Capítulo - 20

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Sana acordou esparramada na cama de Tzuyu, por cima dela. A cabeça descansava bem em cima do seio, o coração dela batendo firme e constante. Ela se lembrava vagamente de ter se enroscado nela depois de terem voltado da piscina e caído no sono, mas, em algum momento no meio da noite, devia ter sentido vontade de ficar ainda mais perto e simplesmente se acomodou por cima dela. Durante todos esses anos nos quais sonhou estar na cama com Tzuyu, as visões sempre haviam sido de Tzuyu a tocando primeiro, tomando a iniciativa de beijá-la e de fazer amor com ela. Na noite anterior, na piscina, foi a primeira vez que tomou as rédeas do sexo. Havia adorado. Mais do que isso, havia amado maneira como a Chou compartilhou com ela alguns momentos de sua vida na noite passada. A conexão física entre as duas era inegável. Será que a conexão emocional também poderia ser tão forte? Será que existia a possibilidade de Tzuyu deixá-la fazer parte de sua vida, pouco a pouco, até dividir seu coração e sua alma com ela?

"Está acordada?"

"Estou acordada desde que me transformou no seu travesseiro umas duas horas atrás"

Tzuyu passou a vida toda em alerta contra a dor, o fracasso e a decepção. Estar com Minatozaki Sana a fazia querer parar de se proteger da queda inevitável, a fazia querer se entregar à esperança que havia jurado, ainda criança, nunca mais sentir de novo.

"Posso perguntar uma coisa?" - Ela tracejava vagarosamente as tatuagens da outra com a ponta do dedo.

Tzuyu ficou tensa antes de não se deixar levar pelo desconforto, e Sana deu um beijo no seio dela.

"Não se preocupe. Não é nada ruim. Pelo menos, acho que não."

Sana levantou a cabeça para olhá-la e ela
perdeu o fôlego ao ver como ela era linda.

Ela imaginou que, depois de todas as horas juntas, já teria se acostumado a isso. Para ela, Minatozaki Sana era absolutamente linda.

"O que é?"

"Queria saber sobre suas tatuagens. São lindas, imagino que devem ter doído muito, acho que você as queria de verdade. Me diga o que elas significam." - Diante do silêncio delas, ela ergueu os olhos e a encarou de novo. - "Por favor."

"Esta aqui é uma frase em francês. N'oublie pas de t'aimer"

"Estamos sempre tão ocupadas tran..." - Ela corou. "Nunca tive chance de ver de perto. É muito bonita. O que significa?"

"Não esqueça de amar a si mesma."

Ela nunca compartilhou o simbolismo, ou os motivos, com ninguém. Até agora, nunca teve vontade. Até Sana.

"Esta aqui parece um rosto."

"E é."

Sana inclinou a cabeça para o lado e perguntou:

"Nenhum trevo de quatro folhas?"

"Nunca acreditei na sorte." - Ou em qualquer outra coisa que as quatro folhas representassem, como esperança e fé. Ou amor.

Ela amou Sana durante quase toda sua vida. E como não amaria? Mas nunca acreditou que pudesse ser amada de volta... nunca acreditou na possibilidade de a sorte, a esperança e a fé baterem à sua porta em Napa e entrarem na sua vida.

"Será que podemos fingir que tem mais uma tatuagem, bem aqui?" - Ela deu um beijo sobre o seio dela, no lugar do coração.

Tzuyu nao conseguiu responder, não conseguiu falar, não conseguiu fazer nada a não ser a puxar até ela para beijá-la.

"Obrigada por responder às minhas perguntas. Se não estivesse tão atrasada para o trabalho, agradeceria a você de forma mais adequada." - Ela pressionou mais um beijo nos lábios dela e foi tomar banho.

Tzuyu se lembrou do que Yuta lhe disse no dia do casamento: que Taeyong valia muito mais do que mil orgias. Não havia acreditado, mas agora conhecia a verdade: um sorriso de Sana, um beijo dela, juntamente com o amor que havia declarado a ela, significavam milhões de vezes mais do que qualquer outra coisa no mundo.

Só Tenho Olhos Para Você | Satzu G!POnde histórias criam vida. Descubra agora