53 - Ascensão

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 Todos vieram no salão do trono. Os sete Arquidemônios de Baal aproveitaram uma liberdade súbita que surgiu do nada. A ordem que o Mago Professor havia dado a cada um deles havia sumido. Tinham até mesmo aproveitado aquela liberdade para poder fazer alguma carnificina em Vernya. Por isso, tardou-se alguns dias até que todos estivessem novamente na corte demoníaca.

Marbbas foi o primeiro a chegar. O Demônio-Leão sorriu ao ver seu Rei sentado naquele trono, tamborilando os dedos sobre o braço do assento. Na sequência, foi Gusion, que já sabia do que se tratava a reunião por ter ficado dias e dias lendo os pergaminhos criados por sua maldição. Vassagia chegou desinteressada, havia pouco ou nada para fazer além de se dedicar às pesquisas do arcano, não tinha a sede de sangue imensurável que os demais Arquidemônios tinham. Amon e Eligos chegaram juntos, pois eram os poucos que ousaram atacar Vernya. Satisfeitos pelos dias de matança no Norte, avançaram sorrindo pelo salão, mas o sorriso logo deixou seus lábios quando viram o Rei Demônio em seu trono.

Salleos, que se comportava como um cachorrinho ao pé do trono, olhava alegremente para cada um dos Arquidemônios com um sorrisinho petulante. Era ultrajante que o Arquidemônio da Sedução estivesse na forma humanoide, aquela pele horrenda e bocarra repleta de dentes desalinhados não estava mais lá, apenas aquele jóquei com olhos de Falsário e cabelos roxos. Aquilo irritava profundamente Eligos.

Por último e atrasado, Baleam arregaçou as portas do castelo e foi apressado até a sala do trono. Estava irritado, pois finalmente tinha começado a planejar formas de destruir um continente inteiro. Começaria pelo Sul, achava poético fazê-lo, mas então o chamado o atrapalhou. O silêncio sepulcral se formou após os passos do Arquidemônio da Ambição cessarem.

— Estás atrasado. — Baal disse, em demoníaco.

— Estava eu ocupado, aproveitando meu tempo livre com planos. — Baleam avaliou o demônio sentado no trono, era poderoso demais para ser Baltazar. — E quem sois vós?

— Sou Baal, o Rei Demônio, vassalo. — havia tédio e desinteresse em sua fala.

— O que aconteceu...?

— Fundi minha alma com Ashmadai. Vós nunca me respeitaríeis como rei se não o fizesse. Precisava me tornar um demônio, então o fiz.

— Tu. — As palavras foram uma ameaça palpável de Baleam para Salleos. — Como ousas profanar o primeiro Rei Demônio com um mortal? Vou cortá-lo em pedaços.

— Cala-te. — Baal decretou. — Se és tão ignorante na magia, como tenho certeza que seja, Fusão de Almas torna os dois indivíduos em apenas um. Sou tanto Baltazar quanto Ashmadai, tudo foi um plano para que eu voltasse ao meu trono.

— Então foi Ashmadai a vencer o duelo e não o mortal? — Vassagia questionou com certa ironia na voz.

— Duvidas tu de teu rei? — A ameaça surgiu nos olhos caleidoscópicos que a fuzilaram.

— Que seja! O que importa é que temos o Rei Demônio mais poderoso da história! — Salleos disse, levando os lábios de uma orelha a outra. — Agora podemos fazer o que quisermos. Baal pode reunir todas nossas legiões, fazer com que o sonho de Belial se realize! Não estão felizes??

— Não vou juntar minhas legiões com as tuas, ascoso insolente, só há degenerados e nenhum soldado de verdade entre teus Duques. Nem mesmo um Conde que preste lá! — Eligos reclamou.

— Ah, mas se nosso rei ordenar tu não tens opção.

— Claro que tenho, estamos livres!

— Quem disse? — Baal fez sua voz retumbar como um trovão pelo salão.

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