A melhor amiga de sua irmã Jinni.... E o objeto de 20 anos de amor não correspondido. Obviamente, nesses 20 anos, ela nada foi para ela além da irmãzinha de Jinni.
"Meu nome é Sana, não boazinha" - ela retrucou, sem voltar o rosto para ela. Sentiu ela chegar mais perto, o calor dela queimando-a mesmo a muitos metros de distância. Sempre foi muito ligada a ela e sempre ficava instantaneamente alerta com a sua presença em qualquer lugar. Quando era pequena, inventava desculpas para se juntar aos irmãos mais velhos só para estar perto de Tzuyu, se mantendo absolutamente quieta para que ninguém se lembrasse de que ela estava lá enquanto eles brincavam no porão e faziam piadas. A necessidade de se virar e absorvê-la, de se perder no brilho malicioso daqueles olhos era tão forte que ela quase não resistiu. Em vez disso, manteve os olhos focados na arrumação do casamento e nas extensas colinas cobertas de flores, como se não fizesse diferença se Tzuyu ficasse ou não para conversar com ela.
"Difícil acreditar que o dia finalmente chegou". - Ela faz uma pausa, em quando continuou, Sana notou um humor na voz dela: "Alguém da sua família vai mesmo se enforcar". Hannah era conhecida na família como a pessoa sensata e de fala fala mansa, aquela que sempre refletia sobre as coisas antes de agir. Nunca foi de surtos violentos... nem a dar espaço às suas vontades mais íntimas. Esse era o território de sua irmã gêmea, e era por isso que o apelido de Hannah era Mazinha e o de Sana, Boazinha. Entretanto, toda sua tranquilidade sumia e ela raramente se sentia com os pés no chão quando Chou estava por perto. Como podia? quando seu coração sempre disparava ao pensar como seria estar nos braços dela... ou quando ela a deixava furiosa fazendo comentários idiotas? Geralmente, as duas coisas aconteciam ao mesmo tempo, exatamente como ela estava fazendo agora. Perdendo o autocontrole, ela fechou os punhos e se virou para encará-la. Para o azar de seus hormônios, Tzuyu estava mais linda do que nunca naquele vestido.
"O Yuta e o Taeyong estão apaixonados" - ela disse com uma voz fraca, decepcionada consigo mesma por não conseguir disfarçar. "O casamento deles vai ser maravilhoso, perfeito".
"Pelo menos vai ser uma festa de arromba!"
O que havia de errado com ela?, Sana perguntou a si mesma pela milésima vez em 20 anos. Como podia olhar para uma vida inteira de amor e só enxergar festa? Mas, de novo considerando, ela passava por mulheres com uma velocidade chocante, não era difícil imaginar que fosse uma daquelas imbecis que não acreditavam no amor. Uma mulher rica e bonita como Chou Tzuyu só estava a fim de sexo. Sana não era nem virgem nem puritana, apesar de as pessoas pensarem isso sobre as bibliotecárias. Muito pelo contrário; se soubessem como ela era bem informada sobre sexo, ficariam chocados. Especialmente Chou. Não seria bom demais chocar alguém que se julgava absolutamente indiferente? Ela sabia, contudo, que era melhor não fantasiar com a Chou, mesmo com seu corpo tomado de desejo desde os primeiros hormônios da adolescência. Mesmo agora, não conseguia fazer nada além de sentir o perfume dela, uma leve pitada de amora com algo que ela nunca fora capaz de dominar além de noite e escuridão. Sana fez um movimento para arrumar uma cadeira já perfeitamente alinhada.
"Dei uma olhada na arrumação do bar um tempo atrás e parece que tudo está no lugar" - ela admitiu, relutante. "Você fez um bom trabalho". Sana pôde sentir os olhos escuros dela sobre si quando Tzuyu perguntou:
"Tem certeza de que não posso te contratar para gerenciar meus pubs? Precisamos de alguém para colocar as coisas em ordem".
Diante do elogio, uma onda de prazer a percorreu, aquecendo-a por inteiro. Esse era o problema com Tzuyu. Mesmo quando estava irritada com ela, mesmo que não correspondesse aos sentimentos dela em um bilhão, um trilhão de anos, ela não conseguia fazer nada além de ficar encantada por Tzuyu. Mesmo assim, sabendo que nunca se perdoaria por transformar-se em uma poça de desejo no meio da vinícola de Haruto, simplesmente respondeu:
"Eu sentiria muita falta dos meus livros, obrigada". A vida toda, Sana manteve pilhas de livros em todos os cômodos; ao lado da cama, na cozinha. Adorava o jeito como seu novo leitor digital se acomodava em sua bolsa. Ciente de que prolongar a proximidade delas naquele lugar absolutamente romântico só traria problemas, ela prosseguiu:
"É melhor eu ir até a casa de hóspedes".
Mas no momento em que estava se virando para sair, bateu um vento e arrancou o chapéu de sua cabeça. Tzuyu esticou o braço e alcançou antes mesmo que ela pudesse reagir.
"Peguei".
Parou na frente dela e tirou uma mecha de cabelo que ficara enroscado nos lábios dela, enquanto colocava o chapéu, os olhos escuros tornando-se quase negros enquanto fitava os lábios dela. Durante alguns segundos, nenhuma das duas se mexeu, mas então, de repente, Chou se afastou e o ar frio do vinhedo pareceu preencher o calor do lugar onde ela estivera. Com a expressão profunda e cheia de pesar, ela desviou o olhar dos lábios dela e avaliou-lhe a roupa.
"Você não vai usar isso no casamento, vai?"
Ainda se recuperando do choque do toque dela, Sana levou muito mais tempo do que deveria para registrar o que ela dissera. De qualquer forma, não pôde deixar de notar o tom de zombaria. Meses atrás, quando Tzuyu havia se oferecido para cuidar do bar no casamento, ela resolveu, em um impulso, ensinar a ela uma lição sobre arrogância. Também pretendia mudar a maneira como ela insistia em continuar a olhar para ela, como uma criancinha, em vez de uma mulher adulta. O plano era fazê-la desejá-la, descobrir, de alguma forma, como deixar ela desesperada de paixão... para depois desprezá-la, deixando-a a ver navios pela primeira vez na vida.
Mas agora, quatro meses depois, ela se questionava se havia se saído bem com esses planos para atrair e então rejeitar Tzuyu.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Só Tenho Olhos Para Você | Satzu G!P
FanfictionA mulher que Tzuyu deseja mais que qualquer outra, é aquela que ela nunca deverá ter... mas como resistir? Tzuyu sabia o que o amor significava. Ela se lembrava bem de seus pais: quando as coisas ficavam difíceis, o amor era mais um problema a resol...