Como de costume, cheguei ao escritório por volta de dezoito e quinze, cumprimentei nosso funcionário, o Olavo, e fui para minha sala analisar os documentos. Para minha surpresa, em menos de cinco minutos, Olavo bateu na porta e adentrou.
- Com licença senhor Raul. Há uma moça aqui fora que deseja falar com você.
- Uma moça?
- Sim. Morena bonitona. - Ele falou sorridente.
- Ela deu o nome?- Perguntei sério.
- Na verdade não. Devo perguntar? - Ele respondeu constrangido por ter deixado passar essa pergunta.
- Não é mais necessário. Eu vou verificar pessoalmente.
Eu caminhei logo atrás dele, indo para a recepção. Porém, já desconfiado de quem poderia ser. Embora desejasse está enganado. Perguntei-me como ela poderia ter me encontrado aqui. Isso era perigoso demais, ela ficar procurando por mim. Eu ficaria muito feliz se a situação fosse outra, mas sendo quem sou, só poderia ficar preocupado. Assim que a vi, endureci a feição e a tratei de forma grosseira, para que ela não voltasse a me procurar, dei as costas e voltei a minha sala. Eu ainda pude ver seu constrangimento e choque com minha atitude, seus olhos ficaram marejados.
- Merda! Merda! Eu fui um idiota. Eu poderia ter falado com ela e a despachado de forma mais amistosa, sem precisar ser grosso.- Passei as mãos do rosto até meus cabelos, estava nervoso. Sentia-me mal por tê-la tratado daquela forma, tentei afastar esses pensamentos me convencendo de que era necessário.- Não! Foi melhor assim. Depois disso ela não voltará a me procurar e isso é bom, não é? É o que eu quero, não é?
A resposta era simples... Não, não era o que eu queria. Eu queria ela. Queria que ela estivesse bem e segura, de preferência onde eu pudesse vê-la. Era difícil admitir, mas ela mexia comigo, como nunca ninguém antes dela, isso me assustava.
Voltei a recepção e Olavo me olhava de forma questionadora como se não me reconhecesse.
- Olavo onde ela está?
- Foi embora. E pra ser sincero eu teria feito o mesmo. O senhor foi muito grosso com a moça.
- Eu sei. - Eu suspirei, voltei a minha sala, peguei a chave do carro e passei pela recepção falando para Olavo. - Eu vou indo, se meus amigos ligarem ou vierem aqui, diga que precisei resolver algo, não voltarei mais hoje. E por favor, não comente a respeito do que viu aqui.
- Sim senhor.
Sair pelas ruas atrás de Liz, eu precisava vê-la e saber que ela ficaria bem. Fui em direção a praça, onde se localizava a casa em que ela estava hospedada, mas não a encontrei pelo caminho, parecia calmo demais como se ela não tivesse ido para lá. Depois de uma hora, vi Carol entrar no sobrado, ouvi o tal Murilo falar com ela.
- Carol cadê a Liz?
- Ué! Ela não tá aqui? Quando eu saí ela estava no quarto dela.
- Parece que ela foi dá uma volta a tarde e até agora não voltou.
- Vou ligar para ela... Não atende. Ou tá desligado ou descarregado.
- Você acha que eu já não tentei? Melhor procurarmos por ela, antes que nossos avós fiquem preocupados.
- Vamos nos separar, assim cada um fica responsável por uma área. Quem achar primeiro liga para o outro.
- Combinado. Eu vou até a praça do Boêmio e você em direção ao Cais.
Vi os dois saírem em direções opostas. Então, eu fiquei realmente preocupado. Onde a Liz estava? Será que algo havia acontecido a ela? Liguei o carro e sair sem rumo pela cidade em busca dela.
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PARA ALÉM DOS SONHOS...
RomantizmLiz e sua amiga Carol planejaram uma viagem para suas, tão esperadas, férias. O destino? A cidade histórica de Couto do Império, lugar de morada dos avós de Carol. Suas expectativas? Descansar, curtir e fazer amigos... Porém, havia muito mais para v...