Você é Meu Presente (Romance Gay)

#95: Descoberta

Terça, 27 de dezembro de 2022

DYLAN

Agora são quase 23:00 da noite e eu estou terminando de passar por mais um firewall. Eu tô feito cego em tiroteio, porque eu não tenho ideia de quantos firewalls eu tenho que passar, só sei que eu passei por muitos até agora.

Enfim, termino esse firewall e uma página diferente abre.

— Huh! Não acredito, depois de uma caralhada de firewalls!

Consigo entrar no sistema e aparece uma interface de câmeras de segurança.

— Eu sabia, era um sistema de segurança do armazém!

Tem imagens da parte de dentro do portão que mostram o Mathias saindo do carro dele, de uma escada, uma escotilha, uma outra escada em espiral, uma sala com um espelho e um teclado numérico, e então imagens do interior de uma casa.

— Tá... É um bunker.

Alterno entre as imagens e acho um rapaz deitado em uma cama, ele está acordado e virando toda hora de um lado para o outro. Olho pras imagens boquiaberto e com os olhos arregalados.

— KRYSTOFF.

Ele vem correndo e entra no quarto feito um raio.

— O quê? Aconteceu alguma coisa?

— Olha... — aponto em choque pro monitor.

Ele chega perto e põe a mão na boca estarrecido.

— Esse é...

— O Marco!

— Nossa, como ele é musculoso.

— O tipo de rapazes do Kyle não importa agora, amor. É o Marco, o namorado dele!

— E-eu tô vendo...

— O Mathias é realmente perigoso.

— Vai avisar o Kyle agora?

— Não! Imagina se ele vem dirigindo nervoso? Tá de noite e tem neve nas estradas.

— Tem razão.

— Amanhã eu falo com ele sem falta.

[...]

O Kyle estaciona na frente de casa e sai correndo do carro, então o Krystoff abre.

— Cadê?

— Me segue.

Corro com ele até o quarto e abro a página das câmeras de segurança.

— Meu Deus, é real! É de verdade, Dylan!

— Sim, é real.

Os olhos dele se enchem de lágrimas e ele tapa a boca.

— Meu Marco... Nossa, ele tá tão bonito com a barba por fazer.

— O Krystoff disse que ele tá bem musculoso.

— E tá mesmo!

Ele fica mais alguns segundos olhando e levanta da cadeira.

— O que faremos agora?

— Não sei...

— E se a gente for lá?

— Eu não acho muito prudente a gente ir, somos apenas civis incapacitados.

— Entendi.

— Eu consigo a senha da porta e a gente manda pra polícia junto com algumas fotos das instalações e do cativeiro do Marco.

— Tem que ser antes do Mathias voltar.

— Sim, tem que ser logo! Eu vou conseguir a senha da porta. — digo sentando na cadeira da escrivaninha.

— Isso é rápido?

— Bem mais rápido do que passar por todos aqueles firewalls.

— Considerando que você demorou praticamente uma semana...

— Pois é... Consegui!

— Vamos mandar anônimamente pra polícia?

— Isso. Vou mandar um e-mail anônimo.

— E se ligassem de um orelhão pra fazer uma denúncia anônima também? — disse o Krystoff entrando no quarto. — Assim, se eles receberem essa ligação e logo depois as provas, eles não vão ignorar.

— É, você tem razão, Krystoff. — concordou Kyle.

— Realmente, amor.

— O Mathias vai ter uma surpresa quando voltar pra cá. — disse o Kyle.

— Se voltar. Ele provavelmente vai ver a polícia entrando no bunker.

— E a polícia vai procurar ele, então com certeza ele vai pra algum lugar escondido. — digo.

— O que faremos primeiro? — pergunta o Kyle

— A ligação anônima. — respondi.

— Eu faço! Nem que eu tenha que rodar todas as ruas pra achar um orelhão. — ele disse.

— Tá bom. Quando fizer, avisa a gente.

— Eu vou.

Ele sai de casa e eu ouço o motor do carro dele. Olho pro Krystoff e vejo a cara de preocupação dele.

— O que foi?

— Agora eu tô realmente preocupado. O Mathias manteve um cara em cárcere privado por dois anos!

— É por isso mesmo que a polícia tem que saber o quanto antes. — digo colocando as mãos nos ombros dele. — Vou anexar as fotos no e-mail.

Anexo as fotos no e-mail anônimo, escrevo o endereço, a senha da porta, identifico o Mathias saindo do carro e o Marco, além de anexar o link de uma notícia sobre o desaparecimento dele.

— Pronto, agora é so esperar o Kyle.

Depois de uns 15 minutos o Kyle manda uma mensagem avisando que já fez a denúncia.

— Bora lá.

Clico em enviar o e-mail.

— Pronto.

— Agora seja o que Deus quiser... — disse o Krystoff.

Continua...