manhã e Jaded inventara que tinha documentos sérios para estudar, só para não sairem com Jacques e Émile. Se amaram à luz da tarde.Jaded era incansável, mas ela precisara pedir um descanso naquela noite, pois sua vagina ficara muito sensível. Mas nem por isso ele deixara de dar prazer a ela.
E agora ela o queria novamente.
Jaded abaixou a cabeça e alcançou seus seios. Cecília gostava demais do jeito que ele sugava os mamilos e os prendia entre os dentes, dando puxões delicados. Aliás, tudo o que Jaded fazia em seu corpo era bom demais. Sentia um pouco de ciúmes das mulheres com quem ele havia praticado, entretanto ela sabia que as Novas Espécies eram muito sexualizadas e sexo era muito natural para eles. Jaded já devia ter tido relações com todo tipo de mulheres, desde as mulheres Novas Espécies até humanas.
Lembrou-se de que ele não queria mais envolvimentos com humanas. A atração que sentia por ela era apenas pela convivência? Forçou-se a tirar essas ideias da cabeça. Estava num relacionamento com Jaded e aceitava que fosse puramente sexual. Afastou a boca.
— Quero ficar por cima de você. - falou, querendo realizar algo que já fantasiara.
Ele ergueu as sobrancelhas.
— Por quê?
— Porque é bom.
— Não gosto.
— Por quê? - ela o imitou.
Jaded pareceu ficar desconcertado. Acariciou o rosto dela antes de responder.
— Machos não gostam de serem dominados.
— Como?
— Fêmeas querem o comando do sexo e machos não permitem. A maioria pelo menos.
— Está falando sério?
— Estou.
Cecilia o empurrou.
— O quê? - ele perguntou, sem se mover.
— Quero você deitado.
— Minha gatinha, eu realmente não gosto.
Ela achou engraçado o desgosto dele com aquela posição.
— Nunca fez?
— Nunca quis.
— Jaded, você vai gostar... Não é sempre o que me diz? - ele fez uma cara engraçada. Cecília o empurrou novamente; ele não se mexeu. — Deixa, meu gatinho...
Ele ronronou quando ela lambeu seu pescoço.
— Mas não vou gostar.
— Vai, sim. - ela o empurrou com mais força.
Ele se deixou empurrar e deitou com um olhar de desconfiança.

Jaded não gostava daquela posição sexual. Fêmeas espécies, empoderadas pela liberdade, haviam tentado montá-lo, porém ele nunca deixara. Sequer concordava em lutar para decidir. Mulheres humanas aceitavam o sexo que oferecia a elas, mas não conseguiria negar nada à Cecília. Deitou-se de costas, de má vontade, e ela lhe deu um sorriso lindo.
Cecília subiu nele e se inclinou, beijando seu pescoço. Ele gostava muito quando ela o tocava. Cecília desceu dando beijos e parou no peito.
— Você é um gatinho muito gostoso...
— Disse que eu era um tigre.
— Ah, mas você é... - lambeu os mamilos. — Quando me possui, você é um tigre feroz. - Jaded ronronou. — Mas agora eu quero que seja um gatinho...
— Não.
— Você disse que era meu gatinho. - ela sugou os mamilos com força e ele gemeu.
— Não para você me dominar.
Cecília desceu com as carícias, beijando e lambendo seu abdômen. O membro ficou ereto e cutucou os seios  dela. Jaded gemeu. Amava os seios de Cecília, amava sentir sua maciez e peso.
— Não quero te dominar, Jaded. - Cecília segurou o pênis.
— Hum...Quer o que, então? - perguntou com a respiração acelerando.
Ela passou a língua na ponta úmida e ele gemeu.
— Quero sentir teu gosto... - declarou, dando pequenas lambidas na glande inchada.
Jaded já deixara humanas colocarem as bocas em seu membro e gostara, mas nunca sentira-se grato por aquilo. Com Cecília ele sentiu a vontade de agradecer por ela tocá-lo daquele jeito. Ela deslizou a língua da cabeça à base e ele mexeu o quadril.
— Gostoso? - ela perguntou.
— Sim. - ele respondeu com a voz ainda mais rouca.
Quando Cecília engoliu seu sexo, Jaded deu um gemido longo, extasiado. Era bom demais.
Ela começou a chupá-lo dando gemidinhos que mostravam que estava gostando.
Quando estava começando a se preocupar que gozaria, ela retirou a boca. Ele gemeu de decepção.
Cecília se sentou e pegou seu pênis. Ele quase rosnou quando ela direcionou seu membro na entrada da vagina.
— Quero você todo dentro de mim. - ela sentou e seu pênis foi engolido vagarosamente, centímetro por centímetro. Jaded começou a erguer o quadril, mas ela o parou. — Quero que fique quietinho.
— Está brincando comigo. - reclamou, sem acreditar.
— Faça isso por mim, gatinho...
Jaded definitivamente não era um gatinho, porém se segurou por ela.
Cecília só parou quando sua bunda pousou sobre a pélvis dele. Ela gemeu e começou a se mexer. Jaded sentiu a fricção no pênis e se deslumbrou, porque sempre era ele que penetrava, que possuía.  Amou estar sendo possuído.
Respirou fundo quando ela se ergueu e sentou de novo. Ela estava com a boca aberta e colocou a mão sobre o baixo ventre.
— Eu consigo te sentir, Jaded...
Ele quase ficou louco.
Cecília voltou a se mexer, balançando-se sobre ele, se erguendo e sentando, cavalgando com firmeza. Os seios balançavam no ritmo dela e ele os segurou. Ela fechou os olhos.
— Ah, que delícia, meu amor...
Jaded sentiu o peito aquecer com o tratamento e percebeu que realmente desejava que Cecília o amasse.
Ela começou a gemer alto e rebolou sobre ele, arfando a cada movimento. Ele tentou meter, porém Cecília abriu os olhos, o suor aparecendo em sua testa.
— Não, gatinho... — choramingou. — Falta pouco... Só mais um pouco...
Jaded fechou os olhos e usou todo seu autocontrole para ficar imóvel. Sua excitação era extrema e ele não sabia quanto tempo mais aguentaria. Mas era por Cecília e por ela faria qualquer coisa.

Jaded: Uma história Novas Espécies 3Onde histórias criam vida. Descubra agora