Amor

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ᚔ Schlatt pov ᚔ

    Observei tudo da janela, Alex falando sozinho e gritando do outro lado da calçada. O mesmo se atirou no meio da rua rodando como um pouco e acabou por desmaiar ali mesmo. Soltei a fumaça de meu charuto pela janela e fui até ele dando um chute em seu corpo desacordado e gelado pela neve. O peguei em meus braços sentindo-me observado aos longes. Olhei ao redor e caminhei até a porta da casa, o caminhão tombado no final da rua já infestado de ramos que o trançavam quase o sugando mata à dentro. Dei de ombros e abri a porta de uma vez, o casal estava na cozinha falando algo que não me dei o trabalho de ouvir; "Dois iludidos" era apenas uma opinião pessoal que deveria ser levada mais a sério.
 
   Subi os degraus gastos de madeira e caminhei até o quarto do mesmo o largando em sua cama, me sentei na beira da cama e fiquei o observando. A pele gelada, o cabelo esparramado pelo corpo, parecia morto, mas seu coração ainda pulsava no peito.

— Achei que iria deixá-lo morrer lá em baixo. Não faria questão de fosse outros não é mesmo? — Revirei os olhos sem fazer questão de olhar para aquele que me dirigia a palavra.

— Não lhe importa isso; ele apenas me é útil. — Disse acendendo novamente um charuto o pondo na boca. 

  Me levantei da cama e virei meu pescoço para trás na intenção de ver quem estava ali. Era Karl, ele estava de braços cruzados na porta sem tirar os olhos de Alex. Esse anjo me testa a paciência toda vez, se tornou alto cotidiano quando soube que ele viria para cá.

— Você não deveria estar lá em baixo com seu amado? Tentando o enganar mais uma vez? — Sorri para ele que me lançou um olhar irritado.

— Você não deveria já estar pensando em um jeito de sair daqui? Ou vai deixar passar novamente, Schlatt?

Soltei a fumaça em seu rosto o vendo abanar as mãos em meio a fumaça. Aquilo não era da conta dele, nunca foi.

— Quero me aproximar dele, para alguém tão normal, ele é...

Disse baixo e pausadamente, voltei meus olhos para o rapaz desacordado na cama. Oh, se eu pudesse sempre ver em seus olhos o primeiro desespero que foi quando nos encontramos, eu seria tão feliz.

— Você quase o mata, faz ele ficar doido de todas as faculdades mentais, aprisiona ele a você e depois fica aí todo apaixado...Você não muda mesmo.

Ri soprado dando outra tragada em meu charuto.

— É, talvez...

ᚔ Sapnap pov ᚔ

  

  Aquele filho da puta! Eu sabia, eu sabia que tinha algo errado nesse lugar. Porque ele iria querer morar em um lugar tão afastado?! E se tudo der errado? E se meu casamento acabar?... E se eu morrer.

— Nick? — Me assustei jogando a faca em direção a voz, era Karl que se esquivou na hora.

— Meu Deus, Karl!? Você tá bem?! — Corro em sua direção com as mãos trêmulas. Prefiro perder minha vida do que machuca-lo.

Ele concordou com a cabeça e me deu um abraço, ele era mais alto e ser abraçado por ele era como ser protegido de qualquer coisa, talvez agora esteja um pouco mais claro esse sentimento de proteção; afinal, ele é quem é.

— O cheiro está bom, é a primeira vez que não queima a comida, amor! — Ele ri dando um beijo em minha bochecha, pude sentir minha orelha esquentar.

— É, talvez. — Abaixei a cabeça ajeitando o boné, ele deu um sorriso meigo.

  Karl se afastou de mim indo até o fogão e tirando a tampa da panela olhando o que havia dentro, por vontade própria ou por apego fui atrás dele o abraçando por trás.

— Eu odeio isso. — Disse de uma vez, era a mesma coisa que falava todo dia.

— Eu também, mas fazer o que? — Karl disse com a voz calma como de costume, se virou para mim.

— Sapnap, eu amo você. E eu prometo que vamos sair juntos dessa.

Tirei meu boné e segurei em suas mãos firmemente, o olhando nos olhos.

—  Eu lhe prometo as três coisas mais valiosas para mim. Meu coração, minha mente e meus sonhos.

  Beijei suas mãos e ele levantou meu rosto dando um beijo em meus lábios, não importa quanto tempo passe; o colegial, a vez que ele apareceu em minha porta pela primeira vez alegando ser engano, quando ele me tirou de casa e me vez viver pela primeira vez até nosso primeiro beijo. Ele é o amor de minha vida.

— Olhe para você, eu morreria por você, eu mataria por você...— segurei seu rosto distribuindo beijos por toda a superfície, ele ria e segurava firme minha cintura.

  Sei que isso não vai durar para sempre,não agora, que eu irei morrer e ele me verá partir, mas quero amá-lo em todas minhas vidas até meu último suspiro nesse mundo.

— Oh Nick, em todos os milênios que vivi você é único sabia. — ele segurou minha mão e colocou-as  em seu rosto. — É lindo como o mar, como as estrelas e lindo como as músicas do deftones...

Ri colocando meu boné e afastando um pouco para desligar o fogão.

— Nos vamos nos mudar de novo não é? Para aquela cidade que disse? — O questionei voltando a mexer a colher dentro da panela.

— Vamos,lá há "pessoas como nós".

Pessoas como nós ele quis dizer como ele e o desgraçado do Jchlatt. Bati a colher na penela fazendo um barulho alto e virei de costas tentando ouvir algum barulho.

— Onde está o idiota?

— Qual deles?

— O nosso idiota!

— Está dormindo... — Karl colocou a mão no bolso desviando o olhar e eu estranhei mas resolvi não intervir.

— Pode ir chamá-lo por favor? A comida já está pronta. — Disse me virando novamente para frente abrindo o armário pegando três pratos.

— Porque três? — Karl questionou e bati os pratos na pia com força,mas não suficiente para quebra-los.

— Como assim só três?! Espera que aquele demônio coma? Ele vai é nos comer se bobiar!

Jacobs suspirou e saiu da cozinha subindo as escadas, soltei os pratos já pia e me apoiei na bancada suspirando pesadamente, o quanto eu queria chorar ali não estava escrito.



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