#105: Mathias preso e Cemitério

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Quinta, 16 de março de 2023

DYLAN

Estamos saindo da aula na faculdade e o Kyle aparece correndo até a gente.

— Dylan! Krystoff! — o Kyle chama.

— O que aconteceu?

— O Mathias foi preso!

Regalo os olhos e olho pro Krystoff.

— Não brinca!

— Quando? — o Krystoff pergunta.

— Hoje mesmo.

— Ele tava vigiando a casa de vocês, aí a polícia apareceu. Rolou perseguição e tudo!

— Que bom. — digo. — Agora ele não vai fazer mal pra ninguém.

— Agora é só esperar um julgamento. Mas eu acredito que ele não fique preso na cadeia.

— Não? — o Krystoff pergunta.

— Gente, ele não é normal.

— Ah, isso é verdade. — concorda o Krystoff. — Ele falava coisas com tanta convicção, coisas que não faziam sentido.

— Ele deve ir pra um manicômio. — reitera o Kyle. — A família deve alegar algum problema psíquico.

— Eu não duvido. — digo.

— E tem mais crimes, o Marco me contou de um assassinato.

— Assassinato?! — o Krystoff exaspera.

— Uhum.

— Kyle, explica isso pra gente. — diz o Krystoff.

— Se vocês me esperarem no meu dormitório eu busco o Marco.

[...]

No dormitório do Kyle, ele entra com o Marco.

— Oi de novo, Marco.

— Oi, Marco.

— Oi.

— Pode falar. — diz o Kyle.

— Bom, o Mathias me disse que matou um garoto homofóbico no ensino médio. Eles estavam num acampamento no verão, era depois do primeiro ano do Mathias, e foi lá que tudo aconteceu.

— Vamos procurar? — digo pegando meu celular. — O Mathias é de onde?

— Connecticut. — eles respondem.

— Deve ter acontecido em... — o Krystoff faz a conta. — 2017!

Procuro sobre a morte de um adolescente em Connecticut no verão de 2017.

— Wesley Jones, 17, foi encontrado morto em um lago em Connecticut em meados de setembro. — leio uma matéria em voz alta.

— Deve ser esse, ele disse que o encontraram no final do verão.

— Mas, gente, ele não era homofóbico... Ele tinha um namorado!

Eles me olham boquiabertos.

— O Mathias deve ter dito que ele era homofóbico pra ter um "motivo". — diz o Kyle.

— O Mathias devia ser obcecado pelo namorado do Wesley, então tirou ele do caminho. — completa o Marco. — Se ele me fez de refém durante dois anos por causa da obsessão, pode ter matado esse garoto.

— A história só piora. — diz o Krystoff. — Poderíamos mesmo ter morrido!

— Já passou, amor. Agora estamos livres.

Você é Meu Presente (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora