06| apenas uma faísca

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Pov Marília:

– o Murilo deve me odiar não é?.– Henrique diz, depois de um certo tempo e após conseguirmos ficar a sós, na verdade, ficar eu, ele e o Léo. Esse que estava distraído demais com o seu brinquedo para prestar a atenção em nós dois 

Acabo deixando um pequeno sorriso escapar e nego logo em seguida…

– ele não te odeia.– digo e é a vez do Ricelly de rir e me olhar

– ah não? Cê jura…– desdenha e eu acabo rolando os olhos de forma divertida em sua direção

– é sério ou. Ele não vai muito com a sua cara masss, não te odeia. E qualé Ricelly, cê também não facilita muito né?!.– afirmo e ele dar de ombros.– tenha como exemplo hoje.

– uai, já disse que não fiz nada.– assim como imaginei, o barbudo nega mais uma vez em sua defesa pondo sua melhor cara de desentendido possível e eu acabo rindo novamente. 

Pego-me pensando como conseguir ficar tanto tempo longe dele?

O riso com o Henrique sempre foi muito fácil, muito simples, e por Deus, desde que voltamos a ter novamente essa pouca intimidade que está sendo despertada novamente, as coisas parecem que nunca mudaram, ao mesmo tempo que dá a sensação de que muito foi mudado. Não sei explicar, pelo menos não por enquanto.

– sabemos que você nunca foi fã de nenhum namorado meu, com o Murilo não é diferente e nem adianta negar com a sua cara de pau.– volto a dizer depois de um tempo e acabamos rindo juntos desta vez, ele principalmente, pra minha surpresa.

Acho que já falei isso mas, eu realmente adoro o sorriso dele…

– você não pode me julgar, também nunca foi fã de nenhuma namorada minha ou qualquer pessoa que me relacionasse. Não lembra o tanto de ciúmes que cê tinha?

– lembro do tanto de ciúmes seu! Nossa senhora…impossível.– falo e acabo rindo minimamente com a lembrança, então vejo Henrique me acompanhar por um momento mas logo depois ir desmanchando aos poucos seu riso como se estivesse se dado por vencido

Não demora para o moreno se ajeitar no sofá e virar um pouco o seu corpo pra me olhar…

– ok, eu admito…eu tinha muito ciúmes sim e isso não mudou, tá? É mais forte do que eu.– confessa e assim que escuto suas palavras acabo sentindo meu coração se acelerar e eu segurar fortemente a vontade de querer rir bobo, também lhe olhando

– incrível que as coisas parecem ser como antes, não é?.– digo, dessa vez um pouco mais séria e acabo dando conta de que tínhamos iniciado uma conversa que irá parar no nosso passado sem nem ao menos darmos conta.

Deus, porque tudo tão rápido?

– é…também sinto a mesma sensação.– Henrique diz e acaba rindo um pouco e olha para o Léo, que ainda brincava com o mordedor dele.– Mas muita coisa mudou, por mais que a gente tente seguir em frente sabemos bem disso.

Depois que ouvir suas palavras acabo engolindo em seco e olho também para o meu filho, admirando o quanto ele era lindo e me trazia paz. Parando por um momento no tempo…

– talvez tenha razão.– murmuro de forma baixa e tento novamente manter meu foco só no meu pequeno porque sei que se eu o olhasse, acabaria falando o que não deveria falar 

– Lila?.– chama e de forma falha, não consigo não lhe encarar. -- cê sabe que eu não vim aqui só por conta do leozin, não é?.– assim que o homem ao meu lado finaliza, novamente a vontade de engolir em seco veio e eu sinto minha respiração parar por involuntariamente ter feito isso propositalmente. Eu estava começando a sentir o que não deveria e tinha tanta coisa passando na minha mente agora que eu não sabia o que deveria dizer.

DOIS COVARDES: Nossa Segunda Chance Onde histórias criam vida. Descubra agora