10| por mim

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P.o.v Marília:

Ainda estava pra nascer pessoas mais difíceis de entender do que eu e o Henrique. Éramos uma loucura juntos mas ao mesmo tempo parecia tudo tão certo, mesmo não sendo…

Apesar de estar perdida com a recente notícia, eu também tava com raiva do barbudo assim que iniciei essa ligação, mesmo me desculpando com ele o moreno sabia exatamente como me atingir e todas as nossas conversas nunca foram fúteis, sempre eram carregadas de intensidade e sinceridade e essa era a parte ruim de nos conhecermos tão bem, sempre nós nos desarmava com as nossas próprias palavras.

E nessa ligação não estava sendo diferente.

Estava sentindo tudo de forma intensa demais e estava lutando muito para parecer normal.– a questão era, como ficar normal depois de ter dito que beijar a pessoa que você ama é um erro?

Às vezes precisávamos fazer sacrifícios mas esse, por mais que seja o certo, é o mais difícil.

– porque que eu não posso gravar a música com o Huff?.– depois do que foi dito por mim, escuto finalmente a voz do barbudo.

Ele tinha novamente escolhido não concordar comigo, eu sabia que ele também tinha noção do que era o certo mas também sabia que o mesmo não podia enganar seu coração, bem diferente de mim Henrique sempre foi bem mais transparente.– sendo assim, entendi imediatamente que essa pergunta era um modo de esquivar de tudo, de dar uma trégua e talvez reconsiderar o meu pedido.

Eu sabia que não aguentaria lidar com uma parceria do Henrique e o Murilo, meu coração não me enganaria e provavelmente eu teria que tomar umas boas doze de vergonha na cara e parar de me enganar.– ainda não estava preparada para encarar tudo isso, assim de frente, e se eu visse o Ricelly e o Murilo cantando juntos em minha cabeça teria que fazer uma escolha e tenho uma leve ideia de qual escolha seria.– ninguém precisava saber disso, era melhor deixar do jeito que estava e assim ninguém saia machucado. -- sendo assim, decido finalmente responder ao Henrique com algo que não deixava de ser verdade mas que também não era toda a verdade…

– eu não me sentiria bem sabendo que enquanto eu estava com ele, nós tivemos uma recaída e ainda mais escondemos isso dele e de todos. -- falo e acabo fechando os olhos com muita força.– não seria justo, que tipo de pessoas seríamos?

– cê sabe que por mim a gente falaria, né?

Assim que ouço, meu coração traiçoeiramente acelerou só com essa ideia pois visualizar um futuro pra nós dois era lindo mas a realidade era bem mais complicada.– como tinha dito, já tínhamos tido a nossa chance e eu acho que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar.

– isso não sai da minha cabeça, Lila.– o barbudo diz de uma forma baixa e eu prendo os lábios entre os dentes, pedindo a Deus forças pra continuar, porque a voz dele tinha que mexer tanto comigo?

– Rique, as consequências disso não seriam legais.– afirmo Também de forma baixa e escuto uma risada sem graça soar

– eu estava disposto.

– cê não sabe o que diz…

– Talvez, mas pelo menos eu tento arriscar.

– já conversamos sobre isso, por favor, não volta no assunto, é só não gravar essa música, ok?.– peço quase que desesperada e tentando a todo custo encerrar essa ligação. Eu nem sabia quanto tempo fazia que eu estava aqui fora…– eu preciso desligar, o Murilo está me esperando.

– eu não posso voltar atrás agora. O contrato já foi assinado.– assim que ele diz, sinto um frio horrível no estômago pois eram tantas informações que eu não sabia exatamente em qual me concentrar

– rique, por favor, por mim…tô te pedindo, pensa com calma. Eu sei que você pode desmarcar isso.– digo como minha última tentativa

Como resposta apenas escuto o silêncio por breves segundos…

– você não tá sendo sensata agora, Se cê não quer assumir o que aconteceu e continuar sendo só a minha "amiga", acho que esse é o melhor jeito da gente prosseguir. -- diz por último e sim, tinha bastante mágoa e deboche em sua voz. O que era horrível.– acho que agora você precisa ir né, seu namorado te espera.

– até quando vai agir assim?

– até você decidir não fugir mais.– fala e com isso sinto como se levasse um soco na barriga.– tchau Marília, fica com Deus, ver se você se cuida.– finaliza e por fim desliga a chamada.

Acabo sentando em uma das espreguiçadeira que tinha por perto pois as minhas pernas já não estavam dando mais conta de ficar em pé.– essa noite era pra ser bem diferente do que acabou sendo e a razão disso tudo ainda era pelo o mesmo motivo.

Às vezes deixar as coisas quietas era o melhor a ser feito não é? Só queria saber o motivo do porquê comigo não funcionar.– quanto mais eu tento mais eu falho.

– amor, cê tá aí?.– como uma puxada brusca para a realidade, escuto novamente a voz do Murilo soar, rapidamente o olho como se enxergasse nele uma luz do fim do túnel.

– tô sim, desculpa a demora eu só tava fazendo uma ligação…

– fiquei preocupado, cê saiu do nada e não com uma cara muito boa.

– é, mais agora eu estou bem.– digo e tento força um sorriso pra ele, me levantando por fim pra poder o seguir de volta pra dentro.– só aproveitei também pra pegar um pouco de ar, cê sabe, não estava esperando a surpresa que cê me fez trem.– afirmo e dessa vez escuto a sua risada, me fazendo rir também

– ah então ok, vem, vamos entrar pois a nossa noite ainda não acabou.

Assim que o Huff diz, eu apenas assenti e o vi seguir em frente, eu estava fazendo o mesmo, até parar no meio do caminho e pegar novamente o meu celular…

Eu não deveria fazer isso mas era como se fosse um ímã, um ímã muito forte que me atraia para ele, era como se fosse uma fraqueza, uma espécie de kryptonita…

Ricelly

" Só pra você saber, por mim eu também contaria mesmo apesar das consequências. Tentei fazer isso hoje mas não consegui, você mesmo não deixou."

Mensagem enviada.

°°°

Eii amores, finalmente aí está o terceiro e último capítulo do dia! Eu falei que tinha uma esperança no final não foi? Hahaha agora posso dizer que os dias de glória já podem começar.

Oq acharam da pequena maratona hein? Espero que tenham gostado ❤️

Até logo!

DOIS COVARDES: Nossa Segunda Chance Onde histórias criam vida. Descubra agora