DOIS COVARDES: Nossa Segunda Chance

19| um novo recomeço

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Marília;

Com tudo o que aconteceu, entre um curto espaço de tempo, me peguei pensando que é muito desgastante ter que ficar reescrevendo a nossa história a todo momento e por isso na maioria das vezes é preciso seguir em frente mesmo que você esteja com medo, mesmo que esteja com dúvidas ou receio.- é necessário enfrentar os obstáculos e provar pra si mesma que é capaz de ser completamente feliz com algo que você tanto quer ou no meu caso, com alguém que você tanto ama..– estaria mentindo se não dissesse que a minha mente ainda está completamente exausta em uma luta comigo mesma, na dúvida entre me achar egoísta ou me achar de fato merecedora de viver verdadeiramente o amor ao lado de alguém que eu amo e que sempre amei.– Entretanto, a felicidade de não carregar mais um peso em meu peito é enorme, o alívio de ter tirado um fardo das minhas costas é gratificante e a sensação de estar onde deveria estar e com quem deveria estar, é ainda melhor.

Aconteceu tudo tão de repente e de forma tão recente que eu queria deixar as coisas se acalmarem um pouco e esperar para tomar a minha próxima decisão, queria ir com calma e não ser tão intensa com o que estava sentindo, deixar de vez minha vontade e emoções falar por mim sem precisar pensar tanto no lado racional de tudo mas confesso, estava difícil não querer finalmente matar a saudade que eu estava do Henrique e complicou tudo mais ainda quando ele voltou e agora estamos aqui, no meu quarto, apenas eu e ele…

Eu nunca tinha me esquecido do sabor do beijo dele, do toque, da sensação de estar em seus braços e me sentir segura, amada e desejada, nunca esqueci do frio na barriga que dar quando seus olhos me encaravam intensamente enquanto ele desenhava um pequeno sorriso antes de me beijar...a respiração dele em minha pele deixando a minha desregulada e com a sensação de que estou pegando fogo.— tudo isso, cada detalhe, nunca foi apagado da minha memória e lembrar disso sabendo que nada nos impedia mais, era extremamente tentador.– eu realmente estava saudade dele e de tudo isso entretanto, não sabia se estava certo pensar nisso agora.

– falei que ia voltar não falei?.– escuto henrique dizer novamente e se aproximar da cama onde eu estava

Acabo rindo e assentindo… 

– eu deveria saber que você nunca deixa de cumprir uma promessa sua.– afirmo e dessa vez é ele quem rir

– não mesmo, principalmente quando faço ela pra você.– afirma e acaba sentando de vez ao meu lado

Ficamos alguns segundos em silêncio, apenas encontrando palavras nos olhos um do outro enquanto a gente admirava a calma que estava, e falo isso com toda a certeza pois sei que o Ricelly é tão intenso quanto eu e que nossos pensamentos geralmente são barulhentos demais mas quando estamos na presença um do outro eles simplesmente se acalmam.

Ficamos assim até eu decidir voltar a falar, precisava saber como ele estava e como que foi tudo…

– então, como você está? A Amanda ela…como ela reagiu?.– pergunto e acabo engolindo em seco ao ver seus olhos vacilaram um pouco e novamente a culpa que eu sentia estava voltando 

– bom, você mais do que ninguém sabe o quanto é inexplicável dizer a reação ao certo, o momento e toda a conversa, então… acho que ela está igual ao murilo.– Henrique diz sabendo que eu entenderia e abaixa o olhar, assim como eu.– triste, magoada e talvez se sentido destruída…

– sei..- digo com a voz baixa e volto a lhe olhar.- você acha que eles vão nos perdoar algum dia?.– pergunto com o choro entalado na garganta e Henrique me olha, deixando um sorriso pequeno e sem graça sair mas que foi sem dúvidas reconfortante