Diogo entregou-me o celular após encerrar a ligação. Ele informou-me, que Raul lhe pedira que me levasse a um lugar. Segundo ele, era uma surpresa. Eu quis avisar ao pessoal de casa, antes de sair, mas Diogo me puxara pela mão até sua moto, que estava estacionada na rua ao lado da praça.
Ele subiu na moto, deu-me o único capacete que possuía e pediu para eu montar na garupa. Em poucos minutos estávamos saindo da cidade, pegando uma pequena estrada de terra vermelha lardeada de árvores. Diogo ace;lerou um pouco a moto e eu me segurei firme na sua camisa, ele olhou-me de lado com um sorriso no rosto. Eu envergonhada falei:
-Desculpe!
-Sem problemas.- Ele respondeu sorrindo, de um jeito acolhedor.- Fique a vontade.
A moto teve sua velocidade reduzida, quando nos aproximamos de um portão de ferro antigo. Adentramos uma propriedade, eu observei bem o local, era como se já o conhecesse. Um belo jardim, com a grama bem aparada e algumas roseiras próximas a escada. Diogo estacionou, ele me ajudou a descer e a tirar o capacete. Eu olhei em volta perplexa, meu olhar fixou na varanda. De repente, veio a lembrança daquele sonho apavorante antes da viagem. Era aquele o local do meu sonho. Sem nem perceber eu falei.
-Eu já estive aqui.
-Quando? -Diogo indaga surpreso.
-Não de verdade, mas eu sonhei com este lugar. O jardim, as flores, a varanda, tudo igual. - Eu falava ainda focada no ambiente.
-Que estranho. Vamos entrar?- Ele convidou.
Eu me virei para Diogo, só aí notei que não estávamos sozinhos. Cumprimentei os outros dois rapazes, que estavam parados na varanda. Ao passarmos por eles, vi um, segurar o braço de Diogo e cochichar algo que não compreendi. Entrei na casa e meu olhar vasculhou o ambiente procurando Raul, mas não o vi. Então perguntei a Diogo por Raul.
Diogo começou a falar coisas que eram muito confusas para mim, sobre uma verdade que me faria tomar decisões. A coisa ficou pior quando Thomas e Oliver tentaram impedi-lo de falar. Ele se tornou violento com os rapazes e saiu me puxando pela mão, trancando-nos em um escritório. Eu fiquei apavorada com aquela atitude dele e me recusei a ouvi-lo, embora ele insistisse que precisava contar algo, tampei os ouvidos com as mãos e cantarolei negando minha atenção.
Foi naquele momento, que algo assustador e inexplicável aconteceu. Diogo puxou minhas mãos, eu por instinto o encarei e ele me deu uma ordem para me acalmar. Foi como se ele exercesse poder sobre minhas vontades, eu estava chocada. Ele falou algo sobre me submeter a vontade dele, hipnose, estado de transe, coisas que não faziam sentido para mim. Mas ele me subjugou a sua vontade, na tentativa de me fazer compreender e foi mil vezes pior. Eu não consegui falar, entrei em pânico e comecei a agredi-lo.
Ele liberou-me de sua dominação e começou a falar sobre serem diferentes, sobre habilidades especiais. Ele fazia cada vez menos sentido para mim. Ele também falou sobre sua amada e me fez uma pergunta que me deixou desconfortável. Em seguida, declarou-se para mim com uma história muito estranha. Eu não estava disposta a ouvir mais nada e voltei a minha atitude infantil de cobrir as orelhas, mas minha resistência durou pouco, eu realmente não estava preparada para o que se seguiu.
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PARA ALÉM DOS SONHOS...
Roman d'amourLiz e sua amiga Carol planejaram uma viagem para suas, tão esperadas, férias. O destino? A cidade histórica de Couto do Império, lugar de morada dos avós de Carol. Suas expectativas? Descansar, curtir e fazer amigos... Porém, havia muito mais para v...