14| não acabou

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O amor pode te machucar de tantas formas e modos distintos que você não consegue descrever bem em palavras, apenas só carrega as cicatrizes que ele te deixou.- a dor de um coração partido, de uma história mal resolvida, de conversas necessárias que foram deixadas para trás por medo de encarar a realidade e as consequências que ela te trará, pode ser mais pesadas do que se possa imaginar.- a dor da indiferença e do tanto faz com os nossos próprios sentimentos pode doer bem mais do que um tapa na cara ou um aperto no pescoço.- a ironia do amor é que você quer ser amado por quem te machucou ou quem você já machucou e o arrependimento por não ter feito coisas diferentes, tomado atitudes diferentes e até mesmo amado diferente pode ser tão doloroso.- e aí então quando decidimos parar e analisar tudo, quando decidimos mudar ou aproveitar algo que deixou de aproveitar, amar quem gostaríamos realmente de amar a realidade de ambas as pessoas já podem ser outra.- o que era pra ser real, o que era pra acontecer, acaba não acontecendo e só o desejo de querer fazer, querer acontecer e querer ficar é o que permanece.- a saudade fica e o sentimento de covardia predomina.- às vezes perdemos o amor das nossas vidas por algo que é realmente sério e que foge extremamente do nosso total controle, mas às vezes também perdemos por não saber cuidar, não saber amar, não ser corajosos o suficiente para lutar, fazer diferente, não querer mudar e até mesmo por não saber simplesmente como continuar em meio a tantos desafios que a palavra e o sentimento "amor" carrega para as nossas vidas. Amar é sem dúvidas umas das artimanhas mais bonitas do destino mas também pode ser umas das mais cruéis. É como se fosse um vício, às vezes pode ser até bom mas também pode ser a sua ruína.

Pense nisso como se fosse um elástico, e o primeiro que soltar uma das pontas irá machucar o outro. -- então amar, não é, nunca foi e nunca será para qualquer um.

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Ricelly;

A Marília tinha finalmente saído de dentro da piscina junto com as meninas e eu tinha perdido o número de vezes que eu desejei entrar lá só pra poder ficar um pouco mais perto dela porém, não o fiz.- os motivos eram tantos mas um dos principais foi porque a Amanda se aproximou de mim e quis ficar perto.- sendo assim, eu não queria parecer indelicado demais e muito menos a tratar mal, decidindo me afastar um pouco dos meus amigos para poder ficar ao lado dela, levando em conta que a mesa onde estávamos só tinha homens.

Estava tudo bem até aí, até ela decidir novamente me surpreender e sentar em meu colo enquanto bebia uma cerveja.

Eu não sabia explicar direito mas no momento em que ela fez isso, meu corpo todo travou e eu me sentir completamente errado por ter outra mulher em meu colo, colado com seu corpo no meu.- irônico pois ela quem era a minha mulher mas não era ela quem deveria estar ali.- sentia que estava traindo a Marília mas nada disso fazia sentido.- Eu só sentia...

Queria desesperadamente sair dali e meu rosto com certeza já estava me entregando, eu já tinha olhado para todos os meus amigos e até para o meu irmão, pedindo socorro com os olhos mas nenhum deles pareciam ter notado ou simplesmente eles só não queriam se meter.- no momento que meus olhos se encontraram com os da loira que estava na beira da piscina, senti profundamente minha alma doer quando ela sustentou o olhar em minha direção por alguns segundos e logo depois desviou com uma certa decepção.- eu queria tirar a Amanda do meu colo e até coloquei a mão para lhe tirar delicadamente mas ela foi mais rápida do que eu e passou seus braços em meu pescoço, me forçando a olhar pra ela.

- parece que até comigo aqui você continua distante.- ela começa a dizer enquanto me olhava atentamente.- O que está acontecendo Henrique?

- Nada. É só impressão sua...- digo, mentindo automaticamente pois parece que isso virou algo natural quando o assunto é falar o que realmente estou sentindo

DOIS COVARDES: Nossa Segunda Chance Onde histórias criam vida. Descubra agora