Pacto

57 7 20
                                    

᳀ᚔᚔᚔᚔᚔᚔᚔ҉ᚔᚔ҉ᚔᚔᚔᚔᚔᚔᚔᚔ᳀

   ᚔAlex povᚔ

    Rangi os dentes ao ouvir seu pronunciamento, acabar comigo? Só por cima do meu cadáver.

— Apareça logo, não me espanto com sua falta de privacidade. — disse em um tom desafiador, mesmo tendo ciência de que ele poderia me matar aqui e agora dependendo de seu humor primitivo e sádico.

Olhei para o espelho e o vi na primeira forma, uma densa nuvem negra com um sorriso assustador. Senti sua mão percorrer meu pescoço e soltei um suspiro pesado, ele não apertava em tom ameaçador, era apenas uma pequena pressão. Fechei os olhos vagamente me debruçando na pia, segurava firme minha toalha.

— Então, Alex... Como se sentiu tendo seu corpo usado por alguém melhor? — susurrou em meu ouvido lentamente.

—  Irreconhecível. — me virei para trás o olhando com nojo — É tão vazio que precisa de alguém para tapar isso? Ou você apenas quer um corpo mais novo e menos... Hostil?

  Dele segurou agora meu pescoço firme e me levantou do chão e me pôs de pé.

— Poderíamos nos ajudar... — olhei para ele incrédulo.

— Ah não... Você não quer ajuda. Se é esse todo poderoso  que se auto denomina faça por si só! Se ajude e mostre a todos nessa casa de merda o qual incrive você é! Destino nos colocou aqui, agora.  — serrei os punhos, não entendia a raiva, saiu mais como um desabafo.

— 'Todo poderoso?' — riu — Pode chamar isso de destino, pode chamar isso de Deus, você pode chamar isso de medo. Nomes não importam agora, Alex. — Segurou firme meu pulso cravando as garras nele, gruni com a dor e ao ver uma linha de sangue escorrendo de meu pulso.

— Me solta, Schalatt! — Gritei balançando meu braço e ele apenas desapareceu deixando uma névoa densa abaixo de meus pés. — Desgraçado...

  Olhei para baixo, minha toalha já estava no chão a tempos, inacreditável. Bati a mão em minha testa e me vesti rapidamente saindo do banheiro e batendo a porta com força. Quando sai, pude ouvir a discussão no andar de baixo eu não iria me dar o trabalho de apaziguar as coisas, tenho demônios maiores para enfrentar do que a indignação de Karl. Parei em frente ao quarto no final do corredor e fiquei ali, o encarando.

— Se arrepende agora? — Sapnap disse com deboche atrás de mim.

— Não estava discutindo com Karl? Como chegou tão rápido? — Perguntei a ele levantando uma sombrancelha.

— Quem disse que ele está brigando comigo? É com seu 'amigo'. Briga de demônios, só que um é literal. — Ajeitou o boné.

Como ele está tranquilo com isso?! O empurrei e desci as escadas apressadamente dando da cara com Karl e Schalatt tendo uma conversa 'pacífica'. Fiquei na escada escarando eles com o rosto pasmo, como isso... Não, é um delírio.

— Karl... O que está acontecendo? — Karl me olhou sério.

— Estou tentando nos manter vivos. — ele voltou  a atenção a Schalatt que sorriu para mim. — Ele está nos oferecendo um acordo e você, irá assiná-lo.

Desci o restante da escada correndo o e parei na frente deles,meu coração baria forte, eu?

— Porque eu?! E qual é esse acordo? — minha voz saiu rápida e desesperada, o demônio apenas olhava firme para mim por debaixo da máscara.

Karl bateu o celular na mesa e me olhou firme, eu não o via assim, sério.

— Você abriu a porta quando mandamos você NAO abrir. Você causou tudo osso, o mais justo é arcar com isso. — ele se levantou olhando em meus olhos — Você fez sua escolha, agora é prisioneiro de suas consequências.

  Meu chão caiu ali, ele estava certo... Olhei rapidamente para schalatt e um flashback passou em minha cabeça de tudo, as luzes piscando, sua voz, a vitrola.

— O que você quer comigo? — falei baixo.

— Seu corpo, apenas para sair de casa.

Disse simples, dando uma tragada em seu charuto, se levantando e vindo até mim. Seus paços eram arrastados, seu sapato social em um modelo antigo estava limpo, seu terno alinhado como sempre. Mesmo assim sentia nojo dele, repulsa, a mais amarga delas. Ele estendeu a mão, era grossa, tinha unhas grandes e alguns pelos semelhantes aos de um animal.

— Vamos lá... Não irá apertar a mão de seu irmão? — riu, Karl apertava a blusa no peito e Sapnap observava da escada segurando uma arma.

Suspirei pesadamente e apertei sua mão.  Senti um calafrio percorrer a espinha, a luz piscou e logo estourou... Ela desapareceu,mais uma vez.

— ...Eu morri? — olhei para eles e negaram.

Senti uma fisgada na cabeça e cai de joelhos me apontando no sofá. Karl veio até mim me segurando firme e arregalou os olhos ao olhar para mim.

— O que? O que foi?! — Disse desesperado, ele me arrastou até um espelho que tinha no rao de entrada, eu estava normal.

— Viu...nada — disse passando a mão em minha cabeça em um ato de conforto.

  Olhei para baixo e suspirei aliviado, minha mão, tinha um símbolo na parte das costas... Era o de menos.

Sapnap desceu as escadas e me deu um tapa na cabeça.

— Olha a merda que você fez cara! — riu — Tamo fodido..

Eu e Karl concordamos com a cabeça e ouvimos paços na escada,quando olhamos, um homem bem trajado estava lá. Tinha barba curta, chifres, o cabelo bem alinhado e um sorriso de canto.





— É bom estar de volta.





᳀ᚔᚔᚔᚔᚔᚔᚔ҉ᚔᚔ҉ᚔᚔᚔᚔᚔᚔᚔᚔ᳀

open your eyesOnde histórias criam vida. Descubra agora