DOIS COVARDES: Nossa Segunda Chance

16| ponto fraco

Marília;

Depois da minha conversa com o Juliano e depois de ter me recuperado momentaneamente de todas as emoções que estava sentindo, finalmente decidimos finalizar todos os drinks possíveis que davam pra levar para a galera.– e Deus sabia o quanto eu estava me sentindo totalmente diferente depois de ter poucos minutos de conversa sincera com o meu melhor amigo.– Juliano sempre teve esse dom de me entender como ninguém me entendia e parecia que ele sabia exatamente o que sempre falar pra mim quando eu sempre precisava.

Ele sabia me fazer rir quando eu queria chorar e sabia também me fazer chorar quando eu precisava e mesmo assim tentava rir.

Era libertador confessar todos os seus sentimentos para alguém, livre de qualquer julgamento ou condenação.– agora eu sabia o que deveria fazer só não tinha muita noção de como começar a fazer.

Sempre achei surreal a forma que eu conseguia mudar a minha vida de uma hora para a outra, em um momento estava tudo estabilizado e em outro tudo um caos.– é claro que eu estava nervosa com tudo, é claro que eu não vou conseguir ignorar isso por muito tempo e é claro que eu estou com medo do que possa acontecer mas foi como o Ju disse, tem que ser um passo de cada vez.

E eu realmente quero dar esses passos da melhor forma possível se isso significar resolver tudo com o amor da minha vida.

Acabo suspirando ao lembrar dele pois assim que chegamos onde eles estavam, vejo o mesmo sentando em uma roda junto com as meninas e os meninos, Maraisa e Cristiano estavam ambos com um violão e Henrique cantava enquanto o Zé fazia um batida no ritmo da música em cima da mesa.

Podia ser tantas músicas que eles poderiam cantar mas parecia que o Henrique fazia de propósito cada coisinha a fim de me provocar.– e tenho quase a certeza de que tinha sido ele o responsável por escolher logo essa música.

Ao cantar ele simplesmente sabia qual era o meu ponto fraco e sabia como chamar a minha atenção.

Essa música era linda e pra mim era a mais perfeita declaração, não tinha como não pensar assim, já que no momento em que meus olhos se encontraram com os dele não se desviaram mais enquanto ele cantava…

– Perdoa, sei que estou quebrando o nosso juramento, sei que existe outro em seu pensamento, mas meu coração pediu pra te dizer…

– Que estou morrendo, morrendo por dentro,
É tanta saudade morando em meu peito.

– Vida, devolva Minhas fantasias, meu sonho de viver a vida, devolver o meu ar!
Sem teu carinho, meu mundo fica tão vazio, os dias quentes ficam tão frios e as noites me trazem a dor desse amor…

Não sei direito quanto tempo passou, mas quando a música acabou apesar de tudo, o meu único instinto foi sorrir de forma genuína pra ele, esse que não pensou duas vezes antes de sorrir de volta com os seus olhos brilhando pra mim– em seguida Juliano sentou ao seu lado e vejo perfeitamente quando Henrique o puxou pelo o pescoço e deixou um beijo em sua bochecha fazendo-nos rir.

Seguir diretamente para onde eu estava e tentei afastar mais um pouco a cadeira do Murilo, Jajá eles iriam ensaiar então não ia demorar tanto assim para eu e Henrique conversamos novamente.– sei que já disse isso mas estava mesmo nervosa. -- não sei como seria daqui pra frente, não sei o que faria no momento seguinte com o Murilo, só sei que precisava encarar essa.

Depois que sentei, passava tanta coisa em minha cabeça mas passamos a conversar até dar a hora dos meninos arrumarem tudo, era 15h da tarde e o dia ainda estava lindo e antes de tudo, decidi subir para o quarto que estava para poder tomar um banho e colocar uma roupa um pouco mais grossa, não sabia como iria reagir ao ver eles cantando juntos.– sei que isso podia parecer besteira mas pra mim não era, nenhum pouco…e também sei que ninguém iria conseguir entender isso porque é exatamente por isso que eu estava prestes a mudar o rumo de tudo novamente.