Capítulo 20 - UMA ANTIGA HISTÓRIA, O SEGREDO.

9 1 2
                                    

(Raul)

Logo após ver Diogo embarcar e se afastar da costa de Couto do Império, peguei meu carro e fui para o escritório no porto. Confesso que fiquei triste sabendo que Diogo partiu por estar chateado com minha aproximação de Liz, mas ao mesmo tempo estou aliviado por ele estar ausente. Eu sei que ele era apaixonado por Amelie e imagino que ele projetou esse sentimento em Liz. Deve ter sido difícil para ele saber que estávamos juntos.

No escritório, Olavo entrou na sala com um pacote e alguns documentos, vindos de Monte Belo, isso me fez emergir dos meus pensamentos. Abri o pacote, havia alguns livros dentro, compras recém chegadas. Em seguida, ponho-me a analisar os documentos.

Por volta das sete e meia, depois de tentar inutilmente desviar meus pensamentos da mulher mais fantástica do mundo, olhei para meu celular e não resisti a saudade, resolvi ligar para Liz.

-Oi Raul.

-Oi minha inspiração, como você está?

- Eu estou bem. E você?

- Estou com saudade.  - Ouvi ela sorri.

- Raul você não vai acreditar na coincidência que aconteceu. Advinha quem encontrei aqui na praça em frente ao sobrado?- Eu não fazia ideia, então chutei.

- Um artista famoso?

- Não. Mas é alguém muito talentoso pelo que pude ver. Seu amigo Diogo.

-Quem?- Achava que eu não havia entendido direito.

- O Diogo, que aliás toca muito bem gaita.- Liz falava animada.

-Não é possível.- Eu estava em choque com a informação.

-O quê?

- O Diogo está aí? Posso falar com ele?

- Mas é claro, só um instante. – E do outro lado ouvi a voz familiar.

- Fala Raul.

- O que você pensa que está fazendo? - Mil coisas passaram em minha mente.

-Olha que coincidência maravilhosa, eu sentei para praticar gaita e encontrei a Liz.- Quem ele pensava que enganava? Claro, a mim. A viagem era só uma armação.

- Não há coincidência. Diogo eu disse para você se afastar dela, ficar longe dela.- Um pânico me consumiu.

-Vou declinar de sua proposta.- Ele parecia se divertir com meu desespero.

- Diogo eu não estou brincando. Se despeça dela e vá embora. Em casa conversamos, você me entendeu?

-Mas é claro que posso. Farei com toda certeza desde que ela concorde.- Havia sarcasmo em sua voz.

-O que você pretende Diogo?- Eu estava furioso quase gritando

-Sim, claro. Vou levá-la em segurança não se preocupe.

-Mas do que você tá falan...- Antes que eu pudesse concluir a frase ele já havia desligado.

No mesmo instante retornei a ligação, mas caiu na caixa postal. O que me levou a crer, que o cretino desligou o celular de Liz. Liguei para o celular dele, mas também estava desligado. Peguei as chaves do carro e fui em direção a saída, informei a Olavo que não voltaria para o escritório naquele dia. Fui direto para a praça dos barões, pois não sabia o que Diogo pretendia e eu precisava pará-lo.

Na praça, não vi vestígio de Diogo e Liz, mas para desencargo de consciência bati na porta do sobrado Mendes e perguntei por ela. A senhora que me atendeu disse que há poucos minutos, ela estava na porta conversando com o rapaz e ainda não havia entrado depois disso.

PARA ALÉM DOS SONHOS...Onde histórias criam vida. Descubra agora