Capítulo 16 - O BAILE DE MÁSCARAS

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Na manhã seguinte, abri os olhos e percebi que estava em meu quarto. Deitada ao meu lado, Carol acordou espantada quando eu me movi. A claridade no ambiente, vindo da sacada, ofuscava minha visão. Eu senti minha cabeça doer e cobri os olhos com a mão.

-Liz, tá tudo bem? Você tá sentindo alguma coisa?- Carol parecia preocupada.

-Dor de cabeça. O que você tá fazendo aqui Carol?

-Você não lembra?- Ela arregalou os olhos para mim.

-Lembrar de quê?- Naquele instante, eu que fiquei preocupada.

-Liz, qual a última coisa que você se lembra de ter feito ontem?

-Eu lembro de ter ido ao bar, tomado cinco shots de tequila e ir dançar com Murilo... e depois...- Parei e fiquei forçando a memória, tentando lembrar o que eu fiz.

-Depois?- Ela me incentivava movimentando as mãos.

-Eu... Eu não lembro.- Fiquei confusa.

-Bom, nesse caso, tenho algumas coisas pra te contar, mas prefiro que você tome um banho e coma algo antes.- Carol levantou e abriu a porta do banheiro.

-O que foi que eu fiz?- Entrei em pânico.- Carolina conta logo.

Carol viu o meu estado e sentou-se na cama ao meu lado. A essa altura, eu já estava sentada e super desperta, mas ainda com dor de cabeça. Ela me contou que dancei de uma forma provocante com Murilo, pedi que ele me beijasse, mas ele não o fez, para meu alívio. Também falei sobre o o beijo dele com Renata. E para piorar a vergonha, fui retirada do bar por Raul de forma inusitada. Neste, eu bati, esculhambei, expulsei e me atraquei chorando nele dizendo que ele era "MEU". Enquanto ela contava tudo isso com riqueza de detalhes, os flashes de lembranças surgiram em mim, coloquei as mãos na cabeça em desespero, a vergonha estava até na minha alma.

- Por que você foi beber tanto, as vésperas do nosso grande baile?- Ela me olhava incrédula.

- Desculpa Carol, não sei o que me deu. - Na verdade eu sabia muito bem. Eu queria descontar a mágoa, por me sentir como um brinquedo nas mãos de Raul.

- Vá banhar, para descermos e tomar café.

- Carol, eu estou sem fome e não quero arriscar encontrar Murilo.

- Não me surpreende. Mas não se preocupe, ele já deve ter ido buscar o outro carro na fazenda com tio Pedro e depois vai passar no Alfaiate para buscar o smoke dele. Eu vou descer e pedi para prepararem um caldo pra você, não demore.

Eu banhei, troquei de roupa, arrumei minha cama e desci as escadas, no ultimo degrau para o térreo, vi Carol abrindo a porta. Lá, diante dela parado estava o funcionário do escritório Orleans, meu coração disparou. Ele trazia uma sacola e um buquê de rosas, disse que era uma encomenda para a senhorita Liz. Carol virou-se para mim, eu caminhei até eles sentindo-me receosa.

-Olá! - Coloquei um sorriso amarelo no rosto.- Bom dia! O que faz aqui?

- Uôu! Desculpe. Você é a senhorita Liz?- O rapaz me olhou e perguntou surpreso.

-Sim, Liz sou eu.

-Ah! Desculpe é que... - Ele parecia meio confuso. - Você lembra de mim? Sou Olavo o funcionário da Cia Orleans.

- Lembro sim. Mais do que eu gostaria de admitir, pela situação em que nos conhecemos. O que te traz aqui?

-Ah! Vim a pedido do senhor Raul deixar estas coisas para você.- Ele me passou uma sacola e um buquê de rosas com um cartão.- Foi bom, vê-la novamente. Aliás, fico feliz que ele tenha mudado de atitude com você, ele parece se importar especialmente com você.- Ele falava para mim, enquanto olhava para Carol com admiração.

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